Região turística do Sul do Tocantins, um paraíso a ser descoberto

Por Seleucia Fontes

Maior ilha genuinamente fluvial do mundo, com cerca de 20 mil quilômetros quadrados de área, natureza preservada e lar de etnias indígenas, a Ilha do Bananal ainda é um mistério para os brasileiros. Localizada no Estado do Tocantins, faz divisa com Mato Grosso e Goiás e seu nome chama para si a responsabilidade de atrair atenções e investimentos para todos os municípios do seu entorno, que juntos formam a Região Turística da Ilha do Bananal.

A observação de animais também é um atrativo em Lagoa da Confusão e outras localidades – Foto: Thiago Sá
A observação de animais também é um atrativo em Lagoa da Confusão e outras localidades – Foto: Thiago Sá

 

Apesar das belezas naturais, da vocação para a pesca indígena e para o turismo de Sol e Praia, além da curiosidade em torno da cultura indígena, a região ainda busca o mesmo reconhecimento de outras regiões cobiçadas, como o Jalapão e as Serras Gerais.

Um dos mecanismos possíveis de desenvolvimento já está em andamento, com a instalação da Instância de Governança Regional (IGR) da Ilha do Bananal, que propõe uma forma descentralizada de gestão, onde todas as decisões voltadas ao ordenamento do turismo devem passar por esse colegiado, permitindo a captação de recursos via políticas públicas, para investimentos e fomento da atividade turística regional.

Todo o esforço do trade turístico e gestores públicos para ordenar o turismo na região visa beneficiar o crescente setor da economia criativa dos municípios de Formoso do Araguaia, Gurupi, Lagoa da Confusão, Peixe, Santa Rita, Sandolândia e São Salvador, que compõem esta região turística.

Realidade e potencial

Em Peixe, turismo de Sol e Praia quando as águas baixam e pesca esportiva na cheia – Foto: Flávio Cavalera

 

Com a demanda reprimida em função da Covid-19 e a tranquilidade das pequenas cidades em alta, a região Sul do Tocantins tem recebido número crescente de turistas. Em Peixe, distante 286 km de Palmas, o turismo de praia era dominante e aguardado somente na alta temporada, entre junho e agosto. “Este ano o fluxo de visitantes foi contínuo desde fevereiro, agora temos vários perfis de turistas”, comemora Rosilene Pereira (Rosa de Fogo), secretária de Cultura e Turismo de Peixe, empresária e chef de cozinha. Segundo ela, a região da Ilha do Bananal tem grande força e o cenário turístico precisa ser fortalecido para os próximos anos.

Além de praias de água doce e morna, a região é um importante polo de atração para os amantes da pesca esportiva. Se no período da seca o Arquipélago do Tropeço revela centenas de ilhotas – várias delas oferecendo áreas de camping –, durante a cheia o cenário sofre mudanças e a região passa a ser frequentada pelos pescadores.

A mesma situação é verificada em São Salvador (417 km de Palmas), Formoso do Araguaia (297 km da Capital) e Lagoa da Confusão (205 km de Palmas), outros paraísos de pesca do tucunaré azul e de outras espécies cobiçadas pelos esportistas. Os hotéis e ranchos especializados neste público são uma realidade, mas a comercialização raramente passa pelas mãos de operadoras ou agências de viagens.

Presença de etnias como o povo Karajá abre possibilidade para o etnoturismo – Foto: Emerson Silva
Presença de etnias como o povo Karajá abre possibilidade para o etnoturismo – Foto: Emerson Silva

 

Um dos desafios é a implantação da pesca esportiva e do etnoturismo na região. A questão envolve não apenas o interesse de etnias como os Javaé, Karajá e Krahô-Kanela, que possuem extensas áreas propícias para a prática, mas também negociações com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Ministério Público Federal.

Representando a Associação Indígena Javaé da Aldeia Barreira Branca, localizada em Sandolândia (460 km de Palmas), seu presidente e cacique da aldeia, Valdemir Filho Javaé afirma que está aberto a parcerias. “Vamos ter oportunidade de mostrar belezas naturais, cultura, artesanato, comidas típicas”, diz, ao revelar que já possui um plano de etnoturismo para apresentar.

*Fonte: JP Turismo

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