Conforme levantamento inédito realizado pelo Programa de Fomento do Turismo Sustentável em Brumadinho, a cidade conta com cerca de 40 atrativos turísticos e é conhecida nacionalmente por abrigar o famoso Instituto Inhotim, maior museu de arte contemporânea a céu aberto do mundo.
A riqueza da cidade está por toda parte, na gastronomia, na natureza, na história e nos seus habitantes. O Programa Fomento do Turismo Sustentável, desenvolvido pela Vale em parceria com o Instituto Rede Terra, atua a partir da premissa de que fomentar o potencial turístico de Brumadinho e região é um caminho potente para diversificar a sua economia, gerar emprego e renda e diminuir a dependência da mineração.
Com cinco projetos estruturantes, o programa pretende trabalhar diretamente com os empreendedores da região durante os dois próximos anos. O objetivo é que Brumadinho se consolide como um destino com ampla oferta de atrações, que vão bem além da visita ao museu de arte.
MAPA TURÍSTICO DE BRUMADINHO
Informações recém-levantadas deram origem ao primeiro mapa turístico da região, disponível em versão impressa e virtual. O documento também lista 47 pousadas e hotéis e 44 bares e restaurantes para melhorar a experiência do turista.
O material foi elaborado de forma colaborativa e contou com a participação de representantes de 16 conselhos e associações municipais que compõem a Comissão de Organização do programa. Como conta o responsável técnico pelo projeto na Vale, Daniele Teixeira, ninguém melhor que os próprios moradores e empresários da região para indicarem o que há de melhor em Brumadinho. Eles têm uma relação diferente com esses lugares, pautada muitas vezes pela memória afetiva. Para Teixeira, o mapa é uma forma de compartilhar esse olhar e todas as riquezas do município com turistas.
A diversidade de Brumadinho se espalha por seus 639 km² de território. Vivências no município possibilitam conhecer a cultura e tradições populares da região, interagir com ateliês de cerâmica de artistas renomados, visitar comunidades quilombolas com forte identidade, ter experiências gastronômicas únicas com comidas típicas e contemporâneas, e degustar bebidas artesanais que são um mergulho na tradição do município.
RIQUEZA HISTÓRICA
No centro da cidade, a Estação Ferroviária, que data de 1917, conta um pouco da história local. Em torno da construção, formou-se um povoado que, em 1938, foi elevado a sede do município. Tombada pela prefeitura, é hoje um dos cartões postais da cidade.
A riqueza histórica de Brumadinho também vem de suas comunidades tradicionais. Há poucos quilômetros do centro, ficam os quilombos Marinhos, Rodrigues, Sapé e Ribeirão. Com cerca de 300 anos, eles resistem em suas vivências coletivas, na religiosidade, na música, na dança e em suas organizações sociais comunitárias. O primeiro a ser formado foi Marinhos, com seu artesanato expresso em bonecas e bolsas. Em Sapé, a tradição é o bordado; em Rodrigues, os grupos de dança e música; e em Ribeirão, doces, bolos e bordados. Um patrimônio das comunidades quilombolas de Brumadinho são as irmandades e as Guardas de Congado e Moçambique – peças centrais nos seus tradicionais festejos religiosos, musicais e culturais.
TURISMO DE AVENTURA E ECOTURISMO
Para quem gosta de turismo de natureza, Brumadinho é um prato cheio. Conhecida por atrair amantes de esportes radicais como voo livre, trekking e ciclismo, a região abriga importantes áreas preservadas, a exemplo do Parque Estadual da Serra do Rola Moça, com seus 4 mil hectares de natureza exuberante e uma rica biodiversidade constituída por uma série de espécies da fauna e da flora. O Parque guarda ainda seis mananciais, trilhas e mirantes.
Outra opção interessante é o Monumento Natural Serra da Calçada, que ganhou esse nome por preservar em alguns trechos calçamento original do século XVIII. Entre as ruínas remanescentes na região, estão a fábrica de São Caetano da Moeda Velha e o complexo minerário Forte de Brumadinho, ambos tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG) em 2008. Com cerca de 8 km de extensão, ele é perfeito para diversos tipos de atividades.
Um pouco mais adiante, a Serra da Moeda ostenta uma das paisagens mais majestosas e exuberantes do estado. Um de seus pontos mais conhecidos é o Topo do Mundo. A rampa natural com 500 metros de desnível é a principal base para salto de parapente na região de Belo Horizonte. Já a Casa Branca é um povoado situado no entorno do Parque Estadual do Rola Moça. Graças ao seu relevo montanhoso e agradável clima, é ideal para a realização de esportes de aventura, caminhadas ecológicas, passeios de bicicleta. No Verde Folhas Espaço de Aventuras, o visitante encontra boas acomodações, diversão, contato com a natureza e muita adrenalina. Inserido em uma mata de galeria com acesso a cachoeiras, o espaço oferece atividades como arvorismo, escalada, tirolesa e trapeloco.
A região da Encosta da Serra da Moeda, por sua vez, é o destino perfeito para quem busca sossego e tranquilidade, mas não abre mão de boas experiências gastronômicas. Nos pequenos lugarejos, praças e igrejas centenárias se misturam a cervejarias artesanais, bistrôs e restaurantes das mais diversas especialidades.
Na pacata Piedade do Paraopeba, de apenas 3,5 mil habitantes, a Matriz de Nossa Senhora de Piedade encanta os visitantes. Datada de 1713, é uma das igrejas mais antigas de Minas Gerais, considerada o maior símbolo histórico-cultural e religioso do município. Exemplo da arquitetura colonial setecentista mineira, a construção remonta à origem da ocupação do distrito, no final do século XVII.
COMIDA, BEBIDA E ARTESANATO
Para comer e beber, opções inusitadas agradam paladares exigentes. É o caso da Tonini Charcuteria Artesanal, com seus originais pratos à base de embutidos servidos em um charmoso container; ou da Cachaçaria Itinerante, que apresenta aos convidados uma imersão no universo da cachaça envolvendo histórias, degustação, drinks e pratos da gastronomia molecular. Também vale conhecer os pratos árabes do Ateliê do Abrahão e a comida rural e mineira do Rancho do Peixe.
A região também é conhecida como um reduto das artes. São inúmeros os ateliês de cerâmica e artesanato, muitos deles referência no estado. É o caso do Saracura Três Potes, dos premiados artistas José Alberto Bahia e Jéssica Martins, que transformam cascas e sementes da flora brasileira em cerâmica; e do Xakra88, peculiar ateliê comandado pelo ceramista alemão BenediktWiertz.
*Fonte: Diário do Turismo; Fotos: Divulgação