Por Victor Jorge
A França quer ser um dos primeiros países da União Europeia a impor a regra de reduzir as emissões de carbono e fazer com que mais cidadãos usem os comboios de alta velocidade (TGV).
O Governo francês decidiu interromper, em abril deste ano, voos curtos para destinos que podem ser alcançados numa viagem de comboio de 2,4 horas, incluindo viagens de Paris para destinos conhecidos como Bordeaux e Lyon.
Em abril de 2021, membros do parlamento francês votaram pela suspensão de voos domésticos se a viagem pudesse ser concluída de comboio numa hora e meia ou menos para reduzir as emissões de carbono.
Já os voos de Paris a Toulouse, que duram quatro horas, e os de Paris a Nice, que duram cerca de seis horas de comboio, continuarão a operar via aérea.
Em novembro de 2021, o ministro francês dos Transportes, Jean-Baptiste Djebbari, destacou que a França possui uma rede ferroviária específica com muitos comboios de alta velocidade, tornando-a adequada para os viajantes.
“É possível que tenhamos a discussão [ao nível da UE], mas até agora temos uma abordagem nacional, dada a rede ferroviária nacional”, salientou Djebbari.
Atualmente, a França tem 2.800 quilômetros de comboios de alta velocidade ligando destinos como Londres, Amsterdão e Frankfurt, não restringindo os voos para esses destinos, embora possam facilmente ser realizados por comboio de alta velocidade.
Além disso, a Air France, que é a transportadora de bandeira da França, em janeiro de 2022, tornou-se a primeira companhia aérea a introduzir tarifas adicionais de biocombustíveis, com outras companhias aéreas a tentarem seguir o exemplo.
Já a Suécia também anunciou planos para se tornar a primeira a cobrar uma taxa para aeronaves mais antigas e menos económicas, considerando os especialistas que proibições do mesmo género possam ocorrer na Alemanha e nos países escandinavos.
Nesse sentido, a Alemanha duplicou os impostos sobre voos de curta distância, enquanto na Áustria, a transportadora nacional removeu a conhecida rota de Viena-Salzburgo.
Por outro lado, o Greenpeace UE também está a realizar pressões para proibir a realização de voos se existir a alternativa ferroviária de menos de seis horas.
De referir que a União Europeia anunciou planos para duplicar a linha ferroviária de alta velocidade até 2030 para ajudar a acelerar as viagens ferroviárias. *Fonte: Publituris/pt; Foto: Divulgação.