Por Arlon Souza
O lançamento do disco EP “Grito”, da cantora e compositora Manuela Rodrigues, chega às plataformas digitais de música no dia 08 de abril, através da gravadora Tratore. Em “Grito” a artista assume sua faceta instrumentista e apresenta canções inéditas, cantando e tocando piano, numa formação minimalista, em trio, onde se junta aos músicos Alexandre Vieira (baixo) e Marcos Santos (bateria). Entre os temas de suas composições, desabafos, relacionamentos, política, questões existenciais e assuntos que atravessam a mulher negra na sociedade. O título permeia as letras das canções como um convite a colocar para fora tudo aquilo que está preso na garganta. O link para o novo álbum também estará disponível na bio do instagram @manuelarodriguescantora
A canção-título do EP “Grito” foi composta pela artista após um episódio em que ela teve uma Paralisia Facial, conhecida como Paralisia de Bell. Na ocasião a cantora não podia cantar porque parte do seu rosto não se movia e os olhos não fechavam. A faixa possui um ambiente experimental ousado que contrasta com a formação tradicional piano, baixo e bateria.
Embora a canção que dá nome ao EP seja a essência poética, musical e reflexiva, outras canções do disco representam muito na construção dessa nova obra, a exemplo de “Pra Afugentar o Medo”, que a artista traduz como um exorcismo dos seus próprios medos em forma de música dos seus – sendo esta a faixa favorita de Manuela. A cantora também chama à atenção para a faixa “Olhe Pra Cara das Pessoas”, composição escrita antes da Pandemia, que acabou ganhando outro sentido após o isolamento social. A música fala sobre a necessidade de sair das telas, se referindo ao uso excessivo do celular e sugerindo a valorização do encontro, do olho no olho. Já a canção “Siga na Pista” traz as relações amorosas voláteis que se dão à partir dos encontros online nas redes sociais.
A última faixa do EP é uma nova versão para a canção “Marcha do Renascimento”, gravada no álbum anterior da artista, “Se a Canção Mudasse Tudo”, e que agora surge na versão voz e piano. “Achei importante trazer essa canção novamente, ela passou a fazer parte da vida de muita gente durante a Pandemia”.
Multiartista, empreendedora, mãe e muito inventiva, Manuela Rodrigues assina a produção do EP “Grito”, que no total possui cinco faixas. Os arranjos foram construídos coletivamente com os músicos Alexandre Vieira e Marcos Santos, a partir das ideias criadas por ela ao piano. As canções nasceram em 2018 motivadas pela pesquisa de mestrado de Manuela, onde a artista investigou o seu processo criativo ao compor usando o piano como instrumento de acompanhamento.
O disco foi gravado, mixado e masterizado no Estúdio Cada das Máquinas, por Tadeu Mascarenhas, velho parceiro de Manuela e produtor de três dos seus CDs. As fotos da capa do EP e da divulgação são da artista Sara Regis e o visual é assinado por Erich Gutmann. O encarte é do artista visual Don Guto. Além do EP, no dia 01/04 será lançado o MINIDOC “Bastidores do Grito”, com direção de Larissa Lacerda.
O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura (Prêmio Cultura na Palma da Mão/PABB) via Lei Aldir Blanc, redirecionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.
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BIO Manuela Rodrigues
Com mais de 20 anos de carreira, Manuela Rodrigues possui três álbuns lançados, o último deles, “Se a Canção Mudasse Tudo”, lançado em 2016 pela Natura Musical. Possui longa e significativa experiência artística e musical e vem conquistando espaço e reconhecimento ao longo de sua trajetória, se destacando em apresentações em projetos como o Petrobras de Música, Música no Porto, Música no Parque, Conexão Vivo, Natura Musical. Realizou apresentações em Casas importantes como o Auditório Ibirapuera, o Sesc Pompéia e a Praça Municipal Belo Horizonte.
Manuela Rodrigues é graduada em Canto pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 2019 recebeu o titulo de Mestre em Performance pela UFBA. Estudou música em New Orleans (EUA), passando a mergulhar no universo da experimentação musical. O reconhecimento de seu trabalho nos dois primeiros discos, “Rotas” (2003) e “Uma outra qualquer por aí” (2011), rendeu à cantora indicações e prêmios no Troféu Caymmi de Música, no Festival de Música da Rádio Educadora FM 107.5 e no Prêmio Braskem de Cultura e Arte; com reconhecimento da crítica especializada e de nomes como Tom Zé. “Uma outra qualquer por aí” se destacou como um dos melhores do ano de 2011 pela revista especializada “O Embrulhador” e foi escolhido pelo crítico Daniel Achedjian para o site franco- português Tropicália MPB como o melhor disco do ano. Manuela já dividiu palco com artistas como João Bosco, Nação Zumbi, Lenine, Rômulo Fróes, João Cavalcanti e Silvia Machete.
Além de ter a composição como um traço forte em sua carreira, Manuela Rodrigues também se destaca pela forte presença de palco em suas apresentações com grande força teatral. A cantora fez o Curso Livre de Teatro da UFBA em 2004, que teve como resultado final a montagem do espetáculo Boca de Ouro, com direção de Paulo Cunha. Tendo ainda feito a preparação vocal de mais de 60 musicais. Em 2017 foi convidada pelo diretor Márcio Meirelles para cantar e apresentar a cerimônia de premiação do Prêmio Braskem de Teatro, no Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador. Em 2018, comemorou 20 anos de carreira apresentando o show “Ciclos”, no projeto Domingo no TCA.