Por Duda Tawil, texto e fotos, de Paris
Com uma bela apresentação da cantora marroquina Naziha Meftah, acompanhada de dois músicos durante coletiva no Senado francês (Palácio do Luxemburgo), foi lançada para a imprensa a 26a edição do Festival de Músicas Sacras do Mundo, na cidade de Fès, promovido pela Fondation Esprit de Fès, de 9 a 12 de junho vindouro. O encontro aconteceu nos salões de Boffrand, onde todos foram recebidos pelo senador Christian Cambon, presidente do Grupo Interparlamentar da Amizade França-Marrocos do Senado. O tema deste ano é “A Arquitetura e o Sagrado”, o que sublinha mais ainda o papel de Fès como a capital espiritual do Reino do Marrocos. O festival tem o patronato do Rei Mohammed VI.
Durante quatro dias, o diretor artístico Bruno Messina, que sucede a Alain Weber (que dirigirá o espetáculo de abertura), vai propor uma programação variada, que abraçará países e culturas diferentes, unidos pelo espírito desta linguagem universal que é a música. Não à toa, em 2001 a ONU atribuiu a este evento um dos mais marcantes pela sua contribuição do diálogo das civilizações!
Por lá passaram Barbara Hendriks, Jessye Norman, Ravi Shankar, Joan Baez, Paco de Lucia, Ben Harper, Patti Smith, Youssou N’Dour, Salif Keita, Tereza Berganza, Jordi Savall, Montserrat Figueras, Jean-Claude Casadesus e Mounir Bachir, para citar apenas alguns, entre tantos grandes nomes, e grupos e orquestras também. Mais de 90 artistas ao longo de um quarto de século. O seu diretor geral é Driss Khrouz, e Aïda Belhamd a coordenadora geral. Já a fundação é presidida por Abderrafih Zouitene, e o vice é Radouane Mrabet.
Cidade de arte e de história, animada e hospitaleira, mas também secreta, Fès revela nos seus espaços toda a majestosa beleza do seu inestimável patrimônio onde o festival se desenrola: Praça Bab Al Makina, Palácio Dar Adiyel, Jardim Jnane Sbil e Sinagoga Aben Danan.
Na noite de abertura, às 21h de 9 de junho vindouro, um grande espetáculo de Alain Weber, uma viagem em música e imagens, vai evocar cinco grandes religiões do mundo: Islamismo, Cristianismo, Judaísmo, Budismo e Hinduismo. Nos três dias seguintes, haverá a Índia do Norte, França com o grande pianista Michaël Levinas e a soprano Marion Grange, Oman, Marrocos, Senegal, Músicas do Mediterrâneo com a cantora libanesa Fadia Tomb el Hage, Kazaquistão, Jazz Oriental e Música Balcânica com à frente o grande trompetista Ibrahim Maalouf e idem o guitarrista François Delporte e a Orquestra Haïdouti com Nuria Rovira Salat na dança.
E mais: música clássica e cantos tradicionais do Oriente “De Fès a Jerusalém” com o Ensemble La Tempête, da França, com direção de Simon-Pierre Bestion e o cantor libanês Georges Abdallah; Polyphonies Sardes, uma confraria da Sardenha, com Tenore Gone di Nuoro, Gavino Murgia e Pietro Cernuto; o Ensemble Al Kawiya do Sultanato de Oman; a Orquestra de Fès e o Cantores de Meknès, com a direção de Mohamed Briouel.
Um fórum sobre arquitetura e espiriutualidade acontece no sábado, dia 11 de junho, das 9h às 13h30, com os temas: “Espaços e Modos de Vida”, com as participações de Susana Calvo Capilla, Mohamed Belatik, Hicham Rguig e Abdallah Fili; e “Os Símbolos do Sagrado”, com Abdelouhed Ben Ncer, Abdeslam Amaris e Michaël Levinas, ambos com debates em seguida.
Salve o Festival des Musiques Sacrées du Monde de Fès!
Mais informações: www.fesfestival.com