O Peru além de Machu Picchu

Por Amanda Silva

Machu Picchu recebe 2,5 mil visitantes por dia. Foto: Divulgação

O Peru é um país dominado pela tradição e passado indígena, mas também fortemente ligado aos costumes impostos pelos colonizadores espanhóis, que chegaram à região em meados do século 16. Esta mistura de culturas resultou em vários monumentos históricos, igrejas e sítios arqueológicos. A natureza também não deixa a desejar: belas florestas, desertos e cordilheiras nevadas. Local perfeito para viagem entre amigos ou família.

Destino mais exótico da América do Sul, o Peru foi sede de um dos mais incríveis impérios que já existiram sobre a Terra: o Império Inca. Ruínas de suas antigas cidades, entre elas a intrigante Machu Picchu, encontram-se espalhadas por todo o território peruano. Machu Picchu é, sem sombra de dúvidas, o ponto alto do país. Um dos maiores atrativos turísticos. Mas vale ressaltar que uma vez lá, o ideal é permitir-se explorar além e conhecer cada detalhe maravilhoso que as terras peruanas têm a oferecer.

A estudante de 22 anos, Raiane Menezes, esteve nas cidades de Lima e Cuzco, há dois anos. Ela conta que, ainda que as atrações deste país tão singular sejam diversas e vão além de Machu Picchu, a visita vale a pena, pois “a história do local é única! Todos deveriam conhecer e registrar o momento no topo da montanha”, exclama.

Nos arredores de Lima, a estilosa capital do país, encontram-se as relíquias mais antigas da América no circuito de Caral, Trujillo e Chiclayo. Milenares e misteriosas, as Linhas de Nazca seguem intrigando quem as sobrevoa. Um roteiro pré-definido no Peru também pode permitir que o turista aprecie das alturas as paisagens e a cultura da região do lago Titicaca, um dos maiores de altitude do planeta.

Lago Titicaca tem passeios tradicionais feitos em embarcações típicas do Peru. Foto: Divulgação

Na lista de cidades e atrações imperdíveis está Cuzco, Patrimônio Histórico da Humanidade, cujas ruas e becos de pedras parecem respirar os mesmos ares da época dos incas, e a capital, Lima, com sua encantadora arquitetura colonial.

Os museus de arte e sítios arqueológicos são uma perfeita introdução às heranças históricas e culturais que podem ser encontradas na capital. Lima, fundada em 1535 pelo conquistador espanhol Francisco Pizarro, foi um dia a mais rica e bonita cidade colonial de toda a América Latina. Por sua localização estratégica, às margens do Oceano Pacífico, a chamada “Cidade dos Reis” foi a capital do poder espanhol nas Américas e abrigou os mais belos palácios, igrejas e mansões renascentistas. Lima conta com os melhores museus do país, sofisticados restaurantes e agitados clubes noturnos.

Já Cuzco – que, em quéchua, significa “umbigo do mundo” – leva os viajantes a um contato bastante autêntico com a cultura inca. Basta andar pelas ruelas e pelos misteriosos becos de pedra para entender porque a cidade andina foi declarada Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco.

Localizada a 3.399 m acima do nível do mar, Cuzco guarda construções coloniais de estilo barroco andino, entre elas, muitas igrejas: os colonizadores espanhóis derrubaram os templos religiosos da atual Plaza de Armas e ergueram em seu lugar igrejas católicas. Mas a tenacidade inca resistiu – a arquitetura europeia repousa na solidez das pedras incas, que continuam por baixo das novas construções, marcando território ao longo dos séculos com sua eloquência muda.

A população peruana não é tão aberta quanto a brasileira, mas basta um pouco de conversa que se soltam. Segundo Raiane “eles são quietos, parece que precisam de um pouco de segurança para que comecem a conversar, mas depois que isso acontece, eles passam a ser tão amáveis quanto os brasileiros”.

A lhama é um dos animais-símbolo do país. Em Machu Picchu, Plaza de Armas e no Vale Sagrado, elas caminham livremente. Mas, ao se deparar com uma, é necessário ter certo cuidado. Lhamas são fofas, carismáticas e divertidas, mas o mesmo tempo também estão entre os animais mais esquentadinhos da natureza. Quando irritadas, elas chutam, atacam com o pescoço e cospem. Então nada de deixa-las estressadas.

Caso queira fazer um registro fotográfico ao lado de uma, nas calçadas das cidades ficam algumas crianças com os filhotes. Basta pedir e elas cedem as lhamas a você. Porém, fazem isso a espera de uma recompensa, então nada de ir tirar as fotos sem ter alguma moeda para dar em troca.

Raiane não sabia disso ao ser abordada por uma dessas crianças enquanto caminhava pela cidade. “Certo dia uma delas me perguntou se eu queria tirar uma foto com a lhama e eu disse que sim, então fiz uma selfie. Após a foto ela esticou a mão e falou que eu lhe devia alguns pesos – moeda local –, como eu não tinha moedas em minha carteira, tive que dar uma nota que deve ter me custado uns 20 reais. Foi a selfie mais cara da minha vida”, lembrou. Fonte: A Tarde

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