Show de Saulo contagia com axé o Ermitage em Paris!

  • Duda Tawil, texto e fotos, de Paris

 

Ao encerrar uma turnê europeia que o levou a 11 países do Velho Continente, o cantor e compositor Saulo Fernandes, com sua contagiante axé music, trouxe uma explosão de alegria para a Cidade Luz: seu show aconteceu no sábado, dia 25, no Studio de l’Ermitage, casa de espetáculos para o jazz e as músicas do mundo, no 20⁰ distrito. Produzido pela BRZ e pela Beats Samba, sua empresária internacional Priscila Trummer festejava a vitoriosa temporada de sucesso do baiano de Barreiras, no exterior.
Foi um cortejo de grandes sucessos da axé, mas o show em geral é uma ode à música brasileira, eclético. Teve São Paulo com “Trem das Onze” de Adoniran, por exemplo, Rio e Minas Gerais. A época atual, do São João, não ficou de fora, com o “Xote das Meninas”, de Luiz Gonzaga. O público saudoso, adora. Tem uma parte de poesia e músicas românticas. Mas o clímax mesmo foi quando relembrou “o tempo quando eu era bem jovem” e puxou os megassucessos da Banda Eva, que liderou durante anos, em cima do trio. Aliás, quem estava na parte de cima do Ermitage era como se estivesse em cima do caminhão, vendo a galera pular e cantar em uníssono com o artista, indo pra lá e pra cá na sala, sem as mesas e cadeiras para a noite baiana. Bandeiras da Bahia, camisetas do Bahia, as cores e a alma baianas onipresentes!
  Saulo e a galera de Paris em total comunhão durante quase duas horas de show
 
Em estado de graça, falante e interagindo, ele teve dificuldade para terminar o show de quase duas horas, já passava de meia-noite, em comunhão total com a banda, bastante familiar com o cantor, ainda mais que o filho João toca percussão. No cenário, um berimbau e uma rede, e vários lindos quadros cheios de vida da artista plástica Gabriela Ribeiro, outra baiana, instalada em Paris (@gabriela.creations), de muitas cores e significados, como “Marielle” e “Nossa Senhora Toda Aparecida”.
                       A família Ramos e amigos franceses com a bandeira do Bahia
 
Fã mineira de longa data, Nariana Defelippo foi com a amiga gaúcha Natalya e subiu espontaneamente no palco e o abraçou por trás. Ele foi atrás cumprimentá-la na plateia quando terminou aquela música, numa simpatia ímpar. Difícil traduzir aquela atmosfera. Também morando em Paris, o baiano Lucas Ramos levou a bandeira da Bahia, a mãe, parentes e amigos. Chegado mais tarde do seu trabalho no Paradis Latin, célebre cabaré parisiense do Quartier Latin, o santo-amarense Robertinho Chaves anunciava a Lavagem da Madeleine, que faz 20 anos, para início de setembro próximo. Saulo começou e encerrou o show com “Raiz de Todo Bem”, sua composição de maior sucesso, cuja letra traduz o show: a Bahia, “território africano”, mas…na capital francesa. Foi uma festa!
A noite foi aberta pelo cantor, compositor, músico, capoeirista e dançarino, baiano,  é claro, Rodrigo de Oliveira, que há 19 anos está baseado na França. No início, acompanhava a mãe, Sandra de Oliveira, que era dançarina, tocando percussão e jogando capoeira nos seus espetáculos (infelizmente, ela faleceu em outubro passado). Fez parte do time juniores do PSG, passou pelo Cruzeiro, mas a arte estava no sangue desde cedo, desde sempre, e ele há 12 anos é um dos artistas mais completos da cena brasileira na França, e mundo afora, um cidadão do mundo, atualmente em apresentação em Saint-Tropez, no sul do país, e depois projetos que o levarão a Marbela, Florença, Atenas, Marrakech e Barcelona, por aí…
O multitalentoso Rodrigo de Oliveira esquentou o Ermitage na primeira parte da noite baiana
Comunicativo e radiante de energia, habitué do palco do Ermitage, o sorriso permanente nos lábios, canta, toca e dança, levanta o público, começando o show da primeira parte da supernoite baiana com “O que é, o que é?”, de Gonzaguinha, mais um lindo repertório com “Morena Tropicana”, sucesso de Alceu Valença, entre outros, como “Ashansu”, música da Timbalada que Carlinhos Brown gravou (dele e de Mateus Aleluia). Cantou a música autoral “Tô a fim de festa”, parceria com Robertinho Chaves e Adriano DD. Chamou ao palco primeiro o filho Enzo, que é percussionista, e mais perto do final a sua mulher, Thaís Pérola Oliveira, que é dançarina. Foi o momento do encerramento com “Toda Menina Baiana”, do mestre Gilberto Gil.
É muito axé!
Mais informações sobre a programação do Studio de l’Ermitage: www.studio-ermitage.com

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *