Por Arthur de Souza
Que o Brasil tem um dos litorais mais bonitos do mundo, isso todo mundo já sabe. São mais de 7 mil quilômetros de costa, com paisagens que arrancam suspiros de quem as visita. Mas a dúvida que fica é: entre todas as praias que existem no território nacional, quais são aquelas que o próprio brasileiro considera como a mais agradável? Pensando nisso, a Booking.com fez uma pesquisa que indicou as cinco melhores praias do país.
De acordo com o estudo, o Nordeste é unanimidade quando o assunto é férias com pé na areia e banho de mar. Isso porque, do top 5, quatro são praias localizadas na região. A primeira colocação é da Praia do Sancho, em Fernando de Noronha (PE), seguida da Praia de Jericoacoara (CE) e da Praia de Muro Alto, em Ipojuca (PE). Em quarto lugar, ficou a Praia do Pontal do Atalaia, em Arraial do Cabo, representando o estado do Rio de Janeiro, e a Praia de Antunes, em Maragogi (AL), fechou a lista.
A convite da Booking.com, o Correio foi até o estado do Ceará, para conhecer a praia que levou a “prata” no ranking escolhido pelos brasileiros — Jericoacoara. Para chegar até o destino, assim que a reportagem desembarcou no aeroporto, foi preciso utilizar um transfer especial. Como boa parte do caminho até o hotel é feito de areia, os carros que transportam os visitantes até as acomodações precisam ser do modelo 4×4, para que não haja o perigo de ficar atolado em alguma das dunas que formam as paisagens da região.
O ambiente da Vila de Jericoacoara é bem pacato. As ruas também são feitas de areia e a rotina não lembra em nada o “caos” de uma cidade grande — apesar de o local ter lojas e outros empreendimentos que não deixam a desejar no quesito modernidade. A reportagem ficou hospedada no Café Jeri Hotel, que conta com um espaço totalmente aconchegante e confortável, desde o quarto até a piscina. Mas o grande destaque da acomodação fica por conta de uma balada — que ocorre de quarta-feira a domingo —, tradição do local antes mesmo de se tornar um hotel. Justamente por isso, o hotel não aceita crianças como hóspede.
A festa acontece das 16h às 22h. O horário, nem um pouco tradicional para uma balada, tem uma razão estratégica. A estrutura é montada no rooftop do hotel, para que os frequentadores possam prestigiar um lindo pôr-do-sol enquanto curtem o som do DJ. O melhor de tudo é que a entrada é de graça. Segundo a administração do local, a ideia é que todos os visitantes — mesmo aqueles que não estão hospedados no Café Jeri, possam prestigiar a vista.
Passeios
Voltando ao destino da viagem, é hora de comentar sobre os passeios que podem ser feitos em Jericoacoara — lembrando que, necessariamente, é preciso ir com um guia turístico credenciado. Eles se dividem em lado leste e oeste, e os dois devem ser realizados em um dia cada,. No primeiro, é possível visitar pontos turísticos como o Buraco Azul, a Lagoa Azul, a Praia do Preá e a Árvore da Preguiça (que tem esse nome pois ela acabou “se deitando”, ainda enraizada, por conta do vento).
Enquanto isso, o passeio para o lado oeste é para aqueles que gostam de apreciar uma boa vista de dunas, que lembram bastante as que cobrem os Lençóis Maranhenses. Além disso, é possível conhecer a Lagoa de Tatajuba (ou Lago Grande de Tatajuba). Nela, existe um grande tobogã, para aqueles que preferem uma experiência mais radical. Vale lembrar que, tanto no lado leste quanto no oeste, em algumas das experiências, podem ser cobrados valores à parte.
Dentro da vila
E para quem não quer sair da Vila de Jericoacoara, o que sobra? Calma, que ainda restam boas experiências, mesmo para aqueles que preferem ficar mais perto do hotel em que se hospedar. A poucos metros do Café Jeri fica a Praia Principal de Jeri, que também proporciona belas vistas e fotos excelentes para guardar de recordação. Além disso, o cardápio é bastante variado quando o assunto é gastronomia. Do simples hambúrguer ao prato de lagosta, são diversas opções que podem, com toda certeza, saciar a vontade de quem visitar a Vila.
Atravessando gerações
O responsável por desbravar as paisagens de Jericoacoara com o Correio foi o caminhoneteiro — como ele mesmo se denomina — Tony Johnnys, 23 anos. Trabalhando em uma empresa familiar de turismo há quatro anos, ele afirma que é muito feliz no que faz. “Amo o meu trabalho. Zelo, cuido e creio que não abandono nunca”, conta. “O mais legal são as amizades que se formam com clientes que carregamos nos passeios”, completa.
Segundo o caminhoneteiro, o negócio da família existe desde quando ele era pequeno. “A minha família, sempre trabalhou com o turismo, se criou aqui em Jeri no ramo”, conta. Para aprender os caminhos e ficar atrás do volante nos passeios, Tony revela o que fazia. “Durante a semana, eu ia para escola e, no fim de semana, entrava no carro e ia conhecer as trilhas. Isso porque elas costumam se mover muito, por conta dos ventos. Então, tinha que decorar os melhores traçados para não acabar me perdendo.” *Fonte: Correio Braziliense.