A entrada de veículos turísticos nas praias de Águas Belas e Caponga, em Cascavel, distante cerca de 70 km de Fortaleza, agora é limitada somente com cadastro prévio no site da Prefeitura e pagamento de taxas aos fins de semana. Um decreto municipal valida a medida desde o último dia 22 de novembro.
Ônibus e micro-ônibus pagam R$ 93 e só podem entrar nas praias 20 veículos aos sábados e domingos. Já transportes alternativos, como vans, pagam R$ 96, com limite de 10 carros. O valor deve ser dividido entre os passageiros.
De acordo com a Prefeitura, a medida ocorre para melhorar a segurança das praias e mitigar os danos ambientais às paisagens. Entretanto, de acordo com quem depende do turismo para viver, o decreto fez o faturamento cair.
Uma autorização deve ser pedida até sete dias úteis antes da viagem no site da Prefeitura de Cascavel, e é emitida pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo.
MOVIMENTO DESPENCA, DIZEM COMERCIANTES
Em entrevista à TV Verdes Mares, o garçom Jackson Monteiro, que trabalha na praia de Águas Belas, relata que o movimento de turistas teve uma queda de 80%. Ele aponta problemas no sistema municipal. “O problema é que o cadastro não existe. O site não funciona, quando liga para la ninguém atende. Então fica bem complicado ter acesso através desse cadastro”, defende.
Para o comerciante Odaízo Nascimento, a cobrança da taxa prejudicou também vendedores, barraqueiros e ambulantes: “[O decreto] só atrapalhou. É uma praia boa, bonita e é perto [de Fortaleza]. O pessoal gosta, aí eles ficam abordando carro, todos os veículos”.
CAPACIDADE DA PRAIA
O decreto nº 072/2022 que instituiu as novas regras foi feito com base no “Estudo da Capacidade de Carga do Território para a Atividade Turística das praias de Cascavel/CE”. A capacidade de carga turística é de no máximo 950 pessoas.
O projeto é fruto de uma maior observância da gestão ao turismo sustentável. “É necessário ter como premissa a otimização das paisagens apropriadas pelo turismo pois há tempos já se sabe que o uso não planejado de qualquer ambiente excede a sua capacidade natural de suporte e resiliência”, diz o decreto.
Segundo o prefeito de Cascavel Tiago Ribeiro, a medida é necessária pois as praias “não têm condição de receber pessoas além do limite”. Ele reitera que a cidade “está de portas a abertas para receber todos”.
“O que não pode é permitir que pessoas usufruam da ocupação desordenada do espaço público, desrespeitando profissionais que estão ali trabalhando para dar conforto e segurança para todos”, diz o gestor em entrevista à TV Verdes Mares.
*Fonte: Diário do Nordeste.