O Baianas Ozadas, um dos maiores blocos de Belo Horizonte, protagonista na grande retomada do Carnaval de rua na capital mineira, comemora 10 anos e anuncia as homenagens do desfile deste ano. Na segunda-feira de Carnaval, 20 de fevereiro, a partir das 9h, será iniciada a concentração na Avenida Afonso Pena, em frente à Igreja São José, com a tradicional lavagem das escadarias, que é o local de onde parte o desfile, que desta vez traz como tema o ‘Axé Yayá’ e celebra a carreira de Daniela Mercury, destacando os 30 anos do Canto da Cidade, um dos álbuns mais icônicos da música baiana. A artista é reverenciada na canção criada especialmente para o Carnaval 2023, Furacão da Bahia, de autoria de Geo Ozado com a colaboração de Peu Meurray, que foi percussionista da banda da cantora.
De acordo com Geo Ozado, fundador e vocalista do bloco Baianas Ozadas, o tema deste ano chega para valorizar cada vez mais a presença e a força da mulher no Carnaval. “Pela primeira vez, o Baianas Ozadas homenageia uma figura feminina. Por meio da cantora considerada a Rainha Má, uma das mais expressivas artistas do axé músic, e das ayabás – orixás mulheres nas tradições do candomblé e umbanda, Yemanjá, Oxum, Yansã (Oyá), Naná, entre outras, o bloco reverencia, valoriza e destaca a presença do feminino com todas suas expressões e criações”, explica.
O idealizador do bloco adiciona que a cantora Daniela Mercury faz parte da história do axé music, já que somente o seu álbum, O Canto da Cidade, vendeu mais de 2 milhões de cópias. “Para celebrar as três décadas de carreira de Daniela Mercury, uma mulher fundamental no impulsionamento da música da Bahia, compomos a canção Furacão da Bahia, feita por mim com a colaboração do meu amigo Peu Meurray, que foi, inclusive percussionista da banda da cantora. Uma justa homenagem que faremos com muito carinho em 2023, pois, o sucesso retumbante de Daniela fez com que outras artistas do mesmo estilo surgissem depois”, destaca. A identidade visual do carnaval 2023 do Baianas Ozadas foi criada pela artista plástica belo-horizontina Cinthia Lisboa.
Lavagem da escadaria da Igreja São José
Uma das partes mais marcantes do desfile do Baianas Ozadas é a tradicional lavagem da escadaria da Igreja São José, em alusão ao ato realizado na igreja do Senhor do Bonfim, em Salvador. “Considero um dos momentos mais bonitos do desfile do Baianas e chego a ficar emocionado. E neste ano, que, com o nosso tema, estamos levantando a bandeira contra qualquer tipo de intolerância, discriminação e desrespeito, a lavagem tem um significado ainda mais especial, ainda mais por ter a anuência dos padres da paróquia de São José”, comenta Geo Ozado.
Trajeto do cortejo
A concentração será iniciada às 9h da segunda-feira de Carnaval, em frente à Igreja São José, com o trio elétrico posicionado na Avenida Afonso Pena no sentido Praça Sete. A ala infantil “Os Baianinhas”, sob a regência de Geovanne Sassá, começa, de fato, a folia. Em seguida, ocorre a icônica lavagem das escadarias, seguida pelo cortejo, comandado pela banda e bateria do Baianas Ozadas com sucessos do axé retrô e, claro, canções de Daniela Mercury, arrastando milhares de foliões até Praça Sete. Depois, desce a Avenida Amazonas, até o entroncamento com a Rua Tupinambás, onde segue até a Avenida dos Andradas, sentido Praça da Estação, local em que ocorre a dispersão por volta das 16h.
Causas sociais
Para apoiar cada vez mais ações sociais, no carnaval de 2017, o Baianas Ozadas começou a realizar trabalhos em benefício de diversas causas em ensaios abertos e no desfile de Carnaval. O grupo reverteu parte da venda das camisas e fez campanha de arrecadação de recursos para entidades como a Santa Casa de BH, Projeto Ammor, que trabalha a prevenção de IST’s e Aids em populações vulneráveis, e a APAE-BH, que se tornou uma parceira permanente com a criação da Ala Inclusiva, que possibilita pessoas com deficiências físicas e intelectuais vivenciarem a folia de BH.
Uma década de história
Fundado em 2012, pelo jornalista e músico baiano Geo Cardoso, que mais tarde adotou como nome artístico “Geo Ozado”, o Baianas Ozadas dissemina entre os mineiros a cultura e musicalidade do estado natal do seu criador. Foi o bloco responsável por “baianizar” a folia belo-horizontina, sendo recordista de público e transformando a segunda-feira num grande Carnaval popular no Centro da cisade. No ano da fundação, o grupo era apenas uma ala de sete pessoas, o idealizador entre familiares e amigos, que despretensiosamente, queriam curtir a folia que novamente floresceu na capital.
A partir de 2013, foi formada a primeira bateria de rua do Baianas Ozadas, adotando uma temática a cada edição, com crescimento vertiginoso ano a ano. Em 2017, reuniu um público de 500 mil foliões, divulgado pela imprensa, sendo, possivelmente o recorde da festa momesca na capital, pois à época não existiam tantos grandes blocos para disputar os foliões.
Com a impossibilidade de celebrar os 10 anos de fundação em 2022, por conta da pandemia da Covid-19, o Baianas Ozadas preparou um cortejo histórico para a segunda grande retomada do Carnaval.
Baianas Ozadas nas redes sociais
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Serviço:
Baianas Ozadas no Carnaval 2023 – Axé Yayá: Homenagem à Daniela Mercury
Data do desfile: 20 de fevereiro – segunda-feira de Carnaval
Horário e local da concentração: 9h, na Avenida Afonso Pena, próximo à igreja São José.
Trajeto: Avenida Afonso Pena, Praça Sete, Rua Tupinambás, Avenida dos Andradas e dispersão na Praça da Estação