A presidente e CEO do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), Julia Simpson, pediu aos governos de todo o mundo que “levem a sério” o incentivo à produção de combustível de aviação sustentável (SAF) e estabeleçam metas ambiciosas para produzir quantidades adequadas.
Sem quantidades significativas de SAF, o WTTC diz que o setor de aviação não pode descarbonizar em uma escala que permita atingir as emissões zero de CO2 até 2050, conforme comprometido pela indústria e apoiado pelos Estados membros da ICAO.
Na opinião do WTTC, a indústria da aviação espera atingir emissões líquidas de carbono zero ao entregar a redução máxima nas emissões na fonte, através do uso de SAF e novas tecnologias de propulsão inovadoras, como hidrogênio e eletricidade, implantar frotas de aeronaves modernas com baixo consumo de combustível, melhorias na eficiência operacional (na navegação aérea, por exemplo) e soluções fora do setor, como compensação ou captura de carbono.
Infelizmente, diz o organismo internacional, as taxas de produção do SAF são insuficientes para satisfazer a procura e os preços permanecem altos, apesar do recente aumento exponencial na produção.
“A hora da ação é agora. Sem o SAF, os governos lutarão para cumprir as suas metas climáticas, conforme estabelecido pelo Acordo Climático de Paris e os seus compromissos com o crescimento económico, que depende fortemente da aviação para o turismo, comércio e conectividade”, indica comunicado do WTTC.
Assim, apela aos governos para “oferecer fortes apoios para incentivar o investimento na produção de SAF, incluindo créditos fiscais, doações ou outros incentivos financeiros; trabalhar com o setor para definir metas ambiciosas de produção de SAF; e coordenar as suas ações com a Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO), agência especializada da ONU para aviação, para garantir uniformidade global nos regulamentos SAF, padrões de sustentabilidade, procedimentos e organização”, dando como um bom exemplo o programa de incentivo nos Estados Unidos. A recente Lei de Redução da Inflação que, através do Tax Blender Credit, criou incentivos fiscais para produção de SAF que já está a dar frutos.
Julia Simpson, destacou que “a procura por SAF nunca foi tão alta, companhias aéreas de todo o mundo querem usar SAF e usaram todas as moléculas já feitas. No entanto, a produção SAF atual atende apenas 0,1% a 0,15% da necessidade, apesar de um aumento de 200% na produção em 2022 em relação a 2021. Isso deixa uma lacuna enorme que só pode ser preenchida através de investimentos rápidos e sustentados”.
Apontou ainda que “pelos preços atuais, o SAF é, em média, três a cinco vezes mais caro que os combustíveis fósseis tradicionais. Os governos devem abordar essa disparidade de custos, fornecendo apoio financeiro e incentivos para tornar o SAF mais acessível e barato. Sem essas metas e sem esses incentivos, o setor não pode descarbonizar”.
Refira-se que a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) lançou recentemente uma nova política destinada a acelerar a produção de SAF, SAF Deployment. A política exige que os governos assumam um papel de liderança na facilitação do aumento da produção SAF. Também ressalta a necessidade de políticas que sejam harmonizadas entre países e setores para fornecer condições equitativas para o setor global de aviação civil. `Fonte: Publituris-pt.