Por Isa Arnour
Os dados da pesquisa “Demanda do Turismo Rural” (2ª edição), elaborada pela SPRINT Dados, em parceria com o Ministério do Turismo (MTur) e da Rede Turismo Rural Consciente (TRC), foram conhecidos na última segunda-feira (26), por meio de evento on line, que teve as participações de Rayane Ruas (CEO, Sprint Dados), Anna Modesto (Ministério do Turismo) e Aline Moraes (Rede Turismo Rural Consciente).
A pesquisa foi realizada ao longo de 45 dias, de 20 de abril a 31 de maio passado, e contou com a participação de 1.615 pessoas. Na apresentação dos resultados, que obteve mais de 280 visualizações, Rayane Ruas mostrou os dados em três seções: caracterização do público; preferências do turista; planejamento e reserva de uma viagem.
Em caracterização do público, no perfil dos viajantes, prevaleceram 63% do gênero feminino e 36% do gênero masculino, com idade predominante de 39 a 50 anos. Há de se destacar, no entanto, que houve um aumento de 6% de público na idade entre 51 a 69 anos. É um público viajante esclarecido, uma vez que 35% possuem pós-graduação, 48% são casados, 28% atuam como servidor público, dispõem de renda entre 4 e 6 salários mínimos e 50% viajam em família. As viagens ocorrem em média três vezes ao ano e, nas viagens ao meio rural, para 26,6% do público estar com a família é o mais importante.
“Os dados e informações da caracterização do público são úteis para segmentação do público-alvo do empreendimento ou destino de turismo rural. Percebemos que a viagem em família continua dominando, mas os dados apontam que há muitas viagens feitas somente o casal e com grupos de amigos, por isso o foco não deve ser somente entreter as crianças, é importante ter opções de atrações para os adultos também”, comenta Rayane Ruas.
O contato com a natureza impera nas preferências do turista. Para 74% dos entrevistados a atividade mais buscada no meio rural é a contemplação da natureza; enquanto que 73% dos participantes procuram pela autenticidade gastronômica da comida caseira, sendo a segunda atividade mais procurada. Além das atividades mais procuradas, esse painel também mostrou as atividades menos buscadas pelo turista, como recreador fulltime, que foi apontado apenas por 4% dos respondentes. No item atividade diferenciada, de forma surpreendente, 50% dos participantes responderam querer aprender algo novo, 47% procuram por atividades ligadas à sustentabilidade e 40% têm interesse em observação das estrelas.
“Esses dados são importantes e nos mostram que estamos no caminho certo. As pessoas acham que o fato de não terem internet em suas propriedades, não vai funcionar o turismo rural. Mas, a pesquisa mostra que os turistas estão em busca de outras conexões, quando vemos que 74% estão em busca de contemplar a natureza. Costumo dizer aos meus alunos que esse ‘nadismo’ é atrativo, é sentar e não fazer nada; só sentar e contemplar a natureza e lembrar que fazemos parte dela”, destacou Aline Moraes, coordenadora da Rede Turismo Rural Consciente.
A pesquisa apontou ainda que para 68% dos entrevistados o contato com a natureza é o principal motivo da viagem ao meio rural. Essa viagem dura em média três dias e a distância percorrida para chegar ao destino rural é entre 250 a 500 quilômetros.
“O turismo rural requer simplicidade. Não queremos um turismo de massa. O turista busca comida gostosa, fogão de lenha, insumos colhidos na horta. A ministra disse na semana passada que o turismo rural é uma nova tendência que veio para ficar”, ressaltou Anna Modesto, da Coordenação-Geral de Produtos e Experiências Turísticas do Ministério do Turismo (MTur).
No planejamento e reserva de uma viagem, a pesquisa demonstrou que 51% planejam viajar ao meio rural nos finais de semana, vale lembrar que ao longo do ano são 52 finais de semana que podem ser oportunidades de negócios para os empreendimentos rurais. Acerca do meio mais utilizado para fazer reservas, 52% seguem as recomendações de amigos e familiares, e também utilizam as redes sociais e sites. O turista está disposto a pagar diárias que custam entre R$ 250 a R$ 500.
Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul são os estados com maiores demandas de turismo rural brasileiro. Para conhecer a listagem completa de estados, basta consultar o painel interativo no link Demanda Turismo Rural | SPRINT DADOS
“Os dados da pesquisa mostram que o turismo rural tem grandes potencialidades. Apresentou que o viajante tem interesse pela natureza e ambiente rural, prioriza o conforto e a simplicidade em busca de escapar da agitação da cidade. É um público formado por famílias que visitam o ambiente rural em média três vezes ao ano, com permanência média de três dias, utilizam as redes sociais e as recomendações de amigos como principal meio de informações, faz reservas diretamente no empreendimento. Temos todos esses dados que vão permitir ao mercado tomar as melhores decisões. Apropriem-se dessas informações”, ressaltou Rayane Ruas.
O resultado completo do estudo está disponível ao público gratuitamente em formato e-book, e também em um painel interativo de dados. Ambos podem ser acessados em www.sprintdados.com.br/turismorural. Foto: divulgação.