Azul, com a passagem aérea mais cara do Brasil, dispara contra a Petrobras

Por Leandro Mazzini

Em meio à pressão do Ministério de Portos e Aeroportos por redução do preço das passagens aéreas, a Azul foi a primeira empresa de aviação a vir a público falar sobre o plano prometido para 20 de dezembro.

Ao ser questionado pela Folha sobre preços abusivos, o presidente da Azul, John Rodgerson, afirmou: “No terceiro trimestre perdi dinheiro. O país tem de colocar mais gente voando e, para isso, essa política da Petrobras precisa ser revista.”

Rodgerdson afirmou que “aqui os preços estão 30% acima da média mundial. Se a Petrobras não cobrasse da forma como vem cobrando seria possível que o querosene aqui fosse somente 9% mais caro do que no restante do mundo.”

E defendeu a redução dessa defasagem, na mesma linha do ministro Alexandre Silveira em seu embate com a Petrobras : “É isso o que o ministro Silveira vem tentando fazer na Petrobras. Já conversamos sobre isso também com o ministro Rui Costa (Casa Civil). Sem isso, fica difícil reduzir o preço das passagens. Isso não é bom para o Brasil e não é bom para as empresas, que sequer estão lucrando.”
A preocupação da companhia se justifica. Apesar de estar no vermelho, a Azul é a dona da passagem aérea mais cara do Brasil em todos os meses de 2023. De janeiro a setembro, segundo a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), a empresa praticou uma tarifa média de R$ 707, 92, enquanto Gol e Latam registraram R$ 539,16 e R$ 561,81, respectivamente. No terceiro trimestre de 2023, a Azul reportou prejuízo líquido de 360,2 milhões de reais.

Procurada, a assessoria da Petrobras se manifestou com a seguinte nota:

“A partir de 1º de dezembro de 2023, o preço médio de venda de Querosene de Aviação (QAV) da Petrobras para as distribuidoras terá uma redução de 6%, o que corresponde a um decréscimo de R$ 0,26/litro.

Dessa maneira, no ano de 2023, o preço médio de venda de Querosene de Aviação (QAV) da Petrobras para as distribuidoras terá uma redução acumulada de 19,6% em relação ao preço de dezembro de 2022, o que corresponde a uma redução média de R$ 1,00/litro.

A Petrobras comercializa o QAV produzido em suas refinarias ou importado apenas para as distribuidoras, que por sua vez transportam e comercializam os produtos para as empresas de transporte aéreo e outros consumidores finais nos aeroportos, ou para os revendedores. Distribuidoras e revendedores são os responsáveis pelas instalações nos aeroportos e pelos serviços de abastecimento.

Importante ressaltar que o mercado brasileiro é aberto à livre concorrência, e não existem restrições legais, regulatórias ou logísticas para que outras empresas atuem como produtores ou importadores de QAV”.

Fonte: Tribuna da Bahia, com informações da Isto É – Foto: arquivo PTT.

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