Encontro na Fecomércio-BA debate reforma tributária e atual cenário econômico

Por Quézia Silva

Dados sobre a economia brasileira e baiana, além dos desafios e impactos da reforma tributária para empresários e consumidores foram as principais pautas apresentadas no encontro realizado hoje (29), na Casa do Comércio, em Salvador.  De acordo com as informações divulgadas pelo consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, em 2023 o varejo faturou R$145 bilhões. Os setores do comércio que se destacaram foram o de medicamentos e os supermercados. Para este ano, a expectativa é que os eletrônicos (6%), os medicamentos (5%) e supermercados (6%), sejam os responsáveis por alavancar a economia baiana, assim como o turismo.

O evento contou com a presença do presidente da Fecomércio-BA, Kelsor Fernandes, do consultor econômico da Fecomércio, Guilherme Dietze, do economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Felipe Tavares, além de outros convidados.

O presidente da Fecomércio-BA, Kelsor Fernandes, falou sobre a projeção do cenário econômico positivo aqui na Bahia. Foto: Nelson Rocha– Portal Turismo Total.

“Estamos bastante esperançosos, vamos ter um ano de 2024 muito bom. Todos os indicadores estão prevendo isso. Temos uma previsão de queda de inflação, de aumento do PIB, então com certeza nós vamos ter um ano muito melhor do que o ano de 2023. Vamos poder gerar empregos, que é isso que esse país precisa muito e gerar renda”, afirmou.

No âmbito dos serviços, o turismo deve puxar a economia da Bahia para cima. Além disso, a taxa Selic que atualmente está em 11,25%, a expectativa para dezembro de 2024 é que ela baixe em até 9%. Mesmo diante dessa notícia animadora, alguns problemas estruturais que existem no Brasil juntamente com a reforma tributária podem fazer com que muitos empresários enfrentem desafios neste ano. A questão fiscal, a carga tributária elevada e a inadimplência são alguns dos entraves a serem superados em 2024.

“De maneira geral, por mais que não haja uma definição neste momento, o mais importante é que a gente busque uma carga tributária menor. Porque com a carga tributária elevada, os juros são elevados, muita burocracia e isso impede o crescimento econômico mais forte e sustentável de longo prazo. Então, é importante que haja as negociações em Brasília para que haja uma redução da carga tributária”, explanou o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.

Reforma tributária

A reforma tributária, aprovada no final de 2023, mas que ainda está sendo debatida, é uma medida que tem como proposta simplificar e unificar os impostos referentes ao consumo para que a economia do país tenha um crescimento. O Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que são administrados pelo governo federal, serão substituídos pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e pelo Imposto Seletivo (IS).

Já os impostos que são de responsabilidade do estado e do município, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto Sobre Serviços (ISS), respectivamente, serão substituídos pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Além dessa mudança nos tributos, a reforma tributária também visa reduzir a alíquota de alguns setores da economia e outros terão regimes específicos.

Dentre os setores da economia que terão as alíquotas reduzidas com base na proposta da reforma tributária estão os serviços de transporte coletivo, produtos agrícolas, serviços de saúde, dispositivos médicos e de acessibilidade para deficientes físicos, produtos de cuidados básicos à saúde menstrual e produtos de higiene pessoal.

Carga tributária

A carga tributária elevada está entre os desafios a serem enfrentados pelas empresas, independente de qual seja o porte. Conforme divulgado por Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, o Brasil ocupa a 19ª posição dentre os países do mundo que mais cobram impostos. O setor do comércio é onde mais se é cobrado tributos, cerca de 27%, seguido por serviços (11,25%) e pelo turismo (11,25%).

Diante disso, Tavares explica como cada integrante da cadeia econômica deve ser afetado com a carga tributária elevada. “Para os empresários, a gente tende a ter um sistema mais simples. Para o consumidor, muito provavelmente a gente vai ter um aumento de carga tributária, então eles vão sentir esse peso, talvez em produtos na prateleira. Para o estado, a gente ainda não sabe, porque todo o sistema de arrecadação dos estados vai mudar com a reforma tributária”, disse.

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