“Viver a Bahia é inesquecível”

Entrevista com José Alves, Secretário de Turismo do Estado da Bahia

 

Ao assumir a Secretaria Estadual de Turismo na Bahia, no dia 27 de julho de 2016, o empresário José Alves Peixoto Júnior, executivo graduado em Administração de Empresas e possuidor de ampla experiência administrativa e especialização no setor, foi saudado na  oportunidade pelo governador Rui Costa, que  disse ter o novo titular da pasta “muito trabalho pela frente” e que “sem compreender a força da nossa cultura, por exemplo, não há como produzir e incentivar o turismo”. Em entrevista exclusiva para o Portal Turismo Total e o site da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet-Ba), o empossado falou do trabalho que vem desenvolvendo e da tarefa de promover a inserção da Bahia no mapa turístico do mercado nacional e internacional.

 

 “A experiência do turista viver a Bahia é inesquecível e única” , diz José Alves.      

 

Por Nelson Rocha

 

Para o turista que desejar conhecer a Bahia, o secretário de estado José Alves sugere que este venha o mais breve possível. “Venha para a Bahia. Além de Salvador estar moderna e bela, nós temos 13 zonas turísticas no estado. Temos desde praias belíssimas até uma Chapada Diamantina, onde até faz frio. Temos bons cafés, boas cachaças, bons charutos, gastronomia fantástica, cultura, história, música. A experiência do turista viver a Bahia é inesquecível e única”, enfatiza o titular da pasta.

Alves faz uma retrospectiva das viagens – a primeira como secretário foi para Porto Seguro – concluídas na sua agenda, todas com a intenção de perceber as demandas dos destinos baianos e, fora deles, divulgar o potencial turístico do estado no País e exterior. “Na terra do descobrimento, entre outras ações, lançamos o evento Aniversário do Brasil, que será comemorado no dia 22 de abril com uma grande festa”, disse, sem revelar mais detalhes. Além disso, nós temos feito muitas viagens como à Morro do Chapéu, Cachoeira, entre outras, sempre procurando ver exatamente como podemos contribuir para o crescimento turístico de cada localidade. Também estivemos em São Paulo, participando da Feira das Agências de Viagens (ABAV), onde colhemos bons frutos. Na oportunidade nos reunimos com representantes de companhias aéreas que já nos mandaram propostas para que a gente equacione a parte do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), fazendo uma coisa mais adequada para o novo momento econômico que o Brasil vive e tentar justamente trazer mais voos para o nosso estado.

 Por último fizemos uma viagem internacional, para o Salão do Chocolate, em Paris, direcionado para os produtores de cacau do mundo. A nossa participação no Salão com um estande, show, distribuição de folhetos, foi um gol de placa. Aproveitamos o momento, para capacitar mais de 40 agentes operadores da França, na embaixada brasileira. Todos eles passaram a conhecer um pouco mais da Bahia. Além disso, fechamos acordos com a TAP e Air France, para trazer na baixa estação três voos, dois com agentes de viagens e operadores e um com a imprensa. Eles virão nos visitar depois do carnaval. Nossas viagens são para fazer capitação de negócios e de visitantes para a Bahia. Foi uma viagem que fizemos rapidamente, mas que surgiram alguns pontos interessantes de aproveitamento”, relatou.

José Alves diz estar “bastante otimista” com relação à temporada de verão que se aproxima. Ele destaca que o trabalho feito pela Bahiatursa, antes mesmo dele ocupar o cargo, atuando em feiras e eventos nacionais e internacionais, proporcionou “uma divulgação muito forte lá fora da Bahia. A Bahiatursa tem feito um trabalho muito forte no que diz respeito à participação em feiras e à divulgação da Bahia”, pontuou.

O governador Rui Costa aposta em José Alves à frente da Secretaria de Turismo do Estado da Bahia. Foto: Kin Kin/Divulgação
O governador Rui Costa aposta em José Alves à frente da Secretaria de Turismo da Bahia. Foto: Kin Kin/Divulgação

Do total do orçamento anual estadual de R$ 42 bilhões, aproximadamente R$ 200 milhões serão investidos no Turismo. O secretário José Alves observa que este valor “pode ser considerado pequeno, mas que, na verdade, a gente está começando um trabalho. O governador Rui Costa é um executivo bastante pragmático, ele gosta de resultados. Eu já percebi que se nós apresentamos resultados, ele aposta junto conosco. Quando eu cheguei já estava sendo arrumado esse orçamento. De qualquer forma, eu estou tentando até mexer nele ainda. Mas de qualquer sorte, a gente está em cima da sensibilidade do governador e se nós tivermos demandas e bons projetos não vão faltar recursos”, afirmou.

Quanto aos projetos que podem ser considerados prioritários, José Alves destaca o de propaganda da Bahia, durante todo o ano, através de ações pontuais em feiras e festivais nacionais, internacionais, redes sociais, além de campanhas publicitárias programadas em jornais e canais de televisão. Já no quer diz respeito às ações que dependem de recursos federais, o secretário de Turismo da Bahia acredita que o Prodetur (Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo) “vai sair do papel este ano ainda. São aproximadamente $85 milhões de dólares, mais de $ 250 milhões de reais. A gente conseguiu dá a ordem de serviço pra gerenciadora, que não tinha sido dada ainda, e isto é fundamental para o desenvolvimento deste programa de prioridade máxima. São 17 municípios que ficam na borda da Baía de Todos os-Santos que vão ser envolvidos. A gente já vai ter a roteirização, vai definir como fazer todo o processo de demanda econômica, social e turística. Isso vai fazer com que a gente agilize a construção de píeres, investimentos em cada localidade destes municípios, o Saque-náutico, o Museu do Recôncavo Vanderley de Pinho – localizado no distrito de Caboto, na cidade de Candeias, Região Metropolitana de Salvador -, tudo isso vai estar no processo. Imagino que no começo de 2017 vamos ter boas novidades aí”.

Para estimular a cadeia produtiva do turismo baiano, que envolve 117 municípios cadastrados, o secretário José Alves diz que vai aguardar a posse dos novos prefeitos para fazer uma reunião com todos eles, provavelmente em março, com objetivo de traçar metas. “Já existe um recurso federal para esta cadeia, de investimento rural, com percentual de juros muito baixos”, adiantou. Para Alves “não adianta fazer turismo sem infraestrutura. Vamos abrir espaços para que empresários do campo façam investimentos nas suas fazendas, nos locais que possam servir de atração turística. Este é apenas um exemplo do que pode ser feito”, ressaltou.

No plano do turismo marítimo, o titular da pasta do setor no estado revela que solicitou ao representante da Associação Brasileira de Empresas Marítimas, Marcos Ferraz, que amplie a oferta de navios no verão de 2017-18, quando poderá também poderá aportar em Salvador um navio de pequeno porte que deverá ser utilizado conduzindo turistas pelo roteiro marítimo do entorno da Baia de Todos os Santos.

“A gente enxerga a Baía de Todos os Santos como a melhor baía do mundo, recebeu até prêmio agora, que a gente precisava aproveitar mais”, destacou. Já o turismo náutico, que envolve os esportes náuticos, este também o secretário garante que será incentivado como deve ser.

“ Estamos atraindo regatas de novo para Salvador. Vamos com o Prodetur colocar infraestrutura que possa fazer competições de jet-ski, esporte a vela e outras, então tudo isto aí vira diária de hotel, contas de restaurantes, é uma cadeia produtiva do setor para atender estes atletas e participantes destes eventos”.

Sobre a possibilidade da liberação dos casinos no Brasil, José Alves declara ser “totalmente favorável. É uma matéria que estamos acompanhando de perto. Já sugerimos locais para instalar casinos aqui na Bahia, com infraestrutura total. Já tive inclusive reuniões com grupo de fora interessado, apresentei a eles empreendedores baianos e estou muito esperançoso que, passando a lei, a gente tenha um casino rapidamente aqui no estado”, disse, sem adiantar o local de construção de um casino em território baiano.

Durante a conversa com José Alves abordamos também a questão, mais do que polêmica e que vem despertando discussão acirrada entre integrantes do trade turístico baiano, a respeito do futuro do Centro de Convenções da Bahia em Salvador, cujo estado físico necessita ser redefinido, desde que parte de sua estrutura desabou.

 “Eu acho uma área pequena”, diz José Alves referindo-se ao equipamento do bairro do Stiep. “Acho que o melhor local para fazer o Centro de Convenções seria o da Marinha, no Comércio. Se você conversar com as grandes empresas de eventos mundiais, agente até conversou com uma delas que é multinacional e organiza até 300 eventos, ela considera que o local da Marinha é o melhor do mundo para poder competir com eventos mundiais, porque descortina à sua frente o mar, descortina todo o seu entorno, o Pelourinho, Mercado Modelo, atrações culturais, todo o entorno favorece a execução de um evento ali, fora a beleza natural que nós temos. Mas só que a Marinha está resistente. O governador deve conversar de novo com a Marinha, mas caso isto não seja possível, vamos para o Parque de Exposição – situado na Av. Paralela, próximo ao aeroporto de Salvador – fazer um local adequado, também de bom porte para atender os grandes eventos. A gente está perseguindo um local para fazer o turismo corporativo. Enquanto não temos um Centro de Convenções vai se fazer eventos aonde? Estamos conversando com a Arena Fonte Nova pra que, de repente, surja um equipamento lá que a gente consiga de alguma forma fazer isto acontecer. O Diogo Medrado, da Bahiatursa, está capitaneando este projeto e vamos aguardar as novidades”.

Para concluir, José Alves manda um recado ao trade turístico baiano de “união do grupo. Pela primeira vez nós temos dois técnicos nas pastas estadual e municipal: Érico Mendonça, com 42 anos de experiência, fantástico, meu amigo, um cara que conhece tudo de turismo, já foi inclusive do governo no passado, e eu estou aqui, modestamente falando, mas tenho 27 anos de experiência no ramo. Nunca fui de governo e estou procurando me adequar e gostando do trabalho, mas precisamos ter o trade unido, não importa a bandeira política. O turismo sendo bem movimentado é bom pra todos nós, então não adianta ficar em lados opostos”, concluiu.

Entrevista publicada em 27 de novembro de 2016, no site da Abrajet-Ba. 

 

 

 

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