Cruzeiros movimentam o Pantanal na fronteira com a Bolívia
Por Geraldo Gurgel
A cidade de Corumbá (MS), fronteira com a Bolívia, é o ponto de partida de muitos hotéis flutuantes e cruzeiros fluviais que percorrem o Pantanal. Para quem não dispensa a hospedagem em terra firme, é possível pegar uma das tradicionais chalanas que deixam o porto geral de Corumbá pelo rio Paraguai e retorna no mesmo dia à “Capital do Pantanal”. A diversidade de opções atrai, anualmente, mais de 200 mil visitantes ao Pantanal sul-mato-grossense, sendo que um quarto desses turistas são estrangeiros em busca de ecoturismo e aventura na maior região alagada do planeta.
De acordo com a Demanda Internacional de 2015, do Ministério do Turismo, dos 6,3 milhões de estrangeiros que vieram ao Brasil no último ano, 51,3% vieram a lazer e destes, 15,7% tiveram como motivação a natureza, o ecoturismo ou aventura, número maior que o registrado em 2014, quando o índice foi de 12,8%.
“Esse é um segmento importante para o turismo nacional e o objetivo do Ministério do Turismo é fortalecer esses destinos tanto com infraestrutura como com divulgação para que cada vez mais brasileiros e estrangeiros possam conhecer e desfrutar das belezas brasileiras”, afirmou o ministro do Turismo, Marx Beltrão.
Assim como Foz do Iguaçu (PR), na tríplice fronteira – Brasil, Argentina e Paraguai -, Corumbá se destaca como nova fronteira do turismo brasileiro e porta de entrada da América do Sul para a região. Além dos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, o Pantanal banha parte da Bolívia e Paraguai. Além da pesca esportiva, já consolidada na região, a temporada de cruzeiros fluviais na região possibilita os turistas vivenciassem a cultura pantaneira.
Os roteiros têm duração média de quatro a cinco dias de navegação e atividades em terra que permitem observar a diversidade da vida silvestre entre as belezas da maior planície alagada do mundo. As atividades de lazer ao ar livre e a integração com a natureza e a culinária típica pantaneira também fazem parte do destino Corumbá. São safaris terrestres, excursões em embarcações menores, cavalgadas, trilhas e banhos no rio Paraguai e afluentes, além de focagem de animais como jacarés, capivaras, tamanduás, lobos, tatus e onças.
O casario histórico na zona portuária de Corumbá, fortalezas e igrejas também encantam os visitantes. Os museus História do Pantanal e do Homem Pantaneiro então entre as opções culturais para o turista interagir com a história e o bioma local. A gastronomia e o artesanato reforçam a cultura regional.
O Mirante Cristo Rei do Pantanal oferece visão panorâmica de Corumbá, Ladário e das cidades vizinhas de Quijarro e Puerto Suarez, ambas numa área de livre comércio da Bolívia. Ainda por terra, a Estrada Parque Pantanal, com 120 Km de extensão, tem dezenas de pontes de madeira sob as quais atravessam os animais silvestres e que servem de mirantes para a observação da natureza.
Aventura
Para quem chega ao Pantanal pelo Mato Grosso, Cárceres (MT), a cidade também oferece serviços de ecoturismo, aventura e pesca esportiva para turistas brasileiros e estrangeiros. Tanto que o local foi escolhido para sediar o Festival Internacional de Pesca Esportiva, o maior do mundo em águas fluviais. Tanto Corumbá quanto Cárceres reforçam a importância do fortalecimento de roteiros integrados para a região de fronteira.
O Pantanal é reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade. Existem dois períodos distintos nessa reserva da biosfera. As chuvas, de novembro a fevereiro, são responsáveis pela cheia, quando os rios transbordam formando baías e lagos com grande quantidade de plantas e aves aquáticas, peixes e mamíferos, em especial as capivaras, lontras e ariranhas. Na seca, entre julho e agosto, o Pantanal se transforma. As águas começam a abaixar formando vazantes e praias naturais nos leitos dos rios. Nos passeios é possível observar uma grande quantidade de pássaros, mamíferos e répteis.
Fonte: Agência de Notícias do Turismo