Por Matheus Fortes
A chegada do mês de dezembro pode representar o aquecimento do comércio em todo o Brasil, mas, para uma capital litorânea que tem se voltado a se consolidar como um dos principais destinos turísticos do País, o mês é a porta de entrada no período mais importante da economia da cidade, com a vinda de milhares de visitantes que ajudam a colocar toda cadeia turística em atividade.
A estimativa da Secretaria Municipal de Cultura (Secult) é de receber 2,09 milhões de turistas neste verão – 10% a mais do que em relação ao ano passado –, ocupando um local de destaque entre os principais destinos turísticos do país.
Como aconteceu no ano passado, os dois principais produtos da temporada continuam a ser o Réveillon e o Carnaval – festas que aconteceram nos últimos dias de dezembro e nos últimos dias de fevereiro, respectivamente. Nesses períodos, o setor hoteleiro da capital estima o pico da ocupação dos seus 40 mil leitos ultrapassando os 90% nas duas épocas.
De acordo com o presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA), Silvio Pessoa, o fator que mais contribuiu para esta leve melhora no setor foi a promoção da cidade em outros estados, sobretudo o réveillon que havia contou com um megaevento de promoção em São Paulo, em novembro.
Já no período maior, compreendido entre as duas grandes festas, essa ocupação deve ficar em 80 a 90% dos leitos. “Não há como quantificar com precisão, pois atualmente as reservas para os períodos fora das grandes festas tem sido feitas com pouca antecedência”, explica Pessoa.
Outras contribuições também vieram da requalificação da orla marítima, e da programação cultural que tem movimentado as três áreas turísticas mais importantes da cidade nos fins de semana, que são o Centro Histórico, a Barra e o Rio Vermelho. ”Salvador é uma cidade peninsular, não há indústrias. Portanto, o grande gerador de emprego e renda, acaba sendo o setor do turismo”, destacou.
A época também pode impulsionar a criação de vagas temporárias nos estabelecimentos, contudo, Pessoa é cauteloso sobre a efetividade, devido à crise econômica, que sem dar sinais de melhoras, impede que o aquecimento do setor turístico se prolongue após a quarta-feira de cinzas.
GASTRONOMIA
O setor gastronômico também está cauteloso em relação ao período festivo. De acordo com o diretor de Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – seccional Bahia (Abrasel-BA), Luiz Henrique Amaral, a mobilização do lazer gastronômico depende em muito da resposta que o setor hoteleiro recebe.
“Já estamos com uma boa expectativa para o réveillon, mas nossa preocupação é com o período após a festa de fim de ano, pois ainda não sabemos como vai reagir o mercado”, explica Amaral, que estima um incremento de 8 a 10% nas vendas em bares e restaurantes durante o período.
Esse incremento, contudo, deve ser mais centralizado no segmento do lazer gastronômico – que representa 40% do total de estabelecimentos do gênero na cidade –, com uma grande procura dos restaurantes mais tradicionais da cidade, e que são voltados para a cozinha local.
A estimativa para a criação de novas vagas também não são positivas, ficando 60% mais baixa do que as contratações do ano passado.