Por: Yuri Abreu
O réveillon já passou, mas o momento, para Salvador, ainda é de comemoração. Tudo isso por conta da movimentação financeira realizada pelos turistas nacionais e estrangeiros que vieram passar a virada do ano na capital baiana. De acordo com a Prefeitura, foram cerca de R$ 400 milhões injetados na economia pelos 410 mil visitantes que permaneceram na cidade entre os dias 28 de dezembro e 1º de janeiro.
Para se ter uma idéia, no réveillon anterior, de 2015 para 2016, o município recebeu, de acordo com a Saltur, cerca de 250 mil turistas, número 40% menor em relação a este mesmo período, quando houve um gasto médio de R$ 980 entre hospedagem, alimentação e eventos por cada turista. Dos 410 mil visitantes, quase a metade (200 mil) foi oriunda do interior da Bahia, 150 mil de outros estados e 60 mil estrangeiros.
“Foi um sucesso de réveillon, um dos melhores do Brasil”, destacou Luiz Augusto Leão, presidente do Sindicato das Empresas de Turismo do Estado Bahia (Sindetur). “Isso repercute positivamente e reflete que a cidade está se preparando para receber bem o turista. Com isso, todos saem ganhando, desde o pequeno vendedor até os donos de hotéis”, salientou.
Um dos setores que de fato percebeu esse incremento foi justamente o dos hotéis, com uma ocupação média de leitos, no dia da virada, de 97%, batendo o índice do ano anterior. “A mídia gerada pelo réveillon foi fantástica, apesar de não terem sido feitas campanhas publicitárias divulgando a cidade no interior da Bahia e em estados como Sergipe e Alagoas. Mas, a cidade ficou lotada e a festa foi um sucesso”, pontuou Sílvio Pessoa, presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA).
Para Isaac Edington, presidente da Saltur, o alto investimento por parte dos turistas durante o período do réveillon é oriundo da divulgação antecipada do evento, o que ajudou a atrair um maior número de pessoas. “Salvador é uma cidade que vive da economia criativa e da indústria da cultura. Temos de valorizar esse momento importante e buscar realizar mais eventos como forma de manter os turistas circulando na cidade. Acredito que muita gente se surpreendeu com o que foi feito e Salvador retomou sua posição de destaque”, afirmou.
CARNAVAL
Agora, todos os olhos se voltam para maior festa do país, o Carnaval, que, em Salvador, também costuma trazer números consideráveis. Em 2016, de acordo com a Secretaria Estadual de Turismo (Setur), cerca de 560 mil pessoas visitaram a cidade e, por aqui, deixaram aproximadamente R$ 840 milhões durante os mais de sete dias de festa. Esse ano, o evento acontece entre os dias 23 e 28 de fevereiro, isso sem contar com os eventos pré-carnalescos como o Fuzuê e o Furdunço, que acontecem dias antes, 18 e 19 do mesmo mês, na região da Barra e Ondina.
Nesse período, a expectativa é a de que a ocupação hoteleira fique próxima aos 100%, também superando o que aconteceu em 2016. “Nós já estamos em fase acelerada de montagens e, nesse mês, o prefeito já deve anunciar algumas novidades. Temos uma grande expectativa quanto ao pré-carnaval para antecipar a vinda de turistas, assim como retardar a saída do soteropolitano”, disse Issac Edington.
Ainda segundo ele, o bom momento pode ajudar a compensar o atual momento de crise pelo qual o país atravessa. “Promover a cidade é uma grande oportunidade para diminuir o prejuízo, pois setores como bares, restaurantes e hotéis realizam contratações adicionais já que precisam de profissionais diante do aumento da demanda”.
Mas, ainda faltam pouco mais de 50 dias para a folia. Até lá, o desafio é de manter os visitantes na cidade com eventos diversos como o Percpan – festival de música percurssiva -, o Brasil Guitarras (que vai reunir os 10 melhores do país no instrumento) e o Paranauê, evento que terá a participação dos principais capoeiristas do mundo e vai acontecer na região da Barra, em Salvador.
Para Sílvio Pessoa, da FeBHA, é necessário que eventos assim continuem sendo realizados, já que, também neste período, as férias escolares chegam ao fim e muita gente precisa voltar ao seu local de origem. Por outro lado, com relação ao Carnaval em si, ele espera que festa continue mantendo o sucesso dos últimos anos. “Com mais democracia e mais blocos sem cordas. Afinal, é uma festa que vive no imaginário de muita gente e que enche os olhos”, comentou.
Já de acordo com Leão, que também é vice-presidente do Conselho Baiano de Turismo (CBTur), a meta é fazer ainda melhor do que foi feito em 2016. “Que o folião participe mais e as emissoras locais de televisão tenham mais tempo para transmissão. Além disso, temos que pensar a época não apenas para quem quer vir, mas também para quem quer sair da capital e aproveitar o período em destinos no estado que não sejam concorrentes com o de Salvador”, ressaltou.