Mais festas do verão de Salvador

O bairro do Rio Vermelho recebe milhares de pessoas que, de branco, vão reverenciar Iemanjá, orixá das águas e dos mares
O bairro do Rio Vermelho recebe milhares de pessoas que, de branco, vão reverenciar Iemanjá, orixá das águas e dos mares. Foto: Valter Pontes.

A capital baiana continua efervescente até o Carnaval, com celebrações populares para baianos e turistas. “Dia dois de fevereiro / dia de festa no mar…”. Nesse dia, e com uma alvorada de fogos, o Rio Vermelho recebe milhares de pessoas que, de branco, vão até a Praia da Paciência reverenciar Iemanjá, orixá das águas e dos mares. Com origens nas religiões de matriz africana, os festejos são marcados por manifestações do candomblé, pelo samba, pelas rodas de capoeira, pelas barracas e pelas oferendas levadas pelos seguidores à Casa de Iemanjá, ao lado da Colônia de Pesca Z1. Mais recentemente, a celebração também tem atraído festas privadas com atrações musicais e DJs.

Os mimos são colocados em balaios e, ao cair da tarde, junto com o presente principal ofertado pelos pescadores, são levados pelos barcos para serem depositados ao mar. Reza a lenda que, se a oferta for encontrada na praia no dia seguinte, é porque Iemanjá não aceitou a oferenda. Desde o ano passado, a festa teve um atrativo a mais com a requalificação da orla do Rio Vermelho, promovida pela Prefeitura e que possibilitou não apenas a reurbanização da região, mas também a recuperação de equipamentos como a Colônia de Pesca e a Casa de Iemanjá.

Itapuã

A ser comemorada em 2017 no dia 16 de fevereiro, a Lavagem de Itapuã é realizada desde o tempo da escravidão e começa de madrugada, com o som das violas, banjos, cavaquinhos, bandolins e maracas do Bando Anunciador. O nascer do sol é celebrado com uma alvorada de fogos e também marca a pré-lavagem da escadaria da Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Itapuã, com o café da manhã idealizado por Dona Niçu, falecida moradora do bairro, e cuja tradição foi mantida pelos filhos.

Durante o dia, as ruas são tomadas por baianas, pescadores, ciclistas, capoeiristas e cavaleiros e os rituais religiosos acontecem simultaneamente ao desfile de blocos do bairro, como o Malê Debalê. A lavagem das escadarias acontece ao meio-dia e, à tarde, barracas de comidas e bebidas animam o público até o avançar da noite.

 

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