Por Gabriel Fialho
Os parques temáticos brasileiros são uma alternativa de lazer para 17 milhões de pessoas, por ano, nos 13 empreendimentos em operação no país associados ao Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat). Um deles é o Wet’n Wild, localizado em Itupeva (SP), que recebe muitos turistas da capital paulista, a 70 quilômetros de distância. Interessados em passar um dia com muita diversão, o casal Wanderley Patrocínio, 25 anos, e Fernanda Watanabe, 24 anos, aproveitaram algumas das 22 atrações do local.
“Eu soube pela internet que tinha atrações novas e queria ver como estava”, conta Wanderley, que curtiu a piscina de ondas, o Rally (tobogã com quatro pistas), o Space Bowl (tobogã em forma de funil e que desemboca numa piscina) e o Vortex (os visitantes descem em uma boia por um túnel, chegam a um funil gigante e continuam fazendo curvas até chegar a uma piscina), dentre outros.
Para continuar empolgando os visitantes, os proprietários de parques temáticos têm que fazer investimentos periódicos. O Vortex foi a última aquisição do Wet’n Wild, em 2015, no valor de R$ 6 milhões. Desde então, ele é o ponto mais concorrido do local. “Uma nova atração faz com que a gente consiga um incremento de visitação de um ano para outro em torno de 20%”, calcula Ricardo Penteado, diretor de operações do empreendimento.
No entanto, segundo ele, os custos de importação são elevados. Produtos e equipamentos estrangeiros representam quase 60% de todo investimento realizado pelos parques nacionais anualmente. “O parque sempre procura trazer novidades para que o público tenha uma atração nova. Trouxemos o Vortex do Canadá a um preço elevado. Com todo custo de importação e frete, o valor original chega a triplicar e não há equipamento nacional similar”, afirma Ricardo.
A expectativa é que, em 2017, os parques brasileiros invistam cerca de R$ 180 milhões em melhorias. Aquisições que não são restritas a novos brinquedos e proporcionam maior conforto aos visitantes. “Temos uma pulseira para que a pessoa não precise andar com dinheiro. Facilita, até porque o dinheiro acaba molhando, tem que toda hora buscar o dinheiro na bolsa, muitas vezes o cliente não está com a carteira”, exemplifica Ricardo.
Com uma média de 500 mil visitantes por ano, concentrados no período de alta temporada – o verão -, o parque fez uma aposta para manter o fluxo de turistas mesmo na época de temperaturas mais baixas. “Outro investimento que a gente fez foi no aquecimento de todas as piscinas para manter o parque operando o ano todo. Nossa visitação ainda é muito focada no mercado local, principalmente no raio de 200 quilômetros daqui, e com volume pequeno de outros estados, como Rio de Janeiro, Santa Catarina e Minas Gerais. Só que a gente tem um potencial muito grande”, avalia o diretor do parque.
Para os moradores da região, o espaço se consolidou como uma alternativa para os dias de folga. “É um lugar bacana para ficar com a família e se divertir no final de semana, além dos brinquedos que são um tanto radicais”, opina Gabriel Azevedo, 20 anos, morador de Itupeva.
“É uma satisfação dizer para os amigos que moro perto do parque, porque ele é muito conhecido, as pessoas gostam. Ele fomenta muito o comércio e o turismo”, comenta José Gomes, 42 anos, que também vive no município que abriga o empreendimento.
CADEIA ECONÔMICA
Em 2015, foram gerados 11 mil empregos diretos nos 13 parques temáticos do Sindepat. Juntos, eles faturaram cerca de R$ 1 bilhão naquele ano. Somente o Wet’n Wild emprega atualmente 250 funcionários, número que passa para 450 na alta temporada. Eles atuam em áreas como administração, RH, contabilidade, financeiro, vendas, marketing, setor operacional, atendentes, salva-vidas, médicos, além dos profissionais de manutenção: eletricistas, mecânicos e tratadores de piscinas.
“Fazemos treinamentos para eles e como a gente tem essa sazonalidade, eles retornam para o mercado de trabalho com um pouco mais dessa noção, principalmente no segmento do turismo. São profissionais que saem daqui podendo trabalhar em hotelaria, centro de eventos, clubes e em outras áreas”, aponta Ricardo.
Para o turista Wanderley Patrocínio, que conhece outros parques temáticos nos Estados Unidos e também no Brasil, os empreendimentos deveriam ser mais valorizados. “Eu já fui ao Beach Park (Aquiraz-CE), ao Hopi Hari (Vinhedo-SP), ao Play Center (São Paulo). Os brasileiros não têm esse costume de ir a parques de diversão e é uma coisa bem legal. E para não ir para o exterior, deveríamos aproveitar mais os parques nacionais”.
TOP 10 MUNDIAL
Localizado em Penha (SC), o Beto Carrero World, foi considerado em 2016 o melhor parque da América do Sul e o 10º melhor parque de diversões do mundo. A eleição foi feita por meio de uma pesquisa anual feita pelo site Tripadivisor, a partir das avaliações dos internautas sobre os diversos tipos de estabelecimentos turísticos pelo mundo.
Inaugurado em 28 de dezembro de 1991, o local completou no final do ano passado 25 anos e se tornou referência para o turismo e o desenvolvimento da região, sendo responsável pela geração de 1,5 mil empregos diretos. No segmento de parques aquáticos, o Beach Park ficou em quinto lugar e o Hot Park, em Rio Quente (GO), foi o 10º mais bem avaliado do mundo.
Fonte: Agência de Notícias do Turismo