Por Yuri Abreu
A falta de uma decisão final sobre onde deve ser o novo Centro de Convenções, por parte do governo do estado, e quando ele deve finalmente ser construído vem gerando preocupações, principalmente, ao trade turístico, que vê a cidade perder grandes eventos para outras capitais inclusive da Região Nordeste, como Fortaleza e Recife.
Para tentar dar um rumo nessa discussão, especialmente quanto às possibilidades apresentadas pela gestão estadual para o equipamento (Comércio e Itapagipe, inicialmente), após o desabamento de parte da estrutura em setembro do ano passado, a Câmara de Vereadores de Salvador realizou, na manhã de ontem, 22, uma Audiência Pública que contou com a presença, entre outros, de representantes do trade turístico, do secretário municipal de Cultura, Cláudio Tinoco e outras autoridades.
Segundo o vereador Kiki Bispo (PTB), que presidiu a sessão, foram convidados o secretário estadual de turismo, José Alves, e o diretor superintendente da Bahiatursa, Diogo Medrado, para representar o governo do estado. Contudo, nenhum dos dois compareceu ao evento realizado no Centro de Cultura da Câmara.
Mas, se por um lado ainda existe uma indefinição por parte do governo quanto a construção do novo equipamento, para o trade turístico não há dúvida: o Centro de Convenções deve ser erguido exatamente no local onde foi construído o antigo, no ano de 1979, pois é um local que possui toda uma infraestrutura pronta para receber eventos.
“O governo do estado nos prometeu, em 2014, um novo Centro de Convenções. Passaram-se dois anos e três meses e o novo local ainda não foi definido. Eles estão empurrando o problema sem uma definição concreta. Eles também não dizem de onde virá a dotação orçamentária para a construção do Centro de Convenções. Outra questão é que precisamos ter um interlocutor para não ficar ouvindo informações desencontradas. Lembro ainda que o equipamento está sendo demolido, mas não houve sequer uma análise técnica sobre o por que do desmoronamento”, criticou Silvio Pessoa, presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA).
Ele ainda citou os prejuízos os quais vem passando o turismo de negócios da cidade, por conta da falta de um equipamento deste porte. Nos últimos dois anos, segundo Pessoa, foram fechados mais de 60 hotéis, sendo 12 de renome, sem contar os mais de dois mil bares e restaurantes.
Para o gestor da FeBHA, a atual estrutura existente na capital baiana comportaria, apenas, eventos de pequeno porte. “Temos salões para eventos de até duas mil pessoas. Mas não temos condições de suportar médios e grandes eventos a partir de cinco mil pessoas. A não ser que alugue tendas e ar condicionados, o que encareceria a realização deste evento”, disse.