Air France-KLM terá 3ª cidade no Brasil e 787 em SP

Por Artur Luiz Andrade

O presidente mundial do Grupo Air France-KLM, Jean Marc Janaillac, há oito meses no comando da empresa, esteve ontem no Brasil para um encontro com a diretoria da Gol Linhas Aéreas, incluindo o presidente Paulo Kakinoff. Segundo Janaillac, em entrevista exclusiva ao Portal PANROTAS, a companhia já sente a recuperação de vendas no Brasil (em relação a 2016) e por isso já tem planos concretos para iniciar voos para uma terceira cidade brasileira — hoje a Air France e a KLM voam para São Paulo e Rio de Janeiro, e no passado a aérea francesa já operou em Brasília e Recife, Janaillac disse que está em processo final de bater o martelo sobre que outra cidade brasileira estará na malha da companhia em 2018, e por isso não quis adiantar sequer a região estudada. O novo voo, aliás, destaca ele, é fruto da relação bastante próxima que a Air France-KLM tem com a Gol no Brasil.

Emerson Souza

O presidente mundial do Grupo Air France-KLM, Jean Marc Janaillac

O presidente mundial do Grupo Air France-KLM, Jean Marc Janaillac

 

O presidente não disse qual será seu novo destino no Brasil, mas anunciou também a entrada do Dreamliner 787 em uma das duas ligações diárias São Paulo-Paris (hoje a KLM usa a aeronave entre o Rio e Amsterdã), a partir de fevereiro de 2018. “Estamos confiantes no mercado brasileiro e da América Latina”, disse ele, que seguiu para o Chile, onde o grupo acaba de lançar novos produtos da Air France. Outra novidade do Brasil será a presença da La Première, a primeira classe da AF, em cinco voos semanais (hoje são quatro), a partir do final do ano.

MAIS PRODUTIVIDADE
O presidente do Grupo Air France-KLM disse que ainda não conseguiu fazer muitas mudanças nos poucos meses em que está no comando da empresa, mas foi enfático ao dizer que a companhia não cresceu o suficiente no ano passado, apesar dos resultados positivos (4% mais passageiros e resultado neto de 792 milhões de euros, aumento de 4% e de 674 milhões de euros, respectivamente). Sua meta, portanto, é achar meios de crescer em um mercado mais competitivo, com crises e novas demandas do consumidor. Isso em um grupo que tem duas das empresas mais antigas da Europa (só a KLM soma 97 anos).

“Iremos em duas direções: reforçar a qualidade dos produtos e a relação com os clientes; e reduzir custos e ser mais eficientes, com maior produtividade operacional”. Usar o diferencial de ter dois hubs (Schipol e Paris-CDG) e duas culturas atraentes em seus voos também é parte da estratégia. Segundo a Air France-KLM entre 16% e 20% dos passageiros de voos de longa distância passam pelos dois hubs europeus (ou sejam fazem a ida via Paris e a volta via Amsterdã, e vice-versa). A empresa promete uma ofensiva em seus voos de longa distância, incluindo o Brasil, com um aumento de 2% a 3% ao ano até 2020.

INVESTIMENTO NA GOL

Ainda sobre a relação com a companhia nacional, ele disse que não precisa investir mais dinheiro na empresa (a Air France é dona de cerca de 3% da Gol) para melhorar as sinergias. Ou seja, mesmo se o governo brasileiro conseguir a aprovação no Congresso para o projeto de lei que amplia para até 100% a participação de capital estrangeiro nas aéreas brasileiras, a Air France-KLM não tem a intenção de aportar mais dinheiro na Gol.

A parceria entre Air France-KLM e Gol serve atualmente 35 cidades no Brasil para 46 destinos na Europa, com 698 voos com codeshare.

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