Como é o novo Parque Nacional do Pau-Brasil, em Porto Seguro

Por Afonso Capelas Jr

Porto Seguro sempre foi o queridinho entre os destinos brasileiros para quem adora um litoral quente e luminoso praticamente o ano inteiro – incluindo aí o efervescente circuito noturno, com shows musicais nos clubes de praia da orla norte e os agitos da Passarela do Álcool, no simpático Centro da cidade.

Graças a esses atributos, a região recebe quase 1,5 milhão de visitantes todos os anos e é o terceiro principal destino do Nordeste.

A menos de meia hora do burburinho das praias, o Parque Nacional do Pau-Brasil acaba de abrir as portas aos turistas. Incrustado entre os vilarejos de Arraial d’Ajuda e Trancoso – as duas joias da coroa desse pedaço do litoral sul baiano –, o parque deixa de ser uma área reservada apenas para estudiosos.

Desde outubro passado, o lugar conta com um cardápio de atividades que inclui roteiros para grupos de observação de aves, tirolesa e arvorismo, mirantes, cachoeiras, áreas estruturadas para camping e roteiros para caminhadas e pedaladas.

Muitas trilhas são equipadas com deques de madeira que permitem acesso fácil e seguro a pessoas com mobilidade reduzida, inclusive cadeirantes.

Pelas trilhas, disponíveis nos seus 190 quilômetros quadrados de Mata Atlântica preservada, é possível admirar uma grande concentração de exemplares da árvore com que a frota de Pedro Álvares Cabral deparou, em 1500, e que acabaria batizando o país. A maioria ultrapassa os 40 metros de altura, e muitas podem ter até mil anos de idade.

O tour pela grande novidade da área começa no bem montado Centro de Visitantes, logo à entrada do parque. Depois de identificar-se na portaria e pagar o ingresso único (17 reais por pessoa, sem necessidade de agendamento), o turista tem seis trilhas de trekking à disposição.

Todas são bem sinalizadas, não é preciso ter guias e monitores por perto para se virar bem. O trajeto desde a portaria até o início delas pode ser feito em um micro-ônibus ou mesmo bike – dá pra alugar as magrelas por lá mesmo.

As trilhas são leves e curtas, com até 1 500 metros de extensão. Mas levam a lugares incríveis. Uma delas segue até o Mirante do Pau-Brasil, à beira de um boqueirão de 180 metros de altura, de onde se pode avistar boa parte da imensidão verde de Mata Atlântica que cobre a região.

Entre uma caminhada e outra, o espetáculo da fauna local. É possível topar com algum vagaroso bicho-preguiça equilibrando-se nos galhos de árvores imensas, como jueranas, sapucaias e parajus, em meio a cipós conhecidos como “escada de macaco”. No chão, tamanduás-mirins, quatis, antas e pequeninas pererecas não são difíceis de encontrar.

Para a turma das bikes, além do aluguel, o parque oferece roteiros predeterminados para amadores e experimentados. A agência de ecoturismo Bahia Active – empresa privada que obteve direito de explorar o filão no parque – disponibiliza esses passeios pelas trilhas.

Há percursos de 20 a 40 quilômetros, com variados graus de dificuldade – de trilhas leves e inteiramente planas até caminhos íngremes, que exigem bom condicionamento físico. Todos os pacotes dão direito a bike equipada com câmbio e capacete, lanche de trilha, água, isotônico e acompanhamento de guias. Fonte: Revista Veja.

 

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