Loha Phrasah e jardins reais: Parte antiga da capital tailandesa oferece uma série de passeios gratuitos. Fotos: Bangkok.com |
Quando se fala nos principais destinos turísticos do mundo, Nova York e Roma vêm logo à cabeça. Mas, acredite ou não, foi Bangcoc que encabeçou a lista das cidades que mais visitadas em 2016. A capital tailandesa recebeu quase 22 milhões de estrangeiros, ficando à frente de Londres (19,8 milhões) e Paris (18 milhões), segundo pesquisa da Mastercard. Só para se ter uma ideia, o Brasil inteiro recebeu o recorde de 6,6 milhões de turistas no ano passado, boa parte deles por conta dos Jogos Olímpicos.
CONHEÇA OUTRAS ROTAS NA TAILÂNDIA PARTINDO DE BANGCOC
De fato, a Tailândia é uma joia localizada no Sudoeste asiático, continente que vem sendo descoberto aos poucos pelos brasileiros, graças à grande oferta de passagens aéreas – a maior parte dos voos mais baratos parte de São Paulo, com paradas no Oriente Médio. Como recifense que morou lá durante quase um ano, posso assegurar que a caótica (porém, charmosa) Bangcoc sofre o mesmo preconceito que a capital pernambucana.
Assim como os visitantes que vêm ao estado passam dois ou três dias no Recife e seguem para o Litoral Sul, o mesmo acontece com a metrópole asiática, que acaba trocada depois de poucos dias pelas praias e ilhas do Sul do país (e que iremos detalhar na próxima semana). O clima por lá também é igual ao do Recife: um período de chuvas pesadas (e diárias), entre maio e agosto, e o resto do ano de sol e calor intenso, com uma diferença de que a média lá ultrapassa os 40 graus. Lembre-se que a cultura oriental é totalmente diferente da ocidental, então você pode não encontrar papel higiênico ou facas, por exemplo, em alguns locais mais tradicionais. Se visitar o país até outubro, não estranhe o luto oficial de um ano devido à morte do rei Bhumibol, que passou 70 anos no trono.
Cruzeiro pelo Rio Chao Phraya, em frente ao Wat Arun |
Apesar do sol forte, nada de shorts ou regatas. Em boa parte dos mais de 400 templos da cidade e em prédios oficiais (como o Grande Palácio), é proibido entrar com joelhos ou ombros descobertos, em sinal de respeito. A dica é levar uma calça (ou saia) levinha na mochila e vestir nas entradas. Esses itens são encontrados – junto a uma variedade de artigos locais – nos mercados noturnos. O gigantesco Chatuchack é aberto todos os fins de semana e deve ser parada obrigatória.
Os tailandeses são simpáticos (lá é a “terra do sorriso”) e adoram negociar, então prepare-se para barganhar tudo por menos da metade do preço. Não se iluda com as agências de viagens que oferecem pacotes em hotéis e albergues próximos à Khao Sand Road (a rua dos mochileiros). É uma péssima localização, longe do centro da cidade e sem linhas de metrô ou trem aéreo, deixando o turista refém dos irritantes tuk-tuks (espécie de triciclo) e de taxistas mal intencionados, que cobram o equivalente a R$ 50 por uma viagem pequena – um trajeto de meia hora não deve custar mais de R$ 10. Prefira ficar nas regiões do Siam ou Silom.
Nossa moeda é bem valorizada em relação ao bath tailandês. Numa praça de alimentação de shopping não se gasta mais de R$ 6 numa refeição. Se quiser arriscar numa barraca de rua (eu evitaria), o valor cai para R$ 3. Leve dólares e troque pela moeda local, pois dificilmente encontrará uma máquina de cartão de crédito ou débito. Ajuda na hora de comprar um pad thai (típico macarrão local) e até na hora da gorjeta depois de uma massagem.
Grande Palácio Real é a principal atração turística da capital |
Pechincha
Viajar para a Tailândia virou “modinha” entre os brasileiros mais jovens que resolvem fugir dos roteiros internacionais mais básicos, como Europa e Estados Unidos. Mas não é de agora que essa monarquia asiática é considerada a “capital dos mochileiros”, turistas conhecidos por adotar estilos de viagens mais baratos.
O preço salgado dos trechos aéreos – entre R$ 3,5 mil e R$ 4 mil, mas sempre há promoções – de mais de 40 horas (prepare-se para um fuso horário de 11 horas à frente) é totalmente compensado pelo custo de vida baixíssimo no país. Uma diária em hotel 5 estrelas em Bangcoc, por exemplo, pode custar o equivalente a R$ 120 (mais barato que um albergue em Paris ou Londres). Está cansado de andar? Pegue um táxi do subúrbio para o centro pagando menos de R$ 8. Prefere transporte público? A passagem de ônibus custa R$ 0,80. Para desfrutar de uma das gastronomias mais celebradas do Oriente, o visitante não paga mais de R$ 30 num bom restaurante – valor cai para menos de R$ 5 nos tradicionais carrinhos de rua.
O jornalista do Diario Diogo Carvalho foi mochilar num mês de férias e acabou morando lá durante um ano. Neste e no próximo fim de semana, ele conta algumas dicas e peculiaridades dos quatro cantos do país.
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