Por Nelson Rocha (texto e fotos)
Com temperatura mínima em torno dos 14 graus C, hospedagens confortáveis e aconchegantes – são quase três mil leitos -, bons vinhos disponíveis em restaurantes – de gastronomia regional, nacional e internacional-, gente hospitaleira e uma exuberante natureza formadora de trilhas, vales, montes, rios, cachoeiras e grutas, a cidade de Lençóis, situada na Serra do Sincorá, região das Lavras, centro oeste da Chapada Diamantina, na Bahia – a 410 km de Salvador-, é um lugar perfeito para se visitar no inverno.
O conjunto arquitetônico da cidade, marcado por traços neogóticos, foi tombado pelo IPHAN em 1973 como Patrimônio Histórico Nacional. O ecossistema e a biodiversidade da beleza natural renderam a Lençóis, fundada no ano de 1845, o título de Parque Nacional da Chapada Diamantina, isto em 1985, enquanto que a sua infraestrutura turística, hoje, lhe garante a classificação de destino indutor de turismo nacional e internacional por parte do Ministério do Turismo.
Para melhor informar os visitantes sobre Lençóis, dezenas de guias, muitos bilíngues, estão a postos e dispostos a conduzir casais, grupos e solitários, por trilhas que levam às grutas, ao Morro do Pai Inácio, Mucugezinho, Cachoeira da Fumaça, do Sossego, Ribeirão do Meio e ao Parque da Muritiba, entre outros atrativos naturais. “Todos são qualificados, treinados em primeiros socorros, com conhecimento da história e da geografia da região”, assegura Nelson Oliveira, presidente da Associação, dos Guias de Lençóis.
“A trilha mais procurada é a do Vale do Pati, que pode ser feita em três, quatro ou cinco dias, com todo o serviço incluso, transporte, hospedagem e alimentação”, relata. Esse passeio, que certamente torna-se inesquecível para quem o faz, sai por R$ 350, por pessoa, “mas existem acordos, descontos também”, adianta o xará.
Dioclídes Lopes Araujo, presidente do Conselho de Turismo do município, considera ser Lençóis uma cidade segura, aconchegante e a de melhor infraestrutura da Chapada Diamantina, “com rede hoteleira, pousadas, hostels, aeroporto, acesso rodoviário, bares e restaurantes de todos os preços, acessíveis a qualquer público. Há uma diversidade de atrativos a serem encontrados aqui. É fundamental vir no inverno a Lençóis”, diz.
Para o turista, conhecer Lençóis é também descobrir a beleza de sua gente e o drama humano do lugar, povoado por garimpeiros vindos de Minas Gerais, comerciantes de Salvador e da Europa, escravos trazidos de Angola. O encanto pelo destino começa nos primeiros passos dados pelas tradicionais ruas de pedra emolduradas por casarios dos mais simples aos sofisticados.
“Escolhemos finalizar nossa viagem pelo Brasil conhecendo essa beleza que é Lençóis. A estrutura aqui para receber os visitantes é muito boa”, confirma o analista de sistemas Eric Magalhães, 35, residente no Canadá. “Gosto muito do colorido das casas antigas e da atmosfera do ambiente. A cidade é encantadora, podemos andar nas ruas a qualquer hora do dia, ou da noite, tranquilos e a paisagem natural é maravilhosa”, pontuou a esposa canadense Rafaela Chavalier.
Da mesma opinião é a contadora Luciana Matos, residente em São Paulo, que aproveitou férias recentes na cidade. “Recomendo conhecer Lençóis, que à noite é uma delícia, com música ao vivo em várias ruas cheias de restaurantes. É maravilhoso!”, declarou.
Depois de 10 dias em Lençois, o artista plástico, fotógrafo e poeta Rogério Martins, revela que “a cidade te dá várias oportunidades de descobrir locais incríveis e tem uma energia muito forte em termos das pessoas daqui mesmo. A cidade é linda, tem uma religiosidade profunda, que eu sinto, tanto afro como também católica, apesar de não ser tão exposta hoje. Vale a pena conhecer”, sugere.
O espeleólogo aposentado Aloísio Cardoso, especialista em grutas da região, considera “tanto o povo nativo, como a gente alternativa que chega de fora e resolve passar um tempo em Lençóis, pessoas felizes. Eu conheço a Chapada toda e sei que o povo daqui se manifesta de uma forma mais prazerosa, sorridente. Acho que é o banho de rio que faz a diferença. O pessoal costuma falar que o banho de cachoeira lava a alma, e eu não tenho dúvida disto”, afirma.
No mais, para melhor entender o que lhe aguarda neste inverno literalmente entre bons Lençóis, um pouco da poesia do poeta, compositor, artista plástico, ator e produtor cultural Everaldo Soares, nascido na Chapada Diamantina: “Se abra para este campo formoso/ e faz de contas que existe um rio/ que corre sobre o leito dourado/ Cresce ao lado de um pé de mucugê/ Os lençóis são tão macios/ que é só andar aí pra ver!”.
Agradecimentos:
Hotel de Lençóis – Ligue: (75) 3334-1102 – Fax: (75) 3334-1201 reservas@hoteldelençois.com
Pousada Canto Verde: (55-75) 99900-9809, Rua da Muritiba, nº 03 – Centro. Reservas: cantoverde.lençois@gmail.com
Além de todas estas atrações descritas acima na cidade há oportunidade de seguir os passos de Cachoeira – FLICA e Mucugê – FLIGÊ e incrementar um Encontro literário o que não falta são razões para o evento – escritores da cidade: Afrânio Peixoto, Urbano Duarte, Manoel Alcântara, Ronaldo Sena, Orlando Sena, Itamar Aguiar, Delmar Araujo, Olímpio Barbosa, Américo Chagas, Claudionor de Oliveira Queiroz e Walfrido de Morais. Esta organização poderia está sobre a responsabilidade da CASA DE CULTURA AFRÂNIO PEIXOTO junto aos Poderes Públicos.
O festival de Inverno que ai existe poderia abrir espaço para as filarmônicas que existem na região e que são tradicionais e estão se acabando.
Ah! ia esquecendo, as fotos tão lindas! a da noite em lençóis, parecendo pelourinho dos bons tempos, dá vontade de estar lá, tomando um bom vinho e se aquecendo do inverno. Hê! Hê! Hê!
parabéns, nelson, amigo e jornalista ainda cheio de emoções pra tirar de suas mtas viagens que por certo virão. Turismo digital com força…e o portal é total!
vamos em frente! em tempo: o título da matéria tá bom demais…rsrs.