Festa da Boa Morte, em Cachoeira (BA), terá apoio oficial

Em ação conjunta, as secretarias do Turismo e da Cultura da Bahia oficializaram, nesta segunda-feira (24), o apoio à Festa da Boa Morte, que acontece anualmente na primeira quinzena de agosto, em Cachoeira, no Recôncavo Baiano. Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2010, a festa esteve ameaçada por falta de recursos financeiros. Os secretários da Cultura, Jorge Portugal, e do Turismo, José Alves, reuniram-se com o administrador do Centro Cultural da Boa Morte e organizador da festividade, Valmir Pereira, para assegurar apoio à festa.

Foto: Manuel Dias

Para José Alves, a festa é uma das mais importantes da Bahia; demonstra força, perseverança e a fé das mulheres da Irmandade da Boa Morte. “Os festejos celebram a libertação dos escravos.  Atraem estrangeiros (europeus, africanos, norte-americanos) e centenas de jornalistas, além de operadores e agentes de viagens, lotando hotéis, pousadas, restaurantes e bares. Todos interessados em conhecer melhor a tradição e influência da cultura africana”, disse o secretário durante o encontro.

Sobre o protagonismo das mulheres, séculos atrás, o secretário da Cultura, Jorge Portugal, comentou o levante das irmanadas. “A Festa da Boa Morte é um grande exemplo de resistência dessas mulheres. Elas compunham uma sociedade que angariava fundos para alforriar negros escravizados na Bahia. E, assim, essas senhoras o fizeram durante muito tempo. É por isso que elas tiveram de fazer um tipo de sincretismo, pois não era possível dizer que eram pessoas do candomblé, mas sim pessoas que tinham a crença relacionada à fé católica. E foi dessa maneira que o povo negro se ergueu vencedor. Viva a Boa Morte!”, destacou.

Acompanhado pela Irmã Cleusa e pelo fotógrafo Jomar Lima, Valmir Pereira agradeceu as manifestações dos secretários. O apoio das duas secretarias à Festa da Boa Morte será viabilizado pela Bahiatursa e pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC).

 

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