Por Camila Lucchesi
Uma ‘Nova’ Nova York. Foi assim que os executivos da NYC & Company apresentaram a face atual da cidade, eternizada no final de 1970 pela voz de Frank Sinatra. Muito mudou desde a época em que o saudoso ‘Blue Eyes’ espalhou a fama da Big Apple para todos os cantos do mundo – exceto sua fama de insone. A cidade continua sem dormir e, agora, expande seus atrativos por todos os lados dos cinco distritos que formam seu território. Até mesmo para baixo da terra.
Pela primeira vez no Brasil como CEO da NYC & Company, Fred Dixon (foto), reforçou as novidades do destino. O executivo também destacou outras inovações que devem ser realidade no curto e médio prazo e reforçou a importância do Brasil para o turismo do destino. “O País continua sendo nosso terceiro maior mercado de longa distância em número de visitantes e o segundo em termos de gastos de turistas, perdendo apenas para a China”, disse Dixon, durante o evento que reuniu jornalistas e operadores no Tivoli São Paulo Mofahej.
No ano passado, 817 mil brasileiros visitaram o destino. “A previsão para este ano é chegarmos a 811 mil brasileiros, número muito positivo se analisarmos o desempenho de outros mercados”, completou Christopher Heywood, vice-presidente sênior de comunicação global.
Compre um, leve dois
A apresentação não destacou apenas equipamentos e infraestrutura. Eventos de importância mundial – como a WorldPride 2019 que acontecerá na cidade em dois anos – e semanas temáticas também ganharam os holofotes. Como a consolidada, NYC Restaurant Week que acontece duas vezes por ano (a edição de verão acaba na próxima sexta-feira, dia 18; a de inverno acontece de 22 de janeiro a 9 de fevereiro de 2018), envolvendo mais de 350 restaurantes.
Heywood reforçou ainda a importância da NYC Brodway Week e NYC Off-Broadway Week, marcadas para 4 a 17 de setembro e 25 de setembro a 8 de outubro, respectivamente. As ações visam aumentar a movimentação na cidade durante a baixa temporada coma a ajuda de um de seus principais chamarizes culturais: os musicais. Nessa época, a venda de ingressos para os espetáculos funciona no sistema ‘compre um e leve dois’. “A hotelaria também se movimenta, com promoções e tarifas especiais durante esses períodos e em épocas pré-estabelecidas como a semana que antecede o feriado de Ação de Graças”, lembrou o VP de comunicação mundial.
Outra iniciativa que ganhou alguns minutos na fala de Dixon foi o LinkNYC, ação que compreende a instalação de totens que oferecem wi-fi gratuito e espaço para recarga de bateria, além de mapas e informações sobre a cidade disponibilizados em tablets. Há 700 equipamentos instalados nos cinco distritos da cidade e a previsão é que sejam 7.5 mil até 2024. A internet gratuita também chegou a todas as 279 estações de metrô que servem o destino.
Em termos de hotelaria, os executivos anunciaram o incremento previsto de 24 mil quartos de diversas categorias até 2019. As novas unidades irão se somar à oferta atual de 117 mil apartamentos. Dixon também reforçou duas novas rotas do ferry que passam a conectar a região litorânea de Rockaways, no Queens, e o sul do Brooklin com Wall Street, em Manhattan. O valor da tarifa é o mesmo de um bilhete de ida de metrô (US$ 2,75 ou R$ 8,75 na cotação de hoje). As próximas ligações partirão de Astoria, na rota que deve ser lançada ainda neste mês, Lower East Side e Soundview in the Bronx, ambas previstas para iniciar a navegação em 2018.
Dixon reforçou investimentos maciços que irão ampliar e atualizar a estrutura dos três aeroportos em operação – Newark, LaGuardia e JFK. Neste último, será criado o The Ark, um terminal especial para pets – por onde poderão transitar desde pássaros e cães de pequeno porte até cavalos e animais exóticos – e entrará em operação o esperado TWA Hotel, com 505 apartamentos, remodelado seguindo a arquitetura do TWA Fligh Center, de 1962.
Turismo no subterrâneo
Longe de ser claustrofóbico, o novo Lowline, em Lower East Side, será uma espécie de irmão caçula do High Line Park, famoso em 2009 por dar nova vida a uma antiga linha férrea. Agora, os olhos se voltam para baixo com a inauguração do parque subterrâneo, prevista para 2021, no lugar onde funcionou um terminal de bondes até 1948. A tecnologia empregada promete levar a luz solar para os ambientes do novo espaço cultural, permitindo que plantas naturais brotem e se desenvolvam de maneira natural.
Outra abertura muito aguardada é o The Vessel, a peça central dos jardins públicos projetados no complexo comercial e residencial de Hudson Yards, em Manhattan. No ano que vem, o espaço de arquitetura ímpar irá inaugurar um novo ponto de atração no já famoso skyline de Manhattan. Com aproximadamente 45 metros de altura, a estrutura de aço que parece uma colmeia gigante é formada por 2,5 mil degraus interconectados entre 154 lances e 80 plataformas e promete uma vista privilegiada para o rio Hudson.
Dá para ver que as novidades de Nova York independem do ponto de vista, trazendo para a realidade um dos slogans de promoção da cidade: Forever extraordinary, never the same – Extraordinária para sempre, nunca a mesma (em tradução livre).
Efeito Trump
A expectativa para 2017 é receber 61,7 milhões de turistas, sendo 49,3 milhões de visitantes domésticos e 12,4 milhões de viajantes internacionais. O número, se confirmado, significará aumento de 1 milhão de entradas na comparação com 2016. Realizadas antes das eleições presidenciais norte-americanas, as primeiras projeções da NYC & Company previam a chegada de 62 milhões de turistas estrangeiros ao destino neste ano. Em um segundo estudo, realizado entre outubro e novembro do ano passado, registrou-se a queda do número para 300 mil visitantes internacionais a menos o que, segundo Dixon, pode ser creditado à gestão Trump. Mas também pode ter origem em uma combinação de fatores que incluem a valorização do dólar, o andamento do Brexit e as eleições presidenciais na França. “O importante é que o número permaneceu nesse patamar desde então”, revelou o executivo, revelando que o NYC & Company realiza de três a quatro revisões ao ano nas projeções para os períodos seguintes. “Queremos reforçar que a cidade continua a mesma, pulsante e diversa, onde todos são bem-vindos”, finalizou o CEO. Fonte: Brasilturis