Por Nayara Oliveira
Branquinha ou amarela? Adocicada ou amarga? A pinga, caninha, aguardente, parati ou simplesmente cachaça é um produto de origem brasileira que atrai turistas apaixonados por aromas e sabores e tem até proposta de data especial de comemoração. O dia 13 de setembro é a data que o Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC) busca instituir, por meio de Projeto de Lei na Câmara dos Deputados, como “Dia Nacional da Cachaça”.
Originada nos engenhos, entre 1516 e 1532, a cachaça é um dos destilados feitos com cana-de-açúcar mais consumidos no mundo e pioneiro na América Latina. Tanto que foi criado antes mesmo do aparecimento do Pisco, da Tequila e do Rum. Reconhecida mundialmente como um patrimônio brasileiro, a bebida é responsável pela geração de cerca de 600 mil empregos diretos e indiretos.
Hoje, o Brasil produz, por ano, quase 800 milhões de litros da bebida e conta com cerca de dois mil estabelecimentos e quatro mil rótulos de aguardente registradas no Ministério da Agricultura. Entre os principais estados produtores estão São Paulo, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais, Paraíba e Espírito Santo. Na outra ponta, os maiores apreciadores da famosa “pinga” estão em São Paulo, Pernambuco e Minhas Gerais, além de Ceará e Bahia.
Em Minas Gerais, a bebida inspirou a criação do Circuito Turístico da Cachaça, lançado há apenas três meses, e reúne cinco municípios – Salinas, Taiobeiras, Rubelita, Fruta de Leite e Indaiabira – responsáveis pela produção de cerca de 70 rótulos da bebida tipicamente mineira, incluindo a Havana, considerada uma das melhores do mundo e que tem sua produção totalmente artesanal.
Na outra ponta, os maiores apreciadores da famosa “pinga” estão em São Paulo, Pernambuco e Minhas Gerais, além de Ceará e Bahia. Mas se engana quem pensa que a bebida desperta paixões apenas entre os brasileiros. Mais de 54 países exportam a bebida, o que gerou, em 2016, uma receita de quase R$ 44 milhões. Os países que mais exportam são Alemanha, Estados Unidos, Paraguai, Uruguai e França.
HISTÓRIA
O destilado faz parte da cultura e da história do Brasil. Isso porque, após a cachaça ultrapassar o número de vendas da bagaceira – bebida alcóolica portuguesa -, a corte proibiu a produção e comercialização do produto, o que gerou uma rebelião encabeçada por fazendeiros e produtores da bebida. Nascia aí, em 13 de setembro de 1661, a Revolta da Cachaça, movimento que abriu caminho para a legalização do destilado.
Para quem vai degustar, é bom ficar atento às diferenciações. Existem cachaças conhecidas como branca e amarela. A diferença é que a bebida de cor amarelada fica armazenada em madeiras típicas dos biomas brasileiros, como o Carvalho, a Amburana, o Jequitibá, o Amendoim, o Bálsamo, o Ipê, o Freijó, o Eucalipto e a Castanheira. Já a cachaça branca não passa por esse processo. Ambas podem ser consumidas puras ou em drinks como o Mojito, Margarita e claro, a famosa Caipirinha que, originalmente, é com cachaça. Fonte: Agência de Notícias do Turismo