Análise da Euroomonitor International (Instituto de Inteligência Comercial) aponta que o número de turistas nas unidades de conservação federais crescerá 11,5% em 2017. O documento estima que, em 2018, o país alcance o número recorde de 8,6 milhões de turistas nos Parques Nacionais. O Brasil ocupa a primeira posição no ranking da WTTC (World Travel and Tourism Council) em recursos naturais e os Parques Nacionais, com sua diversidade de atrativos, podem ter grande impacto neste resultado.
O presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Vinicius Lummertz, considera os dados relevantes, já que a estimativa é superior a alta de 2% prevista para o mercado de viagens domésticas como um todo e representa uma nova tendência para o posicionamento do setor. Mas acredita que é possível crescer ainda mais, se o processo de concessão de serviços de apoio à visitação nas unidades de conservação seja acelerado para atrair ainda mais turistas nacionais e internacionais.
“A saída para um aumento ainda maior do número de visitantes nos Parques Nacionais é a concessão para a iniciativa privada. Os casos de sucesso dos parques da Tijuca (RJ), Foz do Iguaçu (PR) e Fernando de Noronha (PE) comprovam essa necessidade”, afirma.
“Esse crescimento representa a mudança de um país que demonstra que pode ir muito além do turismo de Sol e Praia e que tem a natureza como sua maior riqueza. Trata-se de um posicionamento mundial muito importante, pois somos o país com maior potencial do mundo em atrativos naturais para o turismo”, destaca.
O Brasil também foi eleito pela revista turística internacional Conde Nast Traveller como o país mais lindo do mundo em belezas naturais e pelo canal norte-americano CNN como o país “mais legal do mundo”. Para ele, as concessões possibilitam a melhoria na infraestrutura e nos serviços prestados e fazem com que o Brasil seja mais competitivo e corresponda à expectativa criada a partir dessas eleições.
De acordo com o diretor executivo da Abeta (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura), Luiz Del Vigna os números atestam uma mudança no comportamento dos turistas e é fruto da política de comunicação da Embratur e do Ministério do Turismo, que valoriza os ambientes naturais.
Segundo ele, a Abeta é totalmente favorável a concessão para a iniciativa privada desde que com critérios e responsabilidade social. “A concessão é um dos caminhos para fomentar a visitação e melhoria dos serviços das unidades. Não se trata de privatização dos Parques Nacionais, mas sim a viabilização de uma visitação mais profissionalizada e com melhoria na infraestrutura e desburocratização”, afirma.
Concessão
No Brasil, atualmente, são 324 unidades de conservação que abrangem 9% do território nacional. Dessas, 72 são Parques Nacionais, localizados em todas as unidades da federação, totalizando cerca de 26 milhões de hectares. Desse total, quatro já têm contratos de concessão estabelecidos: Foz do Iguaçu (PR), Tijuca (RJ), Fernando de Noronha (PE) e Serra dos Órgãos (RJ).
O diretor institucional do Grupo Cataratas, Fernando Sousa, concessionário dos parques da Tijuca, de Fernando de Noronha e de Foz do Iguaçu, afirma que o crescimento no número de visitantes está ligado diretamente às melhorias de infraestrutura e serviços oferecidos nas unidades.
Segundo ele, a concessão proporciona um salto de qualidade para todo o público, com acessibilidade, limpeza e manutenção continua, além de profissionalização dos serviços e uma experiência com mais informações para os turistas.
Mais três unidades de conservação federais estão com o processo em andamento: Parque Nacional de Brasília (DF), Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) e Parque Nacional do Pau Brasil (BA). De acordo com informações do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, do Ministério do Meio Ambiente, os editais dos processos de concessão estão suspensos, aguardando manifestação do Tribunal de Contas da União – TCU. Fonte: Brasilturis.