Hotéis de Salvador tiveram taxa de ocupação de quase 100% no Réveillon

Por: Yuri Abreu

A maior taxa de ocupação dos últimos 22 anos. Desde a virada do ano de 1995 para 1996, Salvador não tinha um resultado tão expressivo no diz respeito à presença de hóspedes nos hotéis da capital baiana durante o réveillon. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis na Bahia (ABIH-BA), o índice chegou aos 99,6%. Na virada de 2016 para 2017, a taxa de ocupação chegou aos 97% no mesmo período.

Segundo o presidente da Associação, Glicério Lemos, alguns fatores contribuíram para esse significativo acréscimo, como a divulgação, pela parte da Prefeitura, do destino Salvador. A divulgação antecipada do Festival da Virada – que ocorreu entre os dias 28 de dezembro de 2017 e 1º de janeiro de 2018 –, a duração e a variedade da programação da festa em um novo espaço (Arena Daniela Mercury, na Boca do Rio) em meio à rede hoteleira instalada também foram citadas pelo gestor positivamente.

“Só não chegamos aos 100% por conta da chegada de alguns hóspedes após a meia-noite, horário em que o sistema não registra a estatística do dia 31. A repercussão foi maravilhosa e a Prefeitura tem que continuar com este Festival, ação que deu resultados positivos, práticos, e como efeito benéfico para toda a população, gerando riqueza e distribuição de renda. É muito importante a continuação desse réveillon como está sendo formatado, planejado e executado”, disse Lemos.

Durante coletiva aos jornalistas, realizada em um hotel na orla da Barra na tarde de ontem, o presidente da ABIH-BA também apresentou um balanço do setor hoteleiro da capital ao longo de 2017. O ano passado teve uma média de ocupação de 56,32%, superando em pouco mais de 5% o índice registrado em 2016. O resultado foi semelhante ao visto no ano de 2013, quando atingiu 56,27%. Já tomando como base apenas o mês de dezembro deste ano, os hotéis da capital baiana apresentaram uma taxa de ocupação média de 58,84%, contra os 50% que foram registrados em dezembro de 2016.

Já com relação à diária, a média caiu 3,4% entre os anos de 2017 e 2016 (de R$ 226,27 e R$ 234,25, respectivamente). Levando em conta apenas dezembro, o valor passou de R$ 232,79, há dois anos, para R$ 226,29. Glicério Lemos apontou como causas para esse fato a crise econômica e a falta de um Centro de Convenções. “Não podemos viver somente de uma temporada. Com a abertura de um novo espaço, em 2019, a expectativa é a de que sejam gerados cerca de 20 mil novos empregos. Turismo gera emprego e renda rapidamente”, comentou.

CARNAVAL

Os bons resultados registrados no réveillon da capital também devem se repetir na festa mais aguardada por baianos e turistas: o carnaval. De acordo com Lemos, a expectativa é a de que a ocupação supere entre 2% e 3% o que foi visto nos festejos de 2017, quando o índice ficou na casa dos 96%. Quanto ao verão no geral, o gestor afirmou que a estação já é melhor do que a de 2017, com um aumento da taxa de ocupação hoteleira em torno dos 20%.

“A coletiva de imprensa que a Prefeitura promoveu em São Paulo foi muito boa, uma grande divulgação da folia baiana. Então, ações como essa beneficiam a população e o turismo, que precisa ser realmente incentivado, pois gera resultados imediatos. Precisamos que o Estado também reforce sua política voltada para o turismo, aumentando o orçamento da pasta para 5% do PIB da Bahia”, pontuou.

Planejamento e mudanças

Para o ano de 2018, a Associação vai manter a mesma estratégia adotada em anos anteriores com o intuito de ampliar a atividade turística com foco na geração de emprego e distribuição de renda. Entre as ações estão a promoção de FAM Shows (reunindo operadores de viagens do Brasil e do exterior), realização do Fórum de Hotelaria e Turismo, acompanhamento das políticas públicas voltadas para o tema, entre outros temas relativos ao segmento.

Na ocasião, ele reclamou do alto pagamento de impostos por parte dos hotéis e da “concorrência desleal” de aplicativos e sites que atuam no segmento de hospedagem. “Importante que os nossos deputados federais se posicionem sobre a regulamentação desse tema como já acontece em países da Europa”, falou Lemos.

Outro tema abordado com foi relação a interiorização das ações da ABIH-BA para incentivar ainda mais o turismo no interior do estado, destacando Porto Seguro, Ilhéus e Chapada Diamantina como alguns dos principais destinos baianos que possuem boas médias de ocupações. “Nossa ideia é chegar a mais 10 cidades do interior esse ano, trabalhando em prol da hotelaria. Quantos mais pólos fortes, o turismo fica mais forte. Já temos algumas cidades consolidadas e queremos buscar mais ainda”, afirmou.

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