Por Geraldo Gurgel
A capital do Pará teve seu momento de plenitude no período áureo do ciclo da borracha, no início do século passado, que resultou em uma forte influência europeia, notadamente da França, que pode ser observado na arquitetura de prédios histórico. O Teatro da Paz é um exemplo desse passado glamoroso na cidade que comemora, nesta sexta-feira (12), 402 anos. Outro traço marcante da cultura local é a gastronomia que com ingredientes da cultura indígena, temperada com influências portuguesa e africana foi a mais bem avaliada pelos turistas estrangeiros que vieram ao Brasil em 2016. Aliada à cultura marcada pelo sotaque ribeirinho, Belém garantiu o título de cidade criativa da Unesco.
Como metrópole regional, Belém é a principal cidade da região norte e destaca-se pela posição geográfica privilegiada entre às margens do rio Guamá e a baia de Guajará nas proximidades da foz do rio Amazonas. O antigo Forte do Presépio (atualmente do Castelo) é o marco da fundação da cidade em 12 de janeiro de 1616 com vista da baía do Guajará. O local abriga o museu das etnias marajoara, tapajônica e tupinambás.
Além da culinária regional, o turismo local é marcado pelo artesanato indígena, as danças típicas, os monumentos históricos, parques, museus e eventos como o Círio de Nazaré. A maior festa religiosa do Brasil, no segundo domingo de outubro, reúne dois milhões de pessoas e, de tão grandiosa e popular, foi incorporada ao patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco. A processão do Círio de Nazaré parte da Catedral da Sé (1771), na Cidade Velha, e termina na Basílica Santuário Nossa Senhora de Nazaré, outro monumento à religiosidade do paraense e ao ciclo da borracha em Belém. Na cripta é possível visitar o museu sobre o Círio.
A Cidade Velha conserva a arquitetura colonial de Belém com igrejas e sobrados geminados, fachadas com azulejos portugueses, ruas estreitas, becos e calçadas de pedra. Ainda na antiga zona portuária de Belém fica a Estação das Docas, uma orla fluvial moderna onde se vivencia a cultura ribeirinha em harmonia com a inovação arquitetônica e o patrimônio histórico. O complexo turístico e cultural conta com três armazéns e um terminal de passageiros com opções da gastronomia paraense, lojas de artesanato, apresentações culturais e eventos. A região também abriga outro ícone do passado de Belém, o Mercado Ver-o-Peso, de 1901. Dentro da estrutura de ferro, moradores e turistas podem conviver com personagens como Beth Cheirosinha que comercializa em sua barraca poções para atrair o amor, ganhar dinheiro e combater o “mau olhado”, entre outras crendices.
No centro de Belém, o Bosque Rodrigues Alves é uma amostra da floresta amazônica original com 2.500 árvores. A área de 152 mil m² conta com lagos, grutas e orquidário, além de bichos amazônicos como peixe-boi e tartarugas. As lendas da floresta são representadas por esculturas do Curupira, defensor das matas, e o Mapinguari, espécie de monstro humano. Já o Parque e Museu Emílio Goeldi é um centro de pesquisa biológica e agronômica. Um santuário da fauna e da flora amazônica com mais de 2.000 espécies de plantas e cerca de 600 animais nos 52 mil m² do bosque. Tem peixe-boi, pirarucu e araras, entre outros, além de pés de guaraná, pau-brasil, castanheira-do-pará e palmeiras de açaí. Uma exposição permanente reúne centenas de animais empalhados, objetos indígenas e históricos do Pará. Fonte: Agência de Notícias do Turismo.