Basta não ter havido queda em Dezembro, como acontece há 22 meses, e Portugal ultrapassa, de facto, em 2017 a marca dos 15 mil milhões de euros de receitas turísticas, que são os gastos de turistas estrangeiros no país contabilizados pelo Banco de Portugal.
Os dados mais recentes do banco central indicam que Portugal somava 14.131,49 milhões de euros de receitas turísticas no fim de Novembro passado, pelo que, apenas mantendo os 876,56 milhões de Dezembro de 2016, somaria 15.008 milhões no ano de 2017.
Esta perspectiva é tanto mais plausível quanto desde Abril que Portugal está com aumentos homólogos mensais das receitas turísticas a dois dígitos, e até acima de 20% nos últimos três meses com dados publicados pelo banco central, ou seja, Setembro com +21,3%, Outubro com +22,4% e Novembro com +23,6%.
Assim, basta que Dezembro ‘não tenha fugido’ à tendência e Portugal somará mais de 15 mil milhões de euros de receitas turísticas em 2017, como também era previsão governamental.
Em comunicado divulgado ontem sobre os dados mais recentes do banco central, a Secretaria de Estado do Turismo argumenta que “confirmam a tendência de maior ritmo de crescimento das receitas face ao ritmo de crescimento do número de hóspedes”, mas na realidade a correlação entre os dois indicadores é cada vez mais fraca, como o evidenciam quer o crescimento mais acentuado do alojamento local quer os próprios dados do Instituto sobre as entradas de turistas estrangeiros.
Segundo informação do INE de 7 de Dezembro, baseada no seu Inquérito ao Turismo Internacional executado “nas principais fronteiras aéreas, rodoviárias e marítimas, estima-se que as entradas de turistas (não residentes) em Portugal totalizaram 18,2 milhões em 2016. A este número acrescem 10,1 milhões de entradas de excursionistas (visitantes sem dormida), atingindo-se um total de 28,3 milhões de entradas de visitantes”.
Ora, é desse total de 28,3 milhões que são contabilizados os seus gastos em Portugal, e não apenas dos 18,2 milhões de turistas (que pernoitaram pelo menos uma noite no país), ainda que dados mais recentes do INE indiquem que o alojamento turístico certificado (hotéis, hotéis-apartamentos, pousadas, apartamentos turísticos, aldeamentos turísticos e outros) somaram 18,96 milhões de hóspedes em 2016, o que poderá refletir o facto de haver turistas que fazem circuitos e se alojam em diferentes estabelecimentos, contando em cada um deles como um hóspede. Fonte: Presstur