Hotelaria espanhola compensa em preço o menor crescimento da procura

A hotelaria espanhola fechou 2017 com um ‘magro’ aumento das dormidas quando comparado com 2016, mas ainda assim em RevPAR teve um aumento bem mais próximo, porque acelerou em subida dos preços, com +6,4%, enquanto em 2016 tinha ficado em +4,5%.

 A taxa de ocupação hoteleira na Espanha aponta para pequena redução da permanência média dos visitantes no país.   

 

 

Os dados publicados ontem, 23,  pelo INE espanhol indicam que os hotéis e hostales espanhóis realizaram uma receita média de quartos de 58,7 euros por quarto disponível (RevPAR), com um aumento em 9,4% face a 2016, ‘puxado’ por um aumento do preço médio das diárias e 6,4%, para 87,3 euros.

Estas subidas contrastam em alguma medida com a evolução do número de dormidas, em que o crescimento ficou nuns ‘magros’ +2,7%, representando ainda assim um aumento em 8,868 milhões, para ligeiramente acima dos 340 milhões.

A penalizar a evolução das dormidas esteve, globalmente, a estada média, que caiu 1%, para 3,29 noites, reduzindo assim o crescimento que ocorreu em número de hóspedes, que foi em 3,7% ou 3,65 milhões, para 103,49 milhões.

Por mercados emissores, foi o doméstico que penalizou a evolução, ao ter um aumento das dormidas em apenas 0,7% ou 797,5 mil, para 115 milhões, com aumento o número de hóspedes em 1,4% ou 684,4 mil, para 50,22 milhões, mas queda da estada média em 0,7%, para 2,29 noites.

Dos mercados internacionais os estabelecimentos espanhóis tiveram um aumento do número de hóspedes bem mais robusto, em 5,9% ou 2,97 milhões, para 53,269 milhões, mas também uma queda da estada média mais forte, em 2,1%, para 4,22 noites, pelo que o aumento relativo do número dormidas acabou por ficar em 3,7%, embora em valor absoluto atinja mais 8,07 milhões, para 225 milhões.

Os dados do INE espanhol indicam que ainda assim a taxa média de ocupação dos quartos subiu 2,33% (+6,12% em 2016), contando para esse efeito com uma moderação do aumento da oferta de quartos de +0,88% em 2016 para 0,27% no ano passado.

A taxa de ocupação deu assim um contributo para a evolução positiva da RevPAR da hotelaria espanhola em 2017, mas os dados mostram que o principal impulsionador foi o factor preço, com subidas de 5% ou mais em todas as categorias.

O aumento em 5% foi precisamente nos topo de gama, os 5-estrelas-ouro, que em valor absoluto fizeram, no entanto, o maior aumento, em 9,1 euros, para 190,4 euros.

Os 4-estrelas ouro, que são a categoria com mais quartos em Espanha, por sua vez, aumentaram no ano passado o preço médio em 6,1% ou 5,4 euros, para 93,8 euros, e os 3-estrelas ouro, segunda categoria com mais quartos, subiram 7,8% ou 5,2 euros, para 71,6 euros.

Nas categorias mais económicas de hotéis, os 2 e 1-estrela ouro, as subidas foram, respectivamente, em 5,9% ou 3,3 euros, para 59 euros, e em 5,4% ou três euros, para 58,4 euros.

Nos hostales, os de 3 e 2-estrelas prata subiram o preço médio em 6,4% ou 3,1 euros, para 51,9, e os de 1-estrela prata foram os ‘campeões’ dos aumentos, com +12,1% ou mais 5,1 euros, para 47,2 euros.

Em RevPAR, ou receita de quartos por quarto disponível, os 5-estrelas tiveram a subida mais moderada, em 4,5% ou 5,7 euros, para 132,1 euros, que aponta para que tenham registado uma queda da taxa de ocupação em cerca de 0,5 pontos, para aproximadamente 69,2%.

Nas restantes categorias, a única que também teve aumento da RevPAR de apenas um dígito foi a dos 4-estrelas ouro, com +7,4% ou mais 4,9 euros, para 71 euros, limitado por uma progressão da ocupação média em apenas cerca de 0,8 pontos para aproximadamente 75,9%.

Os 3-estrelas ouro tiveram uma subida em 11,3% ou 5,2 euros, para 51,3 euros, os 4-estrelas ouro tiveram +11,6% ou mais 3,3 euros, para 31,8 euros, e os 1-estrela ouro tiveram +10,9% ou mais 2,6 euros, para 26,4 euros.

Os hostales tiveram as subidas mais fortes da RevPAR, com +14,9% ou mais 2,8 euros nos 3 e 2-estrelas prata, para 18,8 euros, e +26,8% ou mais 4,1 euros nos 1-estrela prata, para 19,4 euros,

Estas unidades, além de terem feito os aumentos de preços mais fortes também foram as que tiveram subidas da taxa de ocupação média mais fortes, em cerca de 2,5 pontos nos 3 e 2-estrelas, para 41%, e em cerca de 4,4 pontos 1-estrela, para 41,5%.

Os hotéis de 3-estrelas ouro tiveram uma taxa média de 71,9%, mais cerca de 1,6 pontos que em 2016, os 2-estrelas ouro tiveram 53,6%, em alta de cerca de 2,8 pontos, e os 1-estrela ouro tiveram 45,1%, mais cerca de 1,7 pontos que em 2016. Fonte: Presstur. Foto: Divulgação

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