Os estabelecimentos de alojamento turístico da cidade do Porto devem cobrar, a partir de quinta-feira, uma taxa turística de dois euros por pernoita de cliente maior de 13 anos, que a Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) e a AHP – Hotelaria de Portugal contestam.
Ouvido pela Agência Lusa, o presidente da APHORT, Rodrigo Pinto Barros, contestou que se trate de uma taxa turística, alegando ser “uma taxa de alojamento” e que considerou “injusta” e “desequilibrada”, por só se aplicar aos visitantes que pernoitam na cidade, deixando de fora os que a visitam e usufruem dos seus equipamentos, desde restaurantes e museus a transportes, mas não ficam no alojamento turístico.
Raul Martins, presidente da AHP, contestou, por sua vez, o modelo e o valor.
“Sendo a pegada turística apontada como principal motivo para esta taxa, a AHP considera que deveria ser paga por todos os visitantes e não apenas por quem pernoita na cidade, visto que as tarifas e impostos suportados pelas empresas hoteleiras não são as mesmas dos residentes”, disse Raul Martins à Lusa.
O presidente da AHP argumentou ainda que “o valor de dois euros é, obviamente, excessivo e infundado, até por comparação com o município de Lisboa, onde a pressão turística é superior”.
“Acresce que os hoteleiros do Porto associados da AHP entendem que as verbas da taxa turística devem ser aplicadas em benefício do turismo”, afirmou ainda o presidente da AHP, que se declarou “disponível para dialogar” com a Câmara do Porto.
O Regulamento da Taxa Municipal Turística foi aprovado em reunião do executivo camarário de 12 de Dezembro de 2017 e deliberada em Assembleia Municipal a 18 de Dezembro de 2017 e a receita que a Câmara do Porto estima obter é de “seis milhões de euros por ano”, valor que servirá para “mitigar a pegada turística”, segundo o presidente da edilidade, Rui Moreira.
“A taxa turística é uma realidade em várias cidades europeias e quando o seu propósito é a melhoria do destino, é entendida tanto por quem paga, o turista, como por quem cobra, os hotéis. No caso concreto do Porto, lamentamos apenas que a Câmara do Porto tenha decidido aplicar um valor que consideramos excessivo para a maturidade do destino”, comentou fonte das relações públicas do Grande Hotel do Porto citada na notícia da Lusa.
A notícia diz também que o Hotel NH Collection Porto ainda espera que a “estrutura informática” fique preparada para proceder à cobrança da taxa na quinta-feira, referindo que o tipo de cliente está preparado “à partida” para pagar a novo imposto, como já acontece em Lisboa. *Fonte:PressTUR com Agência Lusa