Fé e chocolate movimentam turismo na Semana Santa

Por Geraldo Gurgel

Até domingo de Páscoa, 01 de abril, o Teatro de Fazenda Nova, em Brejo da Madre de Deus, no Agreste de Pernambuco, deverá atrair até 5 mil pessoas por espetáculo nas duas apresentações diárias. O visitante pode conhecer os bastidores do maior teatro ao ar livre do mundo, com cenários que lembram a cidade de Jerusalém da época de Jesus Cristo. A cidade cenográfica com sua muralha de pedras e 70 torres movimenta a economia local. A encenação da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém gera 1.500 empregos durante a Páscoa e dinamiza o turismo de Pernambucano.

 

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Encenação em Nova Jerusalém. Crédito: Divulgação da Paixão de Cristo

 

No entorno de Fazenda Nova, no meio da Caatinga, fica o Parque das Esculturas, outro atrativo regional com dezenas de esculturas gigantes de granito que lembram o cotidiano do interior do Nordeste. Outros destinos pernambucanos oferecem serviços e atrativos diferenciados aos viajantes do turismo motivado pela fé como Caruaru já famosa pela freira livre, a culinária sertaneja e o artesanato popular em peças de couro e barro. Em Caruaru, Gravatá, Recife e até Porto de Galinhas, a movimentação turística da Semana Santa só é superada pelo carnaval e os festejos juninos. São esperados 250 mil turistas do Brasil e do mundo e uma injeção de R$ 200 milhões na economia local.

As celebrações religiosas também atraem milhares de turistas nas demais regiões do país. Nas cidades históricas de Minas Gerais, os visitantes revivem os rituais católicos tradicionais da Paixão de Cristo e aproveitam para conhecer o esplendor das igrejas barrocas de Tiradentes, Mariana, São João Del Rei, Ouro Preto, Diamantina e Congonhas. As três últimas ainda ostentam o título de patrimônio cultural da humanidade concedido pela Unesco pela riqueza da arquitetura colonial. Aos atrativos religiosos e barrocos juntam-se a paisagem natural da região e a culinária mineira. A combinação faz do passeio uma viagem no tempo inesquecível.

No Centro-Oeste, a Cidade de Goiás também é patrimônio cultural da Unesco. O título já é um motivo para se conhecer a antiga capital de Goiás com seus monumentos que remontam ao ciclo do ouro e a ocupação do “coração” do Brasil pelos bandeirantes. A Procissão do Fogaréu, que relembra a prisão e morte de Cristo é acompanhada pelos turistas. O destino une religião, tradição e história ao longo dos séculos.  A Cidade de Goiás é repleta de atrativos naturais e de aventura como o Rio Vermelho, a Serra Dourada e cachoeiras, além da comida caipira. Em Goiás também fica a Casa de Cora, museu dedicado a vida e obra da poetisa Cora Coralina.

O chocolate também movimenta as viagens de turismo nesta Semana Santa como o Festival do Chocolate, em Petrópolis (RJ) e o Chocofest de Canela (RS). O principal ingrediente dos Ovos de Páscoa, símbolo de renovação, é um dos motivos que levam milhares de turistas para a Serra Gaúcha. Gramado está entre os destinos mais visitados. Além da beleza da região com muitos atrativos naturais, o destino é rico em história e cultura da colonização europeia e sua influência na arquitetura, gastronomia, artesanato e produtos típicos da colônia. O vinho do Vale dos Vinhedos já faz parte do roteiro e combina com todos os momentos da viagem, inclusive com chocolate. Campos do Jordão (SP) é outro destino que se destaca pelos chocolates produzidos nas fábricas artesanais da Serra da Mantiqueira.

As cidades catarinenses de Pomerode e Blumenau contam com programação especial durante a Páscoa. Além de conhecer a arquitetura enxaimel e as belezas naturais do Vale Europeu, o turista se familiariza com as tradições da Páscoa. A Osterbaum, de Pomerode, é uma árvore feita com milhares de cascas de ovos naturais decorados. O período lembra o Natal e é marcado por apresentações musicais e folclóricas. Na vizinha Blumenau, a Osterdorf ou Vila de Páscoa resgata as tradições pascais, desde oficinas de pintura facial e de casquinhas de ovos até a confecção de orelhinhas do Coelho da Páscoa e a montagem da Osterbaum com a presença de coelhos vivos. Fonte: Agência de Notícias do Turismo

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