Dólar alto impacta viagens internacionais de julho, diz indicador

Por Henrique Santiago

O Conselho de Turismo da Federação do Comércio realizou, em parceria com a Panrotas, a segunda edição do Indicador do Turismo Panrotas/Fecomercio-SP. A primeira edição foi feita no Fórum Panrotas 2018, em março. Dessa vez o levantamento quis saber sobre o impacto da alta do dólar na procura por viagens internacionais.

Mariana Aldrigui, da Fecomércio-SP. Foto: Divulgação TUTU/ Rubens Chiri

A sondagem para esse segundo indicador foi feita entre 4 e 8 de junho com 330 empresários do setor – agências de viagens, operadoras, hospedagem e eventos – e revelou que 52% acreditam que haverá uma diminuição nas vendas de julho. Essa época do ano marcada pelas férias escolares e impactada pela Copa do Mundo, que acontecerá até o dia 15.

Um total de 21% dos respondentes acredita que o aumento esperado deve ficar abaixo da expectativa. E, por fim, 27% estão otimistas e não esperam impacto em suas previsões para o próximo mês.

Para 70% dos entrevistados, o dólar deve continuar instável nas próximas, sendo que 24% aposta no valor acima dos R$ 4. Já 23% acreditam que a moeda norte-americana permanecerá por volta de R$ 3,70 e só 7% depositam confiança na valorização do real brasileiro.

Como a desvalorização se acentuou muito próximo às férias de julho, 24,3% das empresas já haviam vendido suas viagens para esse período, e para quase 10% o cliente continua com a programação, mesmo com a turbulência cambial.

TROCA DE PLANOS

Mas essa manutenção dos planos não atinge a todos. De acordo com a sondagem, 18,3% avaliam que o consumidor troque o destino internacional pelo doméstico, muito em decorrência da incerteza em relação aos gastos de viagem.

José Guilherme Alcorta, CEO da Panrotas. Foto: Emerson Souza

“As empresas de Turismo no Brasil possuem vantagens sobre as demais, pois sabem as regras do mercado e podem ajudar o consumidor a se planejar e economizar na compra antecipada. O parcelamento dos produtos turísticos é um benefício que praticamente só existe aqui, por isso a dica é comprar tudo o que for possível da viagem ainda no Brasil e aproveitar esse parcelamento”, declarou o CEO da Panrotas, José Guilherme Alcorta.

Segundo ele, há promoções de destinos e fornecedores, pois o dólar está forte não apenas no Brasil, mas em diversos outros mercados, dentro da América Latina ou mesmo da Europa e América do Norte, caso do Canadá. Para Alcorta, também é uma boa oportunidade para as viagens domésticas e para o receptivo de turistas internacionais.

Na análise do Conselho de Turismo da Fecomércio-SP, a desvalorização repentina e rápida do real tem prejudicado o desempenho do setor. A influência negativa não foi maior devido às viagens que foram fechadas anteriormente. A alta mais expressiva do câmbio se deu no início de abril, ou seja, período curto para quem organiza uma viagem importante como é a das férias de julho.

“A aproximação do período eleitoral deve fazer com que a oscilação cambial se mantenha, de modo que o segundo semestre pode se caracterizar como um grande momento para o Turismo interno no Brasil. Por outro lado, também é um excelente momento para vender os destinos domésticos para o mercado internacional”, finalizou a presidente do conselho, Mariana Aldrigui.

 

Fonte: Panrotas

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