Classes C e D aumentam gastos com Turismo; saiba como aproveitar

Por Janize Colaço
Ainda que com um poder aquisitivo menor, as classes C e D foram as que tiveram o maior crescimento percentual com despesas em viagens, segundo o Índice de Potencial de Consumo (IPC Maps). Segundo os dados obtidos, que comparam o consumo dos brasileiros em 2013 e 2018, as faixas C1, C2 e D apresentaram um aumento de 64,5%, 147,1% e 223%, respectivamente.

“É preciso levar em conta que essas camadas são compostas por um número superior de pessoas em relação às faixas das classes A e B, e que, apesar da crise, há uma demanda por viagens mesmo por essa camada que tem um menor poder de barganha”, explica o responsável pela pesquisa, Marcos Pazzini.

Pazzini sugere que visto essa maior participação dessas camadas sociais apresentada pela pesquisas, agências e operadoras devem avaliar a oportunidade de negócios. “Levando em conta esse público e a sua capacidade de consumo, as empresas devem começar a pensar em produtos que realmente estejam de acordo com o perfil desses compradores.”

Para além do preço, ele destaca que tais viajantes tendem a temer as burocracias enfrentadas em aeroportos ou mesmo por questões idiomáticas. “Esse público é relativamente jovem em viagens de aviões, então pode ter receio com questões relacionadas ao check-in e despacho de bagagens, além de ter um percentual muito baixo de domínio de inglês ou espanhol”, destaca.

Parte da solução seria, na visão de Marcos Pazzini, pacotes que incluam serviços adicionais para facilitar tais questões ou mesmo mais oportunidade em roteiros nacionais. “Nesse sentido, ter o Brasil como o destino desses brasileiros é um caminho bastante viável”.

A seguir, confira o quadro completo de gastos dos brasileiros:

Despesas com viagens A B1 B2 C1 C2 D/E
2013 R$ 15,4 bilhões R$ 13,7 bilhões R$ 11,5 bilhões R$ 6,65 bilhões R$ 2,9 bilhões R$ 1,24 bilhão
2018 R$ 15,6 bilhões R$ 12,6 bilhões R$ 17,8 bilhões R$ 11 bilhões R$ 7,17 bilhões R$ 4 bilhões
Variação 1,4% -7,5% 54,7% 64,5% 147,1% 223,3%

OUTROS DADOS
A pesquisa ainda destaca que o setor deverá movimentar pouco mais de R$ 68 bilhões este ano, o que representa 1,65% da participação do cenário do consumo do País. Apesar de o gasto ser superior ao obtido há cinco anos, por exemplo, a indústria perderá uma fatia do consumo nacional, já que, em 2013, esse índice foi de 1,8%.

De acordo Pazzini, o recorte feito na metodologia da pesquisa teve por objetivo traçar as mudanças pelas quais os consumidores passaram durante o período da recessão econômica. “O ano de 2013 ainda traz a realidade antes da crise e, este ano, tende a demonstrar a recuperação”, pontua. * Fonte: Panrotas

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