Todo viajante quer chegar ao seu destino final com a bagagem intacta. É um ponto essencial para ter uma experiência agradável. Tanto é assim, que o setor da aviação tem tomado diversas medidas em relação ao rastreamento de bagagens nos últimos anos.
Em sua última assembleia anual, a Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata, da sigla em inglês) anunciou um plano para implantar sistemas de etiqueta com identificação por radiofrequência (RFID) no rastreamento de bagagem em todos os aeroportos do mundo, a partir de 2020.
A ideia da associação é despender um ano para entender os prazos e a capacidade da indústria de adotar o sistema como padrão. Durante esse período, a Iata também se alinhará aos parceiros – especialmente aeroportos – para divulgar a nova medida.
De acordo com Andrew Price, diretor global de bagagens da Iata, a indústria aérea está animada com a nova perspectiva. “O sistema oferece muitos benefícios às companhias e permite atingir a meta de rastrear 100% das bagagens. Também estamos providenciando eventos para aumentar a conscientização sobre o uso de RFID”, explicou.
Como funciona
As etiquetas RFID são dispositivos de identificação e rastreamento que funcionam por meio de sinal de radiofrequência. Sua estrutura é composta por uma antena, que capta informações, e por um microchip, que armazena os dados. Os dois materiais são protegidos por uma tag, normalmente de plástico, e pode ter vários formatos.
Na indústria aérea, esse sistema chega para substituir o código de barras, que é o padrão utilizado desde os anos 1990. O microchip RFID produz um sinal contínuo de energia que permite o rastreamento das bagagens de praticamente qualquer ponto da viagem, usando um leitor específico para radiofrequência.
Quando comparados, o RFID se sobressai em relação ao código de barras, principalmente porque não precisa do manuseio humano para funcionar. Várias etiquetas também podem ser identificadas ao mesmo tempo, o que aperfeiçoa o processo de rastreamento.
Segundo a Iata, o sistema tem uma taxa de sucesso muito alta. Implantações iniciais de RFID integradas durante todo o trajeto da bagagem mostraram que as malas são rastreadas em 99,9% dos casos, garantindo o encaminhamento e carregamento adequados. A associação ainda prevê que a adoção global do sistema pode reduzir o número de bagagens extraviadas em até 25% até 2022.
O contraponto para todos esses benefícios é o custo da etiqueta. O valor médio de um microchip RFID varia entre US$ 0,03 e US$ 0,05 e o custo do leitor oscila de US$ 1,5 mil a US$ 5 mil. Assim, as companhias aéreas que quiserem aderir ao novo sistema terão de investir em renovação da infraestrutura relacionada ao processo de transporte de bagagens.
Pioneirismo
O sistema RFID já é utilizado para rastrear bagagens por algumas companhias aéreas do mundo, mas a Delta Airlines é a que mais se destaca, de acordo com a Iata. A empresa implantou o sistema em 2016 e alcançou resultados importantes com a medida.
Desde o lançamento das etiquetas com sinal de radiofrequência, a Delta ficou em primeiro lugar entre os concorrentes em sete dos últimos 12 meses, no quesito entrega de bagagens. Em 2016, a empresa não havia conquistado o primeiro lugar nenhuma vez.
A empresa investiu US$ 50 milhões para implantar o sistema RFID em sua operação. Ao todo, foram instalados 4.600 novos escâneres, 3.800 impressoras de etiquetas de bagagens RFID e 600 leitores.
Espalhadas por 84 estações da companhia, 1.500 esteiras transportadoras acendem uma luz verde quando a mala é enviada para a aeronave correta. A luz vermelha aparece quando a operação necessita de manuseio. Todo o processo pode ser acompanhado pelo viajante por meio do aplicativo da Delta.
*Fonte: Brasilturisjornal