Exposição inédita no Museu da Misericórdia, em Salvador, reúne obras raras de Carybé

A paixão pela Bahia definiu quem Carybé se tornou como artista e, mais uma vez, a terra que ele tanto amou o consagra e homenageia, desta vez com a exposição Hector Bernabó, o Carybé da Bahia. O lançamento da mostra acontece no dia 27 de setembro, a partir das 18h30, no Museu da Misericórdia, da Santa Casa da Bahia. A exposição inédita reúne 34 telas de coleções particulares de Irmãos da Santa Casa, nunca exibidas em conjunto e pouco vistas pelo grande público.

Mostra ‘Hector Bernabó, o Carybé da Bahia’ entra em cartaz nesta quinta-feira, dia 27 de setembro

“Esta homenagem da Santa Casa vai, graças à generosidade dos colecionadores, permitir ao público apreciar obras que há muito não são expostas”, destaca a filha do artista, Solange Carybé. Segundo a curadora da mostra, Simone Trindade, a exposição mostra o percurso artístico de Carybé. “As obras foram produzidas em períodos diferentes da vida dele, nas décadas de 40, 50, 60… Todas elas mostram a forma como Carybé percebia o modo de ser do baiano, as festividades, a alegria e a religiosidade”, afirma.

O provedor da Santa Casa da Bahia, Roberto Sá Menezes, destaca a importância de receber a exposição no espaço cultural da instituição. “É uma honra para nós promover essa realização que é mais um marco na trajetória do Museu da Misericórdia, mais um passo de sua relevante participação no fomento à cultura da Bahia”.

A exposição Hector Bernabó, o Carybé da Bahia acontece até 28 de outubro. O Museu da Misericórdia funciona de terça-feira a sexta-feira, das 8h30 às 17h30, aos sábados, das 9h às 17h, e domingos e feriados, das 12h às 17h. Os ingressos custam R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia).

O artista

Nascido como Hector Julio Páride Bernabó em Buenos Aires, na Argentina, Carybé recebeu o pseudônimo artístico no período em que morou no Rio de Janeiro, quando era escoteiro na Tropa dos Peixes do Clube de Regatas do Flamengo. Lá, cada um era nomeado de acordo com um peixe e coube a ele “Carybé”, uma espécie de piranha. Seu contato com a arte veio desde cedo, ao ajudar no ateliê de cerâmica de seu irmão mais velho Arnaldo.

Sua primeira vinda à Bahia aconteceu em 1938, quando trabalhava como correspondente do jornal argentino El Pregón. Esse primeiro contato já o encantou e, 12 anos depois, voltou à capital baiana com recomendação do amigo escritor Rubem Braga, apresentando-se a Anísio Teixeira, então Secretário de Educação do Estado da Bahia. O cenário local passava por uma efervescência cultural e foi nele que Carybé pôde florescer enquanto artista, captando cores, formas, movimentos, personagens da rua, do cotidiano e do jeito de ser baiano.

A naturalização como brasileiro veio em 1957 e, ao longo de sua vida, Carybé foi um artista plural: desenhista, pintor, ceramista, jornalista, gravador, escultor, muralista, além de ter ilustrado publicações de escritores como Jorge Amado e Gabriel García Márquez. Carybé faleceu em 1997 em Salvador, aos 86 anos, vítima de um ataque cardíaco.

Sobre o Museu da Misericórdia

Instalado no local que abrigou o primeiro hospital da Bahia e a sede administrativa da Santa Casa da Bahia, em prédio erguido no século XVII e tombado pelo IPHAN em 1938, o Museu da Misericórdia é um dos mais importantes espaços culturais do Estado e possui em seu acervo obras que contam parte da história da Bahia e do Brasil. Pertencente à Santa Casa da Bahia, o museu também tem em seu espaço a Igreja da Misericórdia, um dos mais significativos monumentos religiosos de Salvador, considerada uma grande representante dos estilos barroco, neoclássico e rococó. O Museu da Misericórdia tem o apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.

Serviço

O que: exposição Hector Bernabó, o Carybé da Bahia

Quando: 27 de setembro a 28 de outubro.

Funcionamento: terça-feira a sexta-feira, das 8h30 às 17h30, aos sábados, das 9h às 17h, e domingos e feriados, das 12h às 17h

Onde: Museu da Miserircórdia – R. da Misericórdia, número 6, Centro Histórico de Salvador

Quanto: R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia).

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