A integração natural entre cultura e turismo ganha destaque durante a 8ª edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), aberta nesta quinta-feira (11), no Recôncavo Baiano. Considerado um dos maiores eventos literários do país, a festa é realizada com patrocínio do governo do Estado e atrai grande número de turistas, o que se traduz em ocupação hoteleira de 100%.

Eventos como a Flica potencializam o turismo e a economia do município, como fica evidente no movimento da hotelaria.  “Antes mesmo de se definir a data do evento, já tínhamos uma lista de espera por vagas”, disse Euler Oliveira, recepcionista da Pousada Pai Thomaz, que possui 13 apartamentos. Segundo ele, as vagas esgotaram assim que o evento foi anunciado.

O hotel Convento do Carmo, o mais tradicional da cidade, também teve os 26 apartamentos reservados com antecedência, segundo a recepcionista Josinete Conceição Batista. “Já em agosto, alcançamos plena ocupação para o período da festa literária”.

Em São Félix, separada de Cachoeira pela ponte Dom Pedro II, hotéis e pousadas também lotaram. “Nossos 23 apartamentos estão todos ocupados entre 11 a 14 de outubro”, informou Rejane Bispo, da recepção da Pousada Paraguassu.

Os secretários estaduais de Turismo, José Alves, e de Cultura, Arany Santana, participaram da cerimônia de abertura da programação.

Debates, lançamentos de livros, exposições e apresentações artísticas fazem parte da programação da Flica, que este ano homenageia a escritora Conceição Evaristo.  Entre as atrações estão nomes como Patricia Hill Collins, Djamila Ribeiro e o português Valter Hugo Mãe.

Após a primeira etapa da programação,  José Alves e o subsecretário Benedito Braga percorreram estandes da festa literária. As secretárias de Promoção da Igualdade Racial, Fábia Reis, e de Políticas para Mulheres, Julieta Palmeira, também participaram, assim como o superintendente de Serviços Turísticos da Setur-BA, Jorge Ávila.

Passeio guiado apresenta a história de Cachoeira para estudantes durante a Flica

A literatura já toma conta das ruas de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, durante a Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica). No final da manhã desta quinta-feira (11), antes da abertura oficial da Flica, as atividades foram iniciadas com uma aula e passeio guiado sobre edifícios e monumentos históricos da cidade. 

A iniciativa faz parte do projeto Núcleo do Conhecimento, em fase de implantação pela Secretaria do Turismo da Bahia (Setur), e as aulas são ministradas por historiadores na Fundação Hasen Bahia. Na plateia, estudantes do Ensino Fundamental e  Médio têm a oportunidade de conhecer e entender a contribuição de Cachoeira para a história nacional. 

 A atividade tem duração de 1 hora e 40 minutos, dividida entre aula teórica e visita a cinco edificações históricas: Conjunto do Carmo, Casa da Câmara e Cadeia Pública, Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Casa da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte e Ponte Dom Pedro  II.

A primeira aula foi ministrada pelo historiador Cacau Nascimento, que ressaltou a importância de Cachoeira para o país. “Cachoeira sempre centralizou as duas zonas de produção de açúcar e tabaco do país e continua até hoje com essa centralização, só que do ponto de vista cultural. Esse legado político, cultural e econômico de Cachoeira é reconhecido até hoje. E quando você partilha esse conhecimento com estudantes, eles ficam muito interessados porque é um assunto ainda pouco abordado em nossa literatura”, pondera. 

Estudantes de Alagoinhas acompanharam a aula e passeio guiado, entre eles, Brenda Souza, que vista a cidade pela primeira vez. “É uma ideia muito importante, principalmente porque hoje em dia a Educação enfrenta a falta de incentivo e estar em Cachoeira conhecendo a história e vivenciando esse aprendizado está sendo muito proveitoso”. 

A visita dos estudantes às edificações históricas é acompanhada pelo presidente da associação de guias turísticos do Recôncavo Baiano, Sandro Simão. Ele conta que a equipe de 15 guias, que atuam exclusivamente em Cachoeira, precisou ser reforçada para atender o público da Flica. “A Flica, além de ser incrível por falar de Literatura, movimenta a economia do recôncavo, já que traz pessoas de diversos lugares para cá. A gente tenta oferecer todo o suporte para que essas pessoas conheçam a nossa história. Reforçamos nossa equipe com 10 monitores para melhorar nosso serviço e a expectativa é contribuir para uma festa linda”, afirmou.