Empresário do turismo é chamado a participar de campanha contra desemprego

 

Por Nelson Rocha

A campanha “Empresários Unidos Contra o Desemprego”, lançada em Salvador nesta terça-feira, 13, na Casa do Comércio, com um almoço de adesão, convoca a cadeia produtiva do turismo a gerar emprego. Hotéis, agências de viagens, bares e restaurantes são chamados a participar da mobilização que irá envolver a indústria, o comércio, serviços e o agronegócio – de micro, pequeno, médio e grande porte – em um grande esforço contra o desemprego no país.

“O turismo não só pode contribuir com esta campanha, como deve. É um setor que emprega muito, principalmente nesta época de final de ano, verão. Então eu conto com a indústria hoteleira, do turismo, porque ela tem condições de ajudar a população neste momento difícil de desemprego. Todas as empresas ligadas ao turismo, a partir deste momento eu peço e convoco para esta iniciativa, que nós estamos tomando para tirar o jovem das ruas e dar uma oportunidade de trabalho”, declarou Carlos Barduque, empresário idealizador da campanha, depois de falar para uma plateia constituída de empresários ligados ao Sistema FIEB (Federação das Indústrias do Estado da Bahia) e Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia).

O setor produtivo da Bahia, numa iniciativa inédita, lança campanha contra desemprego com a presença da imprensa e quer a participação dos empresários de turismo do país. Foto: Divulgação

 

Conforme Carlos Barduque, que atua no setor de cosméticos, empresários de 17 estados já se manifestaram interessados em participar da campanha, que terá uma plataforma digital e será lançada oficialmente no segundo dia do ano de 2019. No Brasil existem na atualidade mais de 12 milhões de desempregados, dos quais mais de 500 mil na Bahia. A intensão do movimento é que cada empresa contrate pelo menos um empregado CLT.

“É uma ação espontânea social, sem nenhum envolvimento partidário. É uma iniciativa de retribuição. Está na hora de nós, empresários, fazermos algo pelo Brasil sem pedir nada em troca”, acrescentou.

Desempregado não faz turismo

“Ninguém desempregado faz turismo. Na hora que você gera um emprego, que você cria dignidade para a família, ela começa a pensar no lazer. No momento que está desempregado, a única coisa que se pensa é em botar a comida na mesa para sobreviver. Está na hora de nós quebrarmos o retrovisor, acendermos os faróis de milha e soltar a trava de mão. Só o empresário pode mudar o país. Vamos lutar para isto acontecer porque, com certeza, mais um empregado, mais uma família fazendo turismo”, enfatizou na oportunidade Herivaldo Nery, presidente em exercício da Fecomércio-Ba.

Para Rafael Bulhões, executivo da operadora Grou Turismo, o turismo é, de fato, “uma fonte da economia que tem a capacidade de gerar muito emprego”. Ele observa que apesar de todas as dificuldades que o turismo no Brasil enfrenta, nos diversos nichos onde atua, já “gera uma grande massa de mão de obra em função de toda a sua cadeia produtiva que inclui hotel, restaurante, receptivo, transporte, aeroporto. O setor já faz isto e pode fazer muito mais”, observa.

De acordo com o IBGE, existem no país em torno de 5,1 milhões de empresas – conforme o Cadastro Central de Empresas (2016) -, nos setores industrial, do comércio, serviços, transportes e no agronegócio. Se cada uma delas vier a contratar um trabalhador, a quantidade de trabalhadores desempregados cairá quase à metade, iniciando um ciclo virtuoso na economia. “O Brasil precisa da união entre empresários e trabalhadores para que a economia volte a crescer de forma sustentada”, pontua o empresário Raul Menezes. A semente para fazer brotar este fruto está lançada.

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