A Prefeitura de Salvador, através da Fundação Gregório de Mattos, montou uma programação especial para este final de semana. Os espaços culturais geridos pela FGM estarão funcionando a pleno vapor, com as Oficinas do Fábrica de Musicais, no Boca de Brasa, Balada Literária, Festival de Música, EPA! Encontro Periférico de Artes e muito mais!
A Casa do Benin recebe, nos dias 14 a 17 de novembro, a IV Balada Literária da Bahia, celebrando a força dos encontros artísticos e o poder político e transgressor da arte. Realizada uma semana antes da edição paulista do evento – que está no 13º ano – a versão baiana elege como seu principal homenageado o cantor e compositor Lazzo Matumbi (foto), mas também celebra as obras do cantor Itamar Assumpção e da escritora Alice Ruiz, os homenageados nacionais.
Nos quatro dias, a Balada baiana oferece uma programação que combina saraus, bate-papos, oficina, lançamentos e performances artísticas. Entre os destaques desta edição estão as presenças das cantoras Anelis Assumpção, Alzira E, da escritora Alice Ruiz e de Carlos Verçosa, escritor e pesquisador parceiro de Itamar Assumpção na juventude; o lançamento em Salvador de Bagageiro, novo livro do escritor Marcelino Freire; a presença do autor moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa, pela primeira vez na Bahia; uma conversa musical com Lazzo; a edição especial do Sarau Bem Black; e uma conversa-oficina sobre produção literária em tempos digitais, que contará com a participação de Talita Taliberti, gerente de autopublicação da Amazon.
Na quarta (14), das 19h às 22h, acontece a edição especial e afetiva do Sarau Bem Black, que celebra o Novembro Negro e as obras essenciais de Lazzo Matumbi e Itamar Assumpção (1949-2003). As canções dos dois artistas marcam o ritmo da discotecagem da noite com o DJ Joe. Apresentando por Nelson Maca, o Sarau tem entre os convidados a cantora Anelis Assumpção (filha de Itamar) e os escritores Marcelino Freire e Alex Simões. Na quinta (15), não haverá programação na Casa, pois acontece a XIV CAMINHADA PELO FIM DA VIOLÊNCIA E DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA, PELA PAZ , às 14h com concentração no Busto de Mãe Runhó – Final de linha do Engenho Velho da Federação.
Na sexta (16), Marcelino Freire media uma conversa literária e musical entre as cantoras Alice Ruiz e Alzira E, parceiras de vários trabalhos artísticos. Outro momento que promete uma movimentação intensa na Casa será o Sarau da Diversidade, conduzido pela artista e ativista baiana Bia Mathieu e por Ed Marte, que vem diretamente de Minas Gerais. Ambos apresentarão performances próprias e receberão artistas trans da cidade.
E no sábado (10h), acontece oficina sobre escrita, organização e auto-publicação em tempos digitais, com um time reforçado: a escritora Gisele Mirabai, Prêmio Kindle de Literatura, Talita Taliberti, gerente de autopublicação da Amazon; Evanilton Gonçalves, escritor lançado pela Paralelo 13S, e Itamar Vieira Vieira Junior, Prêmio Leya de Literatura 2018.
Nelson Maca destaca a importância da realização de mais uma edição da Balada “que chega num momento tenso, quando a arte questionadora e sem amarras terá um papel fundamental no futuro imediato do país. A Balada representa nosso primeiro grito de reação bela e bélica a um presente assustador”, afirma Maca. Além do Sarau Bem Black, Maca junta-se ao poeta e professor Wesley Correia na conversa (sábado. 17h) com o escritor moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa, que lança o livro Gungunhana: Ualalape e as Mulheres do Imperador, pela editora Kapulana.
Ainda no sábado (17), último dia, a Balada recebe Lazzo Matumbi, para contar um pouco sobre sua trajetória na música baiana e nacional, iniciada nos anos 70, no bloco afro Ilê Aiyê, e conversar sobre algumas das canções que marcaram gerações como Coração Rstafri´e Vem Correndo me Abraça e me Beija. Contando com a presença do cantores Dão e Lázaro Erê e da jornalista Ana Cristina Pereira, a mesa promete tira o fôlego dos admiradores desse grande artista.
A Balada termina com uma sequência de performances, a partir das 20h: homenagem a Alice Ruiz, com o grupo juvenil Este Tal recital; diálogo entre poemas das escritoras Conceição Evaristo e Carolina Maria de Jesus, com Vera Lopes e Emillie Lapa; e o show Paralelas, com Alice Ruiz e Alzira E e com participação do violonista Luiz Waack. O show é a única atividade paga do evento e custa R$ 20|R$ 10. Durante toda a Balada acontece feira de livros dos autores participantes do evento e de editoras independentes baiana.
Na Casa ainda tem a Exposição Permanente com acervos da coleção pessoal de Pierre Verger, com objetos que trouxe da Costa do Benin.
No Teatro Gregório de Mattos (TGM), o Coletivo 4, financiado pelo edital Fábrica de Musicais, que tem como objetivo promover o intercâmbio artístico entre profissionais locais com de outras regiões do país para fomentar a estética desse gênero de espetáculo, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura Municipal de Salvador, promove oficinas, de 8 a 10h de duração, que objetivam aprofundar as técnicas do teatro musical. Para este momento, as turmas serão reduzidas para melhor aproveitamento e será preciso fazer inscrição e ser aprovado para participar da turma. O resultado final do projeto é a montagem de Sonho de uma Noite de Verão, clássico de William Shakespeare, na versão de Adriana Falcão, adaptado e dirigido por João Falcão.
Hoje, 14, antecedendo o feriadão, o Fábrica promove a oficina de Criação de Trilhas Sonoras e Plataformas Musicais, com o diretor musical e arranjador, Yacoce Simões, que vai ensinar como desenvolver narrativa de histórias através de canções. No curso, ele também explica como disponibilizar trabalhos em plataformas digitais como iTunes e Spotify. Inscrições via e-mail oficinassonho@coletivo4.com.br. Pré-requisitos: ser maior de 18 anos e residir no estado da Bahia(envio de comprovante de residência emitido dentro dos últimos seis meses). Turma com capacidade para 50 pessoas.
Já no sábado (17), das 14h às 21h, o Fábrica promove um Laboratório Interativo sobre Produção de Musicais no Brasil e no Mundo. O Laboratório Interativo com Tânia Nardini visa aproximar os participantes do exercício criativo da produção de espetáculos teatrais. Durante 10 anos, Tânia foi diretora artística da Catsapá, primeira Escola de Musicais no Rio de Janeiro. Trabalha como diretora e coreógrafa com os mais importantes produtores, atores e diretores de teatro e televisão do país. Seus últimos trabalhos no Brasil foram: “Nuvem de Lágrimas, o Musical”; “My Fair Lady”, “Cauby Cauby, uma Lembrança”. Desde 2007, é diretora associada internacional de Chicago, The Musical, sendo responsável pelas montagens na Coreia do Sul, no Japão, na Inglaterra (UK Tour/ China Tour), na Argentina, na Rússia, na Alemanha, na Dinamarca, na África do Sul e na França.
O TGM, no domingo (18), sedia uma das atrações do “EPA! Encontro Periférico de Artes”. Com programação em diversos espaços culturais da cidade, o EPA vai promover o intercâmbio entre artistas de várias origens e trajetórias, trazendo convidados do Ceará, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraguai. As atividades evidenciam a pluralidade artística do evento, com diversas ações e atrações, sempre buscando fomentar a produção das artes negras. O EPA passa pelo TGM no dia 18, a partir das 14h, com a Batalha do Pagode. Os vencedores da Batalha serão premiados.Os primeiros colocados das categorias feminina e masculina receberão R$ 700. Quem ficar em segundo o prêmio será de R$ 400,00. A batalha vai contar com a participação especial do rapper Mr Armeng e do DJ Mauro Telefunksoul.
O EPA! é mais uma realização da ExperimentandoNus Cia de Dança. O encontro visa a disseminação da arte negra e periférica, através de varias linguagens artísticas. O projeto conta com a direção de Bruno de Jesus e Inah Irenam. O projeto foi contemplado pelo Edital de Apoio a Grupos e Coletivos – 2016. Tem apoio financeiro do Estado da Bahia, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e Secretaria de Cultura da Bahia.
Já o Espaço Cultural da Barroquinha sedia, na sexta (17), a final do MUSA – Festival de Música Universitária de Salvador,que chega à sua terceira edição, como um espaço agregador, de convivência e estímulo à irreverência artística, que oferece oportunidade de exposição ao produto musical elaborado por estudantes de universidades em atividade no Estado da Bahia.
Marcados pelo descompromisso com conceitos pré-estabelecidos, os festivais universitários expõem pensamentos de um segmento jovem, com potencial para fazer surgir pesquisas musicais inovadoras. Assim, Atitude e Criatividade são os pilares que sustentam o conceito do MUSA.
Esse ano, o festival destinará R$ 13.000,00 (treze mil reais) em prêmios, entre as categorias de Música (1° , 2° e 3° lugar); instrumentista; intérprete e banda. Informações http://www.festivalmusa.salvador.ba.gov.br
A iniciativa conta com o patrocínio da Prefeitura de Salvador, através da SALTUR, apoio da Fundação Gregório de Matos e Espaço Cultural da Barroquinha. Foto: Divulgação.