Por André Martins,
com informações da Confederação Nacional dos Municípios (CNM)
Manaus foi palco do 5-Encontro Brasileiro das Cidades Históricas Turísticas e Patrimônio Mundial, aberto na última quinta-feira (22) com a presença de representantes de ministérios, estados, municípios e parlamentares, entre outros convidados. Ao longo de três dias, o evento buscou discutir ações para dinamizar o potencial econômico, cultural e social de localidades turísticas reconhecidas por seu valor histórico no Brasil. O encontro foi promovido em parceria pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial (OCBPM) e Governo do Amazonas, e contou com o apoio do Ministério do Turismo.
Com o tema ‘Turismo Sustentável em Desenvolvimento’, a reunião tem na pauta a construção do Plano Nacional de Gestão do Patrimônio Mundial. Elaborado conjuntamente pelos ministérios do Turismo, Cidades, Cultura e Meio Ambiente; pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pela Embratur, o documento vai definir diretrizes à gestão de 14 sítios culturais e 7 sítios naturais do país.
O diretor de Planejamento e Gestão Estratégica do Ministério do Turismo, Neusvaldo Ferreira Lima, que representou o ministro Vinicius Lummertz no encontro, apontou a importância da união de esforços na área. “Os sítios do Patrimônio Mundial são nichos fantásticos de desenvolvimento do turismo cultural e natural no Brasil. A expectativa é que estes espaços passem a ter uma gestão compartilhada entre governo, empresários e sociedade local, a fim de diversificar nossa oferta turística”, sustentou.
Na sexta-feira (23), um painel abordou o financiamento e a captação de investimentos aos sítios do Patrimônio Mundial. O coordenador-geral de Planejamento Territorial do Turismo do MTur, Eduardo Madeira, apresentou oportunidades de crédito proporcionadas pelo Prodetur + Turismo. O programa da Pasta oferece consultoria do Sebrae e do BNDES à formulação de projetos de estados, municípios e empresários interessados em investir no setor.
O tesoureiro da CNM e prefeito de Manaquiri (AM), Jair Souto, que representou a entidade na abertura do encontro, defendeu ações para proporcionar bom atendimento a visitantes destas localidades históricas. “Não temos como falar em turismo sem falar em bons hotéis, investimentos, formação de mão de obra qualificada e investimentos de receptivo. O turismo passa por um planejamento onde todos precisam estar envolvidos: governo federal, estadual e fundos de financiamento”, frisou.
A programação do evento também envolveu palestras sobre a importância da cadeia produtiva do turismo e da qualificação da gestão integrada na área, a criação de destinos turísticos inteligentes e a adoção de parcerias público-privadas. O presidente da OCBPM, Mário Nascimento, acredita que o turismo é fundamental na agenda estratégica econômica do País. “O turismo é muito importante para as cidades e precisa estar na pauta da gestão. É a nova mina da economia brasileira”, definiu.
Também são parceiros na promoção do evento a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco); o Sebrae Nacional; o Tribunal de Contas da União (TCU); o Iphan; o ICMBio; a Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur) e os ministérios do Turismo, do Meio Ambiente e da Cultura.
DIRETRIZES
Os participantes do encontro apresentaram sugestões à Carta de Manaus, documento com reivindicações que será entregue a autoridades do governo federal. Em agosto deste ano, durante o Seminário Internacional Gestão de Sítios Culturais do Patrimônio Mundial no Brasil, realizado na Cidade de Goiás (GO), os ministérios do Turismo, da Cultura, do Meio Ambiente e das Cidades referendaram a Carta de Goiás, que define diretrizes à administração de destinos históricos.
VISIBILIDADE
O Brasil ocupa o atualmente a 1ª posição em recursos naturais e a 8ª em atrativos culturais num ranking de 141 países avaliados pelo Fórum Econômico Mundial. Já na relação de nações com mais bens inscritos como Patrimônio Mundial, o país segue na 11ª colocação. Além de aumentar a visibilidade dos destinos reconhecidos pela Unesco, o título cria um compromisso internacional pela proteção de sítios culturais e naturais.
Em todo o país, 21 bens foram tombados Patrimônios Mundiais pela Unesco, sendo 14 culturais e 7 naturais:
CULTURAIS: Brasília (DF); Cais do Valongo – Rio de Janeiro (RJ); Centro Histórico de Goiás (GO); Centro Histórico de Diamantina (MG); Centro Histórico de Ouro Preto (MG); Centro Histórico de Olinda (PE); Centro Histórico de São Luís (MA); Centro Histórico de Salvador (BA); Conjunto Moderno da Pampulha – Belo Horizonte (MG); Missões Jesuíticas Guaranis – no Brasil, ruínas de São Miguel das Missões (RS); Parque Nacional Serra da Capivara (PI); Praça São Francisco, em São Cristóvão (SE); Rio de Janeiro – paisagens cariocas entre a montanha e o mar (RJ); e Santuário do Bom Jesus de Matozinhos – Congonhas (MG).
NATURAIS: Parque Nacional do Iguaçu (Foz do Iguaçu-PR e Argentina); Mata Atlântica – Reservas do Sudeste – São Paulo e Paraná; Costa do Descobrimento – Reservas de Mata Atlântica (Bahia e Espírito Santo); Complexo de Áreas Protegidas da Amazônia Central; Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul); Áreas Protegidas do Cerrado – Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas (GO); Ilhas Atlânticas Brasileiras: Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas. Fonte: Agência de Notícias do Turismo.