Fera Palace Hotel: Ministério reconhece trabalho de valorização e preservação da cultura baiana

A reativação de prédios emblemáticos no Centro Histórico de Salvador e a colaboração para o reaquecimento da economia do maior conjunto arquitetônico colonial das Américas foram os motivos que levaram o Ministério da Cultura a homenagear o empresário mineiro Antonio Mazzafera, CEO da Fera Hotéis e coordenador de outros empreendimentos na região. A cerimônia com as presenças do presidente da República, Michel Temer, do ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, entre outras autoridades, ocorreu na noite desta quarta-feira (28), no Palácio do Planalto, em Brasília.

Mazzafera recebeu a Ordem do Mérito Cultural, na classe Comendador, a maior horaria pública da Cultura criada pelo Governo Federal em 1995 como forma de homenagear pessoas, grupos artísticos ou instituições por suas contribuições à cultura brasileira. Foto: Divulgação.

 

Símbolo da época de ouro da Rua Chile, a primeira rua do Brasil, o Fera Palace Hotel estava em estágio avançado de degradação e fechado há 12 anos quando foi adquirido por Mazzafera. Para a sua reabertura no ano passado, o edifício de 1934 construído em estilo Art Déco foi completamente restaurado, conservando suas características históricas. A fachada com 3.500 m² de detalhes possui mais de 650 janelas e 230 adornos Art Déco.

Inspirado no Flatiron Building de Nova Iórque, todo o material foi trazido da França e Inglaterra para fazer o hotel mais luxuoso do Nordeste na época. Entre os hóspedes ilustres que já passaram por lá, estão Grande Otelo, Pablo Neruda, Carmen Miranda , Orson Wells. Após a sua reabertura, recebeu o Prêmio Nobel Malala, Chico Buarque, Marisa Monte e atores da novela Segundo Sol, como Chay Suedde e Giovanna Antonelli.

                                                    Terraço do Fera Palace Hotel, no centro histórico de Salvador. Foto: Divulgação

 

Parte da história da Bahia, o Fera está presente também nas obras de Jorge Amado, como no livro Dona Flor e Seus Dois Maridos. “O Palace é um ícone em Salvador, com uma história e arquitetura emblemáticas e não podíamos deixar isso acabar. Fico muito feliz com esse reconhecimento por parte do Ministério da Cultura porque o nosso trabalho no Centro Histórico de Salvador é feito com muito amor à história, cultura e arquitetura. Além de turistas, o Fera está trazendo o baiano de volta ao centro, seja para almoçar, participar de eventos corporativos e sociais ou se hospedar, o que é muito positivo para a revitalização da área”, comentou Mazzafera.

Além de conservar todo o material histórico, o Fera Palace agregou ainda mais cultura e informação após reaberto. As áreas sociais e quartos foram decorados com fotografias do baiano Akira Cravo e esculturas da artista plástica também baiana, Nádia Taquari.

Segundo Mazzafera, o propósito do seu trabalho é que o Centro Histórico de Salvador volte a ser frequentado pelos soteropolitanos. “Minha ideia de investir nessa região de Salvador surgiu quando vi no exterior a população local resgatando áreas centrais e históricas de suas cidades que estavam abandonadas e pensei que poderíamos realizar o mesmo em Salvador. Para isso, precisamos frequentar e ter orgulho do nosso centro histórico, que não basta apenas ter hotel; precisa de residenciais, bares, restaurantes, lojas, ateliês e escritórios”.

Outros empreendimentos

Com esta lógica de unir diversos tipos de atividades para revitalizar a região, o Grupo Fera construiu também um estacionamento com capacidade para 250 carros. Além de gerar empregos para moradores do centro histórico, a estrutura é fundamental para dar estrutura aos frequentadores do centro.

Ainda na região, já está em reforma o Palacete do Tira Chapéu, construção do início do século XX, localizada em frente ao Elevador Lacerda e ao lado da Câmara de Vereadores. No local, funcionará um centro gourmet com dez restaurantes de diversas nacionalidades, inclusive a baiana. O espaço que será inaugurado dentro de dois anos tem como inspiração o Mercado de São Miguel, em Madri, e o El Nacional, em Barcelona. “Lá dentro existem vitrais Art Nouveau da década de 20 que estão sendo minuciosamente restaurados. Esse espaço é mais um que vai trazer mais turistas e baianos ao centro”, conta Mazzafera.

Na Ladeira da Praça, foi reformado o Edifício Moreira para funcionar como espaço corporativo. Outros projetos que também vão contribuir para a reocupação do Centro Histórico de Salvador são um residencial e um espaço para coworking para profissionais autônomos.

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