A decisão veio após a prisão do deputado estadual Chiquinho da Mangueira, presidente da escola de samba Mangueira. Segundo representantes do aplicativo, aempresa americana não quer ser mais associada com a festividade, por isso suspendeu o acordo.
O presidente da Riotur, Marcelo Alves, acredita que a Uber foi muito radical em sua decisão e disse sentir pelos milhares de trabalhadores do segmento. “Isso foi uma atitude fria contra o Rio, contra o maior espetáculo da Terra”, concluiu.
Logo no início de seu mandato, o próprio prefeito Marcelo Crivella, chefe de Alves, reduziu em 50% a verba pública do Carnaval carioca. Desde então, muitas agremiações dependem do patrocínio de empresas privadas para concluir suas apresentações. Com o cenário atual, algumas escolas não sabem se desfilarão em 2019.
Durante um evento na zona sul carioca, o político comentou sobre o episódio e culpou as próprias escolas pela saída da Uber. “Eu busquei patrocínio e as escolas perderam, por razões de gestão, falta de transparência e prisão de seus líderes”, afirmou Crivella.
HOTELARIA LAMENTA
O presidente da ABIH-RJ e SindHotéis Rio, Alfredo Lopes se posicionou sobre o caso. “O Carnaval do Rio é um patrimônio. É o maior evento do calendário turístico da cidade. É o maior show da terra, como diria a música. Ele é responsável pela geração de milhares de empregos, dentro e fora das escolas, movimenta toda a cadeia do turismo, desde agências de viagens, cias aéreas, empresas do receptivo, hotéis e restaurantes até o comércio em geral. O evento como um todo vai além das particularidades de uma ou outra escola. A retirada de patrocínio a essa altura do campeonato, às vésperas de sua realização, é lamentável. Não só ameaça a realização do evento em si, como ameaça o calendário turístico e cultural da cidade, ameaça uma tradição importante da cidade e que, inclusive, gera retorno de imagem e de faturamento para as marcas envolvidas”, declarou Lopes.