Fotografia de viagem muito além da “selfie”

Por André Martins

O bastão de selfie ficou pra trás: a fotografia criativa agora é parte da experiência de viagem. O interesse em registrar momentos com originalidade ganhou tanta importância entre os brasileiros que deu origem a um novo mercado, especializado em oferecer serviços de fotografia durante a visita a atrativos turísticos e roteiros em destinos nacionais.

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Fotógrafo Chico Bala registra experiências de viagem na paradisíaca ilha de Fernando de Noronha (PE). Crédito: Chico Bala

Na paradisíaca Fernando de Noronha (PE), por exemplo, é possível contratar fotógrafos autônomos para acompanhar e registrar o passeio do turista. O fotógrafo Francisco de Salles, popularmente conhecido como ‘Chico Bala’, é um desses profissionais na ilha. O técnico de equipamentos de mergulho e guia de turismo explica que o trabalho envolve locais pouco comuns: alguns de difícil acesso, mas todos de rara beleza. “Os pontos que os turistas mais pedem para serem fotografados são o mirante do Sancho, a Cacimba do Padre e a Baía dos Porcos, mas muitos visitam outros locais e se surpreendem, falam que não imaginavam tantos lugares bonitos aqui”, comenta. Ele fotografa turistas de todos os perfis – famílias, casais, grupos e viajantes solitários que não querem perder a oportunidade de levar memórias de qualidade para casa.

Há espaço também para serviços que organizam expedições turísticas com profissionais de imagem e entusiastas da fotografia. A Onelapse, de São Paulo, por exemplo, cria roteiros a interessados em aprimorar técnicas de fotografar. Segundo Thiago Coelho, um dos fundadores, o serviço incentiva o turista a desenvolver o próprio olhar sobre o destino. “A pessoa vivencia o lugar, e o fotógrafo orienta a melhor maneira de aproveitar o cenário para atingir os objetivos de cada um”, explica. No Brasil, a empresa promove viagens para os Lençóis Maranhenses e o Pantanal.

Viagens como essas criam atividades que são um misto de turismo e oficina de fotografia. O aposentado Lauro Andrade, de Curitiba, afirma que a possibilidade de experimentar lugares incomuns é o que mais o seduz. “É uma forma inusitada de conhecer destinos, um incentivo inclusive para que as pessoas conheçam lugares fora dos circuitos tradicionais. O turista hoje quer vivenciar experiências locais, coisas que, muitas vezes, o turista tradicional não vai enxergar”, aponta o viajante que já participou de uma das expedições.

Apostando em tendências como o protagonismo cada vez maior do internauta nas redes sociais, há também empresas e trabalhadores independentes que oferecem auxílio na hora de captar paisagens, passeios e experiências. Uma delas é a Flytographer, startup canadense que conecta visitantes a fotógrafos locais em destinos mundiais, incluindo o Rio de Janeiro. Os roteiros envolvem pontos como a Escadaria Selarón, o Jardim Botânico e os Arcos da Lapa.

A fotógrafa Claudia Ruiz, que atende pela plataforma na Cidade Maravilhosa, conta que a procura é grande principalmente por estrangeiros e cita diferenciais do serviço. “A gente conhece os pontos turísticos e, o mais importante: sabe os lugares bonitos e seguros. A valorização da fotografia profissional é importante inclusive para o turismo, porque as pessoas vão ter fotos de qualidade, e não aquela selfie comum”, ressalta.

A contratação de fotógrafos para sessões personalizadas também é oferecida por serviços como o Phototrip.me, que reúne profissionais de várias partes do país. A startup brasileira promove uma imersão nos destinos visitados e na cultura regional, oferecendo lembranças além de meros ensaios.

A DATA

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Expedições fotográficas levam grupos para registrar paisagens em destinos como os Lençóis Maranhenses. Foto: Cristiano Xavier

O Dia Nacional da Fotografia e do Fotógrafo é uma alusão à data na qual a primeira câmera fotográfica teria chegado ao Brasil, no ano de 1840. O aparelho, chamado de Daguerreótipo, foi inventado por Louis Jacques Mandé Daguérre e apresentado ao mundo em 19 de agosto de 1839, na Academia de Ciências da França, na cidade de Paris. Conforme a história, o abade Louis Compte trouxe a invenção ao Brasil e a apresentou ao Imperador D. Pedro II.

*Fonte: Agência de Notícias do Turismo

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