Afrocidade faz show “Conexão Bahia Angola” no Carnaval do Pelô (SSA)

Por Paula Berbert

A agenda do Afrocidade para o carnaval está confirmada. A banda, reconhecida como uma das mais potentes novidades musicais produzidas na Bahia, coroa o seu grande verão de 2019 com o show “Conexão Bahia Angola”, dividindo palco com as cantoras Titica e Majur no domingo, 3 de março, às 18h, no Largo do Pelourinho, dentro da programação do “Carnaval do Pelô”, promovida pelo Governo da Bahia através da Secretaria de Cultura do Estado. Já no Circuito Dodô, na Barra, o grupo se apresenta no camarote Expresso 2222, em duas datas: sexta, 1º de março, e terça, dia 5, ambas às 23h.

A banda vem conquistando o público com sua música afrobaiana, politizada, popular e contagiante. Foto: Rafael Kent

“Conexão Angola Bahia” 

O show no Pelourinho será comandado pelo Afrocidade com sua música afrobaiana politizada, popular e contagiante, como força centrípeta que converge estilos de periferias das grandes cidades: pagode, arrocha, dub jamaicano, reggae, ragga e afrobeat. O repertório se conecta com os trabalhos da cantora angolana Titica, estrela do Kuduro, representativo estilo musical de seu país, e da artista baiana Majur, revelação da cena local com sua world-music afro-futurista, que mistura soul, tecno e matrizes africanas. O encontro expressa, portanto, a obra de criadores contemporâneos que representam culturas negras da diáspora, saudando tambores da África, exaltando a própria história, combatendo a opressão, atualizando e ressignificando o orgulho de sua origem. Vale ainda indicar que são as cantoras duas pessoas trans que fortalecem significativamente a luta contra a LBGTfobia, causa com a qual o Afrocidade é também comprometido.

Afrocidade 

Nutrida em ritmos ancestrais e na matriz percussiva, a identidade do Afrocidade revela a potência de um grupo musical marcado pela irreversível conscientização coletiva das minorias e a contemporânea conexão com musicalidades da produção negra brasileira e internacional. Criado em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, traz o convívio comunitário como uma de suas marcas, a luta de semelhantes como motivação e o protesto como um de seus lemas, tendo palco e plateia repletos de corpos muito vivos.

Na formação base, estão José Macedo (voz), Eric Mazzone (bateria e direção musical) e Fernanda Maia (percussão), junto à dupla de bailarinos Guto Cabral e Deivite Marcel. Rafael Lima (percussão), Márcio Manchinha (percussão), Marley Lima (baixo), Sandro Mascarenhas (teclado) e Fal Silva (guitarra) completam o time, que ainda conta com um trio de sopros de músicos convidados. O primeiro EP, intitulado “Cabeça de Tambor” (2016), foi a estreia autoral.

Muitas outras composições surgiram desde então. Atualmente, a banda tem um repertório próprio extenso e, mesmo que algumas das músicas não tenham ainda sido gravadas, estão na ponta da língua – e dos pés – de seu público, a exemplo de “Tá Mó Barril” e “Aduba”. O primeiro álbum cheio será lançado em breve, com apoio de Natura Musical e doGoverno do Estado, através do Fazcultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

Titica – Cantora, compositora e dançarina angolana, ocupa o lugar de estrela-maior do Kuduro. Mulher trans, é protagonista em uma luta árdua pelo combate à homofobia em seu país, cujas leis proibiam até pouco tempo manifestações públicas de homossexualidade. Com o sucesso do seu primeiro trabalho como cantora, em 2012, foi indicada à categoria “Melhor Artista Feminina da África Austral” no KORA All Africa Music Awards, principal premiação da música no continente africano.

Com vasta agenda na Europa, África e América Latina, é considerada uma das maiores influências musicais de seu continente, palavras do jornal The Guardian e de outros veículos de renome. Desde 2013, Titica é Embaixadora Nacional da Boa Vontade pela UNAIDS – programa da Organização das Nações Unidas orientado ao combate à epidemia de AIDS. Sua primeira apresentação no Brasil se deu em 2012.

Retornou ao país em 2017, para o Favela Sounds – Festival Internacional de Cultura de Periferia e para participar do show de BaianaSystem no Palco Sunset do Rock in Rio – parceria que veio da faixa “Capim Guiné”, lançada em 2017, da qual participa ao lado de Margareth Menezes. Em 2018, fez mais diversos shows em várias cidades brasileiras e lançou seu terceiro e mais recente álbum, “Pra quê julgar?”, com músicas que apontam para o futuro dos beats eletrônicos na África lusófona, incluindo a faixa “Come e Baza”, coprodução com Pablo Vittar, que a projetou para o mercado LGBTQIA+ no Brasil.

Majur – De Salvador, Majur é cantora de voz potente, compositora e intérprete de world-music, com influências do black soul music, R&B e claves de matrizes africanas. Toques alternativos e autorais retratam a vida cotidiana, como na música “20 ver”, e o amor entre pessoas, como o hit “Náufrago”, uma das 14 músicas selecionadas pelo 16º Festival de Música Educadora FM. Diversidade define essa nova estrela, a representatividade de gênero no novo cenário da música brasileira. Iniciou carreira solo com o lançamento, em 2018, do EP “Colorir”. Também em 2018, foi destaque, na passarela e na trilha sonora, do Afro Fashion Day, maior passarela negra do Brasil, evento do Jornal Correio*/Rede Bahia.

AFROCIDADE no CARNAVAL DE SALVADOR

“Conexão Angola Bahia” – Afrocidade, Titica e Majur

Quando: 3 de março de 2019 (domingo), 18h

Onde: Largo do Pelourinho

Afrocidade no Expresso 2222

Quando: 1º e 5 de março de 2019 (sexta e terça), 23h

Onde: Camarote Expresso 2222 (orla da Barra)

Produção: Giro Planejamento Cultural

Facebook: www.facebook.com/afrocidade

Instagram: www.instagram.com/afrocidade

Fotos e vídeos: http://bit.ly/afrocidade

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