Confira mais sobre os enredos e desfiles da Escola de São Paulo; apuração será nesta terça (5)
O Carnaval de São Paulo 2019 já teve logo em seu começo um momento bastante emocionante, com uma homenagem ao sambista Arlindo Cruz. Tom político, lembrança das origens africanas e reflexões marcaram os enredos das escolas. Confira o que rolou de mais importante nos dois dias:
Colorado do Brás
A Colorado do Brás homenageou o Quênia e o desenho “O Rei Leão” em seu enredo, chamado “Hakuna Matata, isso é viver”. A temática de candomblé, que deu “sorte” no acesso no ano passado, novamente foi utilizada.
Império de Casa Verde
Sucesso absoluto na internet, o enredo “O Império Contra-Ataca” foi recheado de referências à história do cinema, como os irmãos Lumière, o filme “De Volta Para o Futuro”, “Transformers”, e claro, Star Wars. Uma coincidência divertida é que havia uma ala chamada “Cantando na chuva”, em que os integrantes tinham guarda-chuvas, e dessa forma não se molharam com a água que caí sobre o desfile.
Mancha Verde
A Mancha, de Viviane Araújo, discutiu escravidão, direitos dos negros e intolerância religiosa no enredo sobre a princesa africana Aqualtune. As críticas foram bem explícitas: houve alas com passistas acorrentadas e alusões às escravas reprodutoras.
Acadêmicos do Tucuruvi
Mais um desfile cheio de críticas sociais, norteado pela tema de liberdade. O samba-enredo retomou versos de músicas compostas durante a ditadura.
Acadêmicos de Tatuapé
A Acadêmicos de Tatuapé optou por fazer uma comparação entre guerreiros antigos e seres mitológicos aos “lutadores do cotidiano” do Brasil atual. Apesar de um probleminha com dois carros, a agremiação não estourou o tempo
X-9 Paulistana
Novamente com Juju Salimeni à frente da bateria, a agremiação fez uma homenagem muito emocionante comemorando os 60 anos de Arlindo Cruz. O Sambista sofreu um AVC em 2017 e hoje anda na cadeira de rodas.
Tom Maior
Fechando a primeira noite em SP, a Tom Maior investiu em um enredo surreal. “Interrogações do nosso imaginário na busca do inimaginável” foram o tema, que teve de Darwin à Bíblia.
Águia de Ouro
No segundo dia de desfiles, a Águia de Ouro usou o “que país é esse de Cazuza” para criticar a ganância e a corrupção. Campeã do grupo de acesso do ano passado, até da Lava Jato ela lembrou, em seu último carro alegórico.
Dragões da Real
Assim como a Império da Casa Verde, a Dragões da Real falou sobre os diversos aspectos do tempo. As alas fizeram uma viagem através do passado, presente e futuro. O desfile foi bastante elogiado e fez sucesso na internet.
Mocidade Alegre
Vice-campeã em 2019, a Mocidade investiu em uma lenda amazônica de paixão entre a lua e sol. As lágrimas dos dois amantes culminaram no nascimento do rio Amazonas. Durante o desfile, a presidente, Solange Rezende, passou mal e teve que ser atendida pelo serviço móvel.
Vai-Vai
Disposta a distribuir alfinetadas e chamar a atenção para a luta do povo negro, a Vai-Vai, com 15 títulos, criou um “quilombo do futuro”, com referências à morte da vereadora Marielle e ao Pantera Negra, herói negro de maior sucesso da Marvel.
Rosas de Ouro
O povo armênio foi o tema da Rosas de Ouro. Eles foram assassinados pelos turcos há mais de cem anos em um genocídio com mais de 1,5 milhão de mortes. Para definir sua fantasia, a Rainha de Bateria, Ellen Rocche usou a seguinte frase: “sou fera, recatada e do lar”.
Vila Maria
A Unidos de Vila Maria resolveu homenagear o Peru, valorizando a cultura e contando sobre as belezas naturais do chamado “Império do Sol”, nome dado aos indígenas que ali viviam.
Gaviões da Fiel
Com Sabrina Sato pela primeira vez no posto de Rainha de Bateria, a Gaviões fez uma releitura sobre a história do tabaco, que já havia sido tema da agremiação, em 1994. A comissão de frente foi marcante, com um embate entre o diabo e um arcanjo.
Fonte: Portal Terra