Quando viajar é o sonho de consumo

Por André Martins

Esta quarta-feira (20) é marcada pelo Dia Internacional da Felicidade, criado em 2012 pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) a fim de reconhecer a relevância do bem-estar como meta universal e inspiração ao desenvolvimento de políticas públicas. E uma pesquisa do buscador de viagens Kayak revela a contribuição do turismo para quem busca a realização pessoal: para 37% dos brasileiros ouvidos em um levantamento do site, fazer as malas e botar o pé na estrada são o investimento preferido.

A segunda opção, melhorias na casa, somou 22%, seguida de eletrônicos (12%) e roupas (11%), entre outros. A piauiense Débora Cronemberger, que acumula experiências em variados destinos nacionais e internacionais, segue a linha dos que economizam para viajar. A jornalista, que ainda deseja conhecer locais como Carolina (MA) e Bonito (MS), alega que o turismo é uma de suas maiores diversões. “Funciona como uma terapia. Você vai a lugares diferentes, nem sempre badalados, e tem outra lógica de vivência”, justifica.

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, avalia que os dados evidenciam o potencial do país de absorver o grande contingente de interessados em viajar. “Com uma enorme oferta de atrativos, que incluem praia, cultura, história, gastronomia e natureza, não faltam opções para transformar as viagens pelo Brasil em ótimas experiências. E com medidas como a melhoria da conectividade aérea, que tendem a baratear viagens, o brasileiro terá um motivo a mais para explorar o nosso território”, vislumbra.

O estudo também indica preferência por um dos maiores atrativos nacionais: o rico litoral. 67% escolhem praia, à frente de tours urbanos (30%) e longas viagens de carro (30%). Com passagens por ícones como Fernando de Noronha e Jericoacoara (CE), a relações públicas Ana Paula Fayão, que ainda pretende visitar Caraíva (BA) e Pipa (RN), se encaixa no perfil. A carioca, apaixonada pela terra natal e a combinação sol & mar, cita a chance de relaxar como razão. “A primeira coisa que penso é praia, é o único lugar onde eu consigo descansar. E há vários tipos no Brasil para escolher”, ressalta.

Outra virtude tipicamente brasileira é apontada no levantamento como motivo para viajar. A gastronomia e o seu vasto cardápio de receitas lidera o ranking de prioridades nos gastos de visitantes, com 43%. Excluídas despesas relativas a passagens e acomodação, a culinária supera programas como passeios e compras (42%), confirmando o poder de sedução do ramo. Além disso, 78% afirmam decidir o destino a partir de expectativas quanto à comida, e 66% se dispõem a investir mais em alimentação durante viagens.

É o caso do servidor público brasiliense André Laquintinie, acostumado a uma intensa rotina de turismo tanto no Brasil quanto no exterior. Direto de Florianópolis (SC), onde curte uma folga, ele conta que antes mesmo de viajar já pensa nas delícias que planeja degustar. “Quando venho para cá, eu já venho ‘babando’ com as dicas para comer a ostra de um jeito, o camarão de outro, a lula… Para São Paulo e Rio de Janeiro, é a mesma coisa”, comenta. A pesquisa do Kayak, realizada entre 3 e 10 de janeiro deste ano, ouviu um total de 1.006 brasileiros de vários estados, com idade de 18 a 65 anos.

OPÇÕES – Uma ferramenta do Ministério do Turismo auxilia o viajante na hora de definir o próximo destino. O Calendário Nacional de Eventos informa o cronograma de realizações espalhadas por todo o país, em segmentos como cultura, religião, esportes, gastronomia e história. Os dados são fornecidos por secretarias estaduais e municipais de Turismo, além dos responsáveis por atrações de notório conhecimento popular e capazes de gerar fluxo regional, nacional e até internacional de visitantes.

DATA – A criação do Dia da Felicidade foi inspirada em reunião da ONU sobre o tema ‘Felicidade e Bem-Estar: Definindo um Novo Paradigma Econômico’. Na ocasião, houve debates a respeito de uma iniciativa do Butão, país asiático que reconheceu a supremacia da felicidade nacional sobre a renda desde o início dos anos 1970, adotando a meta de ‘Felicidade Nacional Bruta’ acima do Produto Interno Bruto. O objetivo da data é promover a alegria entre os povos, evitando conflitos ou comportamentos que ameacem a paz.

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