As investigações em torno das aeronaves da Boeing que caíra na Etiópia e na Indonésia apontaram que os pilotos lutaram para controlar os aviões, mas não tinham na cabine duas importantes funções de segurança. O motivo é que a Boeing cobrava a mais por ela.
Segundo informações da Folha, para a Boeing e outros fabricantes de aeronaves, a prática de cobrar para aperfeiçoar um avião comum pode ser lucrativa. As principais companhias aéreas do mundo devem pagar caro para que os jatos que encomendam tenham equipamentos adicionais sob medida.
Às vezes essas funções opcionais envolvem aspectos estéticos ou de conforto, como assentos de boa qualidade, iluminação melhorada ou banheiros a mais. Mas outras características, que envolvem sistemas de comunicação, navegação ou segurança, são mais fundamentais para as operações do avião.
Muitas companhias aéreas, especialmente as de baixo custo como a Lion Air da Indonésia, optaram por não comprá-los —e os órgãos reguladores não os exigem.
Agora, depois dos dois acidentes mortais envolvendo o mesmo modelo de avião, a Boeing tornará padrão uma dessas funções de segurança, uma solução parcial para que os aviões voltem a voar.
Contudo, ainda não se sabe o que causou a queda do voo 302 da Ethiopian Airlines em 10 de março e do voo 610 da Lion Air cinco meses antes, ambos depois de decolagens problemáticas. Mas os investigadores estão examinando se um novo sistema de software para evitar a perda de sustentação nos Boeings 737 da série Max pode ter sido o culpado, em parte.